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Free Java Chat from Bravenet Free Java Chat from Bravenet

outubro 31, 2003

Names 

A palavra bush tem, segundo o serviço de traduções da Babel Fish, o significado em português de arbusto. Mas como não é só a lingua portuguesa que é muito traiçoeira, a palavra bush, em calão inglês, ou slang se preferirem, significa qualquer coisa como "partes pilóricas intimas femininas" (bush Noun. 1. The female genitals, but alluding to the pubic hair ), o que, convenhamos, não deixará no minimo de fazer sorrir muitos norte americanos quando se referem ao seu Presidente.
Por outro lado e sem significar nada de especial, ter uma pessoa ( neste caso do sexo feminino mas isto não é importante), chamada Condooleeza Rice como gestora da Casa Branca para os assuntos iraquianos deverá, pelo menos, evitar que os iraquianos pronunciem o seu nome.
Por estas e por outras é que o "Artista" outrora conhecido como Prince foi adaptando o seu nome à realidade. Isso é que se chama Bom Senso.

O inimigo sem rosto: fraude e corrupção em Portugal 

"O inimigo sem rosto: fraude e corrupção em Portugal" é o livro da autoria de Maria José Morgado, Procuradora Geral-Adjunta, e do jornalista José Vegar.
Ainda não li mas tenho a sensação de que vai ser como quando vemos primeiro o filme e só depois lemos o livro, com a diferença que desta vez o filme é mais real do que todos os reallity shows - trata-se de um filme quotidiano e sentido na pele de cada um - e deverá suplantar em muito os assuntos de um livro limitado por páginas e não actualizável no tempo.

Mitos Urbanos 1 

Hoje resolvi iniciar uma nova rotina de post´s a que darei o nome pomposo de "Mitos Urbanos". Os post´s desta rubrica serão colocados com base na metodologia do "quando me apetecer".
Este é o primeiro, simples, mas que, talvez por isso, é um simples mistério ainda sem solução:

"Será que as malas e carteiras femininas têm um compartimento misterioso onde os telemóveis das suas proprietárias se escondem quando tocam?"

Profissões perigosas 

Tendo eu o maior respeito por profissões consideradas perigosas mas que, na maioria dos casos, são abraçadas por quem não tem outra forma de subsistência, e refiro-me concretamente a titulo de exemplo aos mineiros, limpa chaminés e, em Portugal, operários de construção civil, outras há que, pelo seu "exotismo", são perigosissimas mas aparentemente levadas a cabo com gosto. Para não tornar o post muito pesado mas para perceberem o que quero dizer deixo-vos só com as três imagens:


Citações 

"Ninguém gosta de mim", disse ele.
Eu disse-lhe para ligar para o meu gravador, que tinha vinte e duas chamadas desesperadas de amigos dele, todos desvairados por ele ter desaparecido durante vinte e quatro horas, o que punha cobro a todos os nossos medos de morrermos sozinhos e sermos comidos por um lobo-da-alsácia."


in O diário de Bridget Jones - Helen Fielding

outubro 30, 2003

Deixemos a cultura de lado 

Dizem que os apertos se notam em todo o lado mas os apertados são sempre os mesmos. Os livros têm preços incomportáveis, os bilhetes de cinema não são caros nem são baratos e agora já planeiam acabar com o que é considerado baixo custo da ADSL.
A bem do país deve estar para breve trocarmos os nossos vencimentos mensais por pagamentos à entidade patronal que nos dá o privilégio de nos deixar trabalhar. Assim como assim, trabalhando mais e pagando por isso não vamos ter "€tempo€" para cinemas, net e leituras que não sejam dos outdoors.

 

O mau tempo vai atacar em força hoje à tarde e amanhã. Está decidido definitivamente: podem arrumar as toalhas de praia e esconder os chapéus de sol para não apanharem depressões quando olham para eles...
a não ser que descubram alguma promoção de viagens para um país onde o sol sempre brilha. Se assim for agradeço que me avisem com tempo para eu fugir também ao mau tempo.

Citações 

"... Não esperes nunca de mim que eu seja fiel a qualidades que não tenho. O que podes é contar com as que tenho, porque nessas não te falharei nunca."

in Equador - Miguel Sousa Tavares

outubro 29, 2003

Para ser sincero... 

Quando falo com alguém que, a certa altura da conversa, me diz - "para ser franco" ou "para falar verdade" ou ainda "se quer que eu seja sincero" - fico logo com os cabelos em pé e a pensar: "olha-me este, a conversarmos há 10 minutos e só agora é que vai falar verdade e ser sincero. Hei-de acreditar em que parte?".
A realidade é que este tipo de comentários têm igualmente surgido em entrevistas televisivas - estou a lembrar-me de uma do Dr. Pedro Strecht já não sei em que canal - e a sensação de logro em relação às opiniões emitidas até aí é a mesma.
Porque será que as pessoas só são sinceras às vezes? Porque será que as pessoas não percebem que deixaram cair o pano quando soltam barbaridades destas?
Mais uma falta de Bom Senso generalizado, descuidado e muito, muito mentiroso.

Mais Blog´s para Ministros JÁ!!! 

O ministro da Agricultura Sevinate Pinto afirma publicamente, via TSF, que o ministro do Ambiente Amilcar Theias, se encontra mal informado no que diz respeito a haver ou não transferência de competências do Instituto de Conservação da Natureza para a Agricultura.
Se estes ministros não se entendem e, pelos vistos, são avessos ao uso de telefones (porque será...?), eu, na qualidade de ministro auto empossado, recomendava-lhes que fizessem um blog cada um para comunicar.É muito mais fácil, fica escrito e não há fugas de informação.

Como ser um verdadeiro Barão 

"Barões de Lee colocam título e património à venda na Internet" - é este o título da noticia no Diário Digital.
É uma oportunidade única para se ser um verdadeiro Barão e melhor investimento do que Presidente do Benfica. Além de que concede uma desculpa para se andar sempre de jeans, embora haja um compromisso de marca, claro.
Fica aqui a noticia que pode ter passado ao lado de eventuais interessados, como sejam por exemplo os senhores Luís Felipe Vieira, Jaime Antunes e Guerra Madaleno.

Delegar poderes 

Em qualquer actividade, desde que não a de trabalhador independente por conta própria - as chamadas empresas unipessoal - existirá sempre chefias e executantes, agora modernamente chamados colaboradores, eufemismo utilizado para que os referidos colaboradores não se sintam tão subordinados.
Devido ao elevado numero de licenciados que, apesar de tudo, as nossas universidades despejam no mercado de trabalho todos os anos, em muitas das nossas empresas existe também uma situação a que posso chamar, sem errar, excesso de chefes em relação aos índios, dado que as aspirações dos estagiários recém formados são, justificadamente, elevadas, não olhando a horários de expediente e não possuindo capacidades de trabalho que só a experiência pode dar.
Toda esta situação leva à palavra que dá título a este post: delegar.
A delegação de poderes de chefia, aparentemente coordenados e controlados pelos verdadeiros gestores/chefes, entrega nas mãos de jovens pessoas ambiciosas e cheias de vontade de triunfar na vida, e na empresa em particular, mas a quem falta experiência de vida substituída por compêndios "Harvardianos" e teses inovadoras não aplicáveis ao objectivo, mas que mesmo assim, na ânsia de dar nas vistas, são adaptadas ao ambiente local e tendem a modificar o espírito primeiro da empresa com resultados muitas das vezes desastrosos. Desta forma, e através da delegação de poderes, têm os verdadeiros chefes tempo para interessantes partidas de ténis, conclusões de MBA´s "abroad" e iniciação nas lides golfistas.
O fracasso será sempre imputado a quem falhou, mas que mesmo assim constará do seu currículo como "projecto inovador abandonado por reestruturação".
Nem sequer vou falar dos trabalhadores normais, alheios a movimentações do andar superior, mas que um dia são informados de que o projecto inovador que poderá salvar a empresa não conta com eles.

Citações 

"Quem não sabe de onde veio não sabe para onde vai."

Provérbio africano

outubro 28, 2003

A razão de existir aqui 

Voltando a um tema que pouco tem a ver com a realidade do país mas que tem muito a ver com os blog´s e a motivação de cada um em transmitir tudo o que acha que deve dividir de si, das suas opiniões e dos seus "interiores", com desconhecidos que se tornam intimos de uma forma estranha, isto partindo do principio que não somos - pelo menos eu não sou - profissional da comunicação, tenho a sensação cada vez mais nitida de que a moda bloguista parou e está em retrocesso.
O boom dos meses de antes das férias, consequência da publicidade feita nos media, aliado ao facto de existir também um narcisismo latente em cada um de nós que se pode reflectir de uma forma negativa num sitemeter parado, bem como uma vontade de se fazer ouvir por outro meio que não seja em voz alta num café publico ou por escrito numa sala de chat, leva uns a continuar, muitos a desistir e poucos a iniciar.
As justificações para abandonos desta escrita solitariamente acompanhada são dadas como se se falásse duma fuga dos meandros da droga: tenho lido coisas do tipo "tenho familia, trabalho e uma vida para viver" e "o mundo real não é este e o tempo é pouco". Tudo isto eu só consigo interpretar como "out of fashion" ou esgotamento de assuntos.
É falso que o nome do blog condicione os post´s. Mesmo que tivesse resolvido chamar Bobi ao Ministério do Bom Senso os assuntos, uns melhores, outros piores, seriam exactamente os mesmos - estados de alma de momento ou em diferido - e continuarei por aqui enquanto me der prazer, sem sentimentos de vingança, escárnio ou mal dizer, embora de uma forma gratuita para fugir ao recibo verde.
Por tudo isto e mais aquilo o Ministério vai continuar, até porque não tenho filhos que queiram entrar em universidades nem borboletas amestradas que pousem em pontes.
Os meus telhados só são de vidro porque gosto de ver o sol entrar.

Será o medo de ficar assim que faz desistir os supostos blogo-dependentes???

 

Hoje é mais um dia que deveria ser de big´s audiências na TVI. Depois de uma semana mediocre em que a produção e a imaginação da Endemol parecem andar pelas rua da amargura, um concorrente irá passar no corredor da fama, designação errada porque, se ao entrarem na casa percorrendo o corredor ainda podem os concorrentes sonhar com fama, na saida este será para a maioria o corredor da vergonha, pelas atitudes tomadas, pelas não tomadas, pela falta de consistência de carácter, por tudo e por nada.
Mais uma grande ideia em termos televisivos explorada de tal forma até à exaustão que acaba por se tornar numa estopada que em nada beneficia qualquer um dos intervenientes, visiveis ou não visiveis.
E ainda falta muito tempo...

Sem sonho 

Ao contrário de Martin Luther King eu não tive um sonho, tive um pesadelo, que, aliás, se repete vezes demais e me tira a vontade de adormecer pela perspectiva de nova repetição.

É um pesadelo sem ironias nem conotações, tão só uma noite sem luz onde caminho sem sentido, orientado pelo desespero de chegar a algum lado onde o sol brilhe, sem aspirações de coqueiros ou nativas dançando, apenas com sol que me faça sorrir e ver alguma coisa, mas o negrume imenso, intercalado por muito breves flashes de luz que me cega, é avassalador e não me dá pistas para onde seguir. Chego a ter a sensação de caminhar em círculos, o que é indiferente dado a ausência de objectivo visível, mas terrivelmente cansativo e desmotivante, apesar de, como diz o poeta, saber que o mundo devia pular e avançar como bola colorida entre as mãos de uma criança.
Hoje acordei novamente cansado. O pesadelo repetiu-se e a escuridão manteve-se.

Citações 

"... o que o cidadão comum poderá pensar disto é que está tudo doido..."

Doutor Jorge Sampaio (Presidente da Republica) em entrevista na RTP1

outubro 27, 2003

AOL 

Nos Estados Unidos continuam as batalhas judiciais entre as poderosas editoras discográficas, fornecedores de serviços internet e utilizadores de programas de partilha de ficheiros como o KaZaA (leia-se mp3).

Já aqui disse, e repito, que se deve dar valor a quem tem, e a America On Line (AOL) é um exemplo da democratização da tecnologia seja qual for o uso que se lhe dê. Honra lhes seja feita por isso e espero que os empresários da IOL e da Clix, que acompanharam o nosso Primeiro Ministro a Angola, deixem também os seus créditos por bocas alheias.

Felicidade 

Cá no Ministério está toda a gente tão feliz. A gasolina vai descer dois cêntimos. Eu próprio não caibo em mim de contente. Agora é que vou conseguir poupar para comprar "aquele" par de meias com que tanto tenho sonhado.

Angola e a dúvida... perdão... a divida 

O Dr. Durão Barroso afirma que a divida de Angola para com Portugal se encontra politicamente sanada... só falta resolver questões de pormenor tal como a forma de pagamento.
Calculo que Angola, através de José Eduardo dos Santos, pessoa de palavra e nada corrupto, prometeu pagar, só não disse quando. Também não podemos querer tudo, não é?

Citações de alfaiate 

Recebi um e-mail deste blog, o qual agradeço, e que oferece a possibilidade de postar citações automáticas ou " feitas à medida como um bom fato".
Não digo que nunca o irei utilizar, mas as citações que escolho para inicio do dia do "Ministério" não passam só por frases de celebridades ou que fizeram história.
Frases apanhadas en passant na rua, nos blog´s, no engraxador poeta ou até num sonho recordado, podem servir para o efeito que se pretende e que mais não é do que um mix de satisfação pessoal com um pretexto, muitas vezes não concretizado,para um post posterior. Citações para cumprir calendário são como as refeições rápidas: destinam-se apenas a sobreviver e não a saborear devidamente, e eu detesto junk food por sistema e rotina.

Harry Potter ao vivo entre os mortos 

Por não estar muito interessado nas aventuras de Harry Potter passou-me completamente despercebido o que se passou e só dei conta quanto o Prof. Marcelo comentou: o lançamento do novo livro da série foi efectuado, em Portugal, no Panteão Nacional.
Amália Rodrigues, Guerra Junqueiro, Sidónio Pais, Manuel de Arriaga, Humberto Delgado e muitos outros devem ter dado voltas nos túmulos, assombrados pela escola de feitiçaria do menino Potter, em nome dos euros arrecadados pelo IPPAR.
Se houvesse mesmo um Ministério de Bom Senso muitas consultas psiquiátricas teriam de ser marcadas para os "grandes cérebros nacionais" que permitem estas iniciativas.

Citações 

"É mais fácil obter um perdão que uma licença."

Lei de Steward

outubro 26, 2003

Rui Unas e Marta Cruz 

Na edição do jornal 24 Horas de sábado, dia 25/010/2003, Rui Unas é o autor duma "carta aberta", de página inteira, dirigida a Marta Cruz, filha do Sr. Televisão.
Em resumo e para quem não leu, o apresentador/autor/condutor do Cabaret da Coxa ter-se-à cruzado com Marta Cruz numa ante estreia do filme "Bad Boys II" e sentiu a consciência pesada por tudo o que terá dito de Carlos Cruz no seu programa, não conseguindo encarar Marta e cumprindo uma publica penitência jornalística por isso.
O supostamente irreverente Rui Unas tenta separar o actor do Cabaret da pessoa com sentimentos que quer aparentar ser no artigo, mas a tentativa revela-se de tal forma patética que podemos estar, isso sim, perante uma paixão assolapada – "... eu zombo do teu pai porque alguém tem de o fazer..." – justifica-se Unas a Marta, a quem já imagino lavada em lágrimas com UNA desculpa tão esfarrapada.
Desta vez é que estamos perante um caso de dupla personalidade e já imagino Rui Unas, apesar de afirmar que não se vitimiza por isso, a ir a pé a Fátima para expiar todos os pecados que atormentam a cabeça de Rui Unas pessoa, mas protagonizados pelo Rui Unas actor. Deve ser terrível ter de viver assim...

 

O Sport Lisboa e Benfica inaugurou ontem o seu novo estádio. Bonitinho e original de tal forma que até o menino Sabrosa, na esperança de conseguir marcar um golito, se engalanou com um novo look tipo Magreb.
Resolveram chamar Catedral ao estádio vermelho, não sei porque carga de água, talvez na esperança que S. Pedro não a fizesse cair como fez, mas, como diz a tradição, boda molhada é boda abençoada, e na nova Catedral esperou-se, isso sim, que se simbolizasse um casamento com futuro entre o Benfica e os seus sócios tão dados a divórcios.
De qualquer forma e com um tom de verde apaziguador, aqui ficam os meus sinceros parabéns e votos de boas festas na Catedral.


Citações 

"Os espinhos que me feriram foram produzidos pelo arbusto que plantei"

Byron

outubro 25, 2003

Desencontros 

A citação de hoje era, supostamente, o mote para uma questão de desencontros. Os post´s da D. Valentina parecem ser um exemplo concreto disso, da forma como os relacionamentos se desenrolam, brilhantes e de fazer brilhar os olhos, enquanto os passeios de mão dada debaixo de um sol brilhante, mas refrescante pela situação, se fazem caminhando sobre nuvens e acompanhados de centenas de cupidos.
Quando se descobre que a canção ouvida é diferente, que os passarinhos que um ouve são ruidos de martelos pneumáticos para o outro, quando a tolerância começou a ser isso mesmo e apenas se tenta gostar "porque" e não "apesar de ", é altura das questões e de perguntar a si mesmo(a) se vale a pena, devendo reconhecer quando, efectivamente, já não vale, mas não lamentando porque, também efectivamente, já valeu e de certeza foi bom.

Ilusionismo comercial 

Nem tudo o que parece é. As técnicas comerciais e o marketing apoiam-se sobretudo neste principio utilizando a imagem mais apelativa de um produto ou serviço para nos induzir na compra. A palavra mágica para os gestores é a palavra "fecho", que representa o momento exacto em que o cliente acaba de trocar o seu dinheiro mundialmente aceite pelo Bem que ele supõe suprir a sua necessidade, sem se dar conta da forma como ela foi criada.
Os truques são imensos e todos nós já comprámos aquela pechincha que... não nos serve para nada. Aliás, os custos de publicidade são deduzidos no custo de fabrico do produto em si com prejuízo da sua qualidade, se é que alguma tinha.
Todos nós já ouvimos falar das técnicas das grandes superfícies, como seja a "banda sonora" ambiente, calma quando a casa está vazia e o mais “metálica” possível quando está a abarrotar, ou dos produtos de qualidade equivalente mas de preço mais reduzido estarem apenas acessíveis a anões ou gigantes, conforme estão nas prateleiras mais baixas ou mais altas dos ditos hiper´s.
Alguém definiu a publicidade como a arte de separar as pessoas do seu dinheiro e tenho de confessar que comigo resulta. Cada vez a minha casa parece mais cheia de tralha e cada vez mais o euro escasseia. Resta-me a consolação da minha sóbria masculinidade, que não me “obriga” a gastá-lo em pares de sapatos e malas como nós tão bem sabemos que as senhoras fazem, com resultados esteticamente brilhantes, reconheço.

Exercitando o paladar 

Julia Roberts antes e depois da visita que efectuou à Feira da Gastronomia


As boas ideias são para ser aproveitadas. Foi o que aconteceu ontem com a boa ideia apanhada aqui e que, aproveitando a hora do jantar, me fez tomar a direcção de Santarém para uma visita semi oficial, mais concretamente à Feira da Gastronomia.
Entre o leitão à Bairrada, as cracas açorianas e a sopa de cação alentejana, a dificuldade era, precisamente, provar sem exageros a fim de deixar espaço para eventuais surpresas gastronómicas.
Mas a maior dificuladade reside em encontrar um condutor que consiga passar por todas as tasquinhas e nem olhar para os jarros de tinto que nos piscam o olho tal como Eva devia fazer a Adão quando o Paraíso ainda estava aberto.
O resultado final, depois do queijo da Serra e dos doces conventuais e das contas aos euros foi o esperado: uma sensação de dever cumprido.
Há trabalhinhos que dá gosto fazer.

Citações 

"Mas tu não ficaste nem meia-hora
Não fizeste um esforço para gostar e foste embora
Contigo aprendi uma grande lição
Não se ama alguém que não ouve a mesma canção"

in A Paixão ( Segundo Nicolau da Viola ) - Carlos Tê

outubro 24, 2003

Competir 

A sociedade actual, com todos os benefícios e facilidades que coloca ao dispor de quem, como quase todos nós, quase não percebe os custos que essa evolução acarreta, não perdeu o seu cognome de "selvagem vida civilizada".
As lutas da idade da pedra pelo fogo, pela caça ou pela fêmea, foram substituídas gradualmente pela competição social dentro da empresa, na procura de um emprego e até na vulgar compra de um automóvel maior.

A ideia de sucesso escolar é incutida às crianças mais como uma disputa entre amigos da mesma idade e uma preparação para as grandes batalhas vindouras do que pelo valorização do conhecimento e pelo alargamento de horizontes. Aos miúdos apenas é transmitida a face guerreira de uma sociedade pretensamente pacifica com a desculpa da competição desportiva, e as referencias ao Barão de Coubertin com a famosa frase "O que importa é competir" são quase complementadas com"... até deixar o adversário no chão a sangrar".
Tão cedo não vamos perder o espírito guerreiro, por muitos lenços de seda que usemos para nos assoar ou por muito bem que usemos os talheres.

Iraque 2003 



Não me admira que os americanos precisem de ajuda no Iraque. Os iraquianos estão a ficar muito exigentes.

Tu cá tu lá 

Depois de ler o post de 23/10 da D. EspectacologicaS fiquei a pensar acerca de algumas considerações que ela faz e que têm a ver com a forma como as pessoas gostam de ser tratadas, isto é, por senhor, por doutor ou "tu cá tu lá".
Por uma questão de principio sempre tratei pessoas de mais idade por “você”, da mesma forma que trato por “você” pessoas que acabo de conhecer ou mesmo pessoas mais novas que se julgam com direito a esse tratamento, o que não considero desajustado.
Por outro lado também acho que neste particular, tal como noutros, a boa ou má memória pode levar a juízos errados: se começamos a tratar alguém por “você” e no dia seguinte, ou mesmo umas horas depois, passamos para o "tu", e mais tarde regressamos ao "você" por evidente falta de recordação das conversas anteriores, a impressão que pode ficar é de uma importância que aparentemente procuramos conceder a nós próprios, intercalada por períodos de condescendência altiva em que tentamos estar ao mesmo nível de quem, ao tratarmos por tu, parece ser inferior a nós.
No IRC, seja lá o que isso for nos dias de hoje, o tratamento por “tu” está institucionalizado devido à percentagem de anónimos que navegam por essas ondas mircianas. Cada um é ali o que pretende parecer ser e o nível é o mesmo ou não existiriam conversas interessantes.
Por aqui, na Blogária, entre mais ou menos anónimos e nomes que têm por detrás caras conhecidas, a semelhança com a vida real é muito mais que isso, é a vida real sem papas na língua, o que motiva o tratamento por "você" com a intenção de ser levado a sério, o que não implica necessariamente que não se desenvolvam amizades.
Apesar destes considerandos e sem ser imbuído de nenhum preconceito, frustração ou complexo de sup ou inf, não abdico do tratamento por "Ministro", podendo, no entanto, não ligar à falta do “Senhor”.


Citações 

"Se a chama que está dentro de ti se apagar, as almas que estão do teu lado morrerão de frio"

Mauriac

outubro 23, 2003

 


Como não sou desatento nem daltónico e além do mais considero um erro não terem incluído a beleza feminina nas sete maravilhas do mundo, apesar do Verão e dos trajes mais leves começarem a ser substituídos por outros menos coleantes, continuo a virar a cabeça na rua, e não só, sempre que alguma presença digna de registo pela minha escala de valores passa no meu raio de acção, tendo o cuidado de não cair em exageros que poderiam ser imensamente prejudiciais para o meu pescoço e tendo a noção de que a vida deve ser considerada tal como uma exposição onde as peças, no bom sentido, são para ver e não mexer.
Todo este discurso aparentemente machista e que só mesmo aparentemente o é, para levantar uma questão que, por ingenuidade ou simples incompreensão, não consegui destrinçar com segurança: porque há agora tantas loiras????
Com tantas anedotas e má fama que se procuram distribuir pelas pessoas do sexo feminino com cabelo amarelo, onde está o Bom Senso de, voluntariamente, se tornarem num muito provável objecto de piadas vulgares e piropos de rua?
Às perguntas que tenho feito a mulheres que se encontram nesta condição recebo normalmente uma de duas justificações: a mais normal é-me dada por mulheres mais nas casas dos 30/40 e que, com um sorriso beatífico, me dizem que estava na hora de começar a disfarçar os cabelos brancos que iam despontando e tal e tal… mas então porque não pintar de cinzento, castanho claro ou até ruivo?
A segunda justificação é mais simples ainda: um sorriso a atirar para o atrevido acompanhado, na maioria das vezes, por um piscar de olho e ficamos assim...
É sabido que, a seguir à cerveja, que por coincidência ou não também tem “aquela” cor, o cabelo louro de uma mulher é o que mais atrai o olhar de um homem, e só de seguida o cabelo moreno tipicamente português e que faz parte da nossa cultura é chamado à tal escala de valores, mas porque parece ser tão difícil para uma mulher assumir que gosta de atrair olhares? Tenho a certeza de que, para além de mim, mais de metade da população masculina portuguesa não vê mal nenhum nisso e aprecia sinceramente... a não ser que seja casado com uma.

No mar com colete de salvação e no ar com pára-quedas 

Afinal não foi necessário rezar ao Santo"www.Symantec.com" tal como o Sr. Rogério Montenegro me aconselhou nos comments do post "Mayday", mas de qualquer forma os meus agradecimentos e é bom saber que há sempre, numa qualquer torre de controle, alguém que ouve pedidos de socorro.

Citações 

"Pinto os cabelos de preto para os encontros amorosos e de branco para as reuniões de negócios."

Aristóteles Onassis

outubro 22, 2003

Mexilhão 

Sem quebrar o taboo que para mim se chama Casa Pia e sobre o qual nem me pronuncio, não posso deixar de referir o choque geral que está a ser o assunto das escutas telefónicas e a reacção do leader do PS.
Não vejo rigorosamente mal nenhum em que se efectuem escutas telefónicas desde que as mesmas tenham como objectivo único prevenir o aparecimento e evoluir de operações criminosas. O que não consigo, eu e mais nove milhões e meio de portugueses, conceber, é a facilidade e impunidade com que as transcrições das mesmas fogem ao famigerado segredo de justiça, bem aplicado nestes casos, mas que parece gozar de uma impunidade inqualificável. Quando se acusa o Ministério Publico, como ontem fez o Dr. Miguel Sousa Tavares, de ser o responsável por essas fugas, está-se a acusar toda a instituição, e tal como o apuramento real dos culpados das fugas, também essas acusações deviam ser alvo de investigação dado que me parece ser pouco provável que tenham sido feitas tão levianamente por quem foram.

Quanto à imagem que deixa transparecer o secretário geral do PS e todo o partido, não pelas palavras em português menos rebuscado utilizadas no SEU telemóvel, mas sim pela pressão que, sem duvida alguma, tentou (e pelos vistos conseguiu) exercer no poder judicial, coloca em perigo todo o estado Democrático pelo descrédito e desaparecimento da oposição que, assim, deixa como partido totalitário com todos os inconvenientes e deficit democrático daí derivados, o partido no poder.
Em resumo, manda o Bom Senso que nos sintamos tramados seja como for e que nos habituemos a isso.

Back (acho eu) 

Ao mesmo tempo tenho de achar graça a isto. A tecnologia é como o amor - eterna enquanto dura - por isso não sei do sitemeter (que se dane); não sei se vai chover ( arrisco e vou sair sem guarda chuva) e a bandeira nacional também desapareceu ( se calhar tinha de pagar direitos de autor e baldei-me). Tirando isto, tudo vai bem no reino.

Mayday 

Não sei o que se passa novamente com o blog. Pode ser do virus de ontem.
Vou tentar solucionar o problema nem que tenha de fazer um exorcismo.

Sem anos 

Bill Clinton, como era de esperar, estudou bem a lição sobre Portugal, e lá vai avisando que a integração vale a pena, nem que tenha de se esperar 100 anos.
Só é pena muitos de nós não termos esse tempo disponivel para avaliar da veracidade e usufruir do "vale a pena". Mais uma vez os filhos serão o alibi das nossas provações.

Citações 

"Quando uma árvore é cortada ela renasce em outro lugar. Quando eu morrer quero ir para esse lugar, onde as árvores vivem em paz."

António Carlos Jobim

outubro 21, 2003

Ao vivo e a cores 

Estava eu muito descansado a jantar e a ver o jornal da TVI, ainda tentando perceber se a mensagem do nosso Presidente tinha sido curta e grossa ou curta e fina ou apenas curta curta, quando começou o pequeno quid pro quo entre a Dra. Manuela Moura Guedes e o Dr. Miguel Sousa Tavares. Nada de especial até aqui. Nada que não fosse esperado. Só que me lembrei de um facto muito especial: a semana passada tive o privilégio de jantar com a Dra. Manuela Moura Guedes, quer dizer, não jantei própriamente com ela mas, por coincidência, jantei ao mesmo tempo e no mesmo restaurante. Também nada de especial até aqui, a não ser o facto de ter visto a referida senhora a rir, a comer, a beber e, pasme-se, até foi à casa de banho...
Nunca pensei que "eles" fizessem tudo isso também. Não cesso de descobrir factos novos da vida.

Atenções 

Pedro não podia voltar nem podia parar. Tinha consumido demasiadas energias para alcançar aquilo com que há muito sonhava e as forças faltavam-lhe, mas na televisão parecia bem mais fácil, sem calor, sem obstáculos, sem vertigens.
Olhou novamente para baixo equacionando a distância e, a custo, conseguiu de seguida olhar para cima não conseguindo vislumbrar o seu objectivo mas mantendo as mãos arranhadas crispadas na ânsia de não escorregar.
Devagar tacteou pela centésima vez um apoio para o pé direito rezando para que o esquerdo se mantivesse firme. Não se lembrava nunca de ter visto nenhum filme em que o seu herói se pudesse ter sentido como ele agora se sentia. Afinal que tinha falhado?

João não queria acreditar no que os seus olhos viam. Quando notou a falta de seu filho Pedro em frente ao televisor, seu local favorito e pelo qual ignorava com frequência as brincadeiras com os amigos e até algumas aulas, admirou-se, mas afinal o miudo tinha nove anos, já sabia o que fazia e deveria ter ido mesmo brincar. Resolveu ir dar uma volta de carro - estava na hora da nova empregada gira do cabeleireiro sair e... quem sabe? - a sua mulher há muito que chegava tarde a casa e ele nem queria pensar nisso.
Foi só quando, já dentro do carro e ao meter a chave na ignição, reparou numa mancha familiarmente colorida pendurada oscilante na fachada do prédio em frente, algures entre o sétimo e o oitavo andares, que um nome gritou na mente de João - "PEDRO"!

Virus divino 

Parece castigo, só espero que não tenha sido mesmo o deus Hipócrates, mas a verdade é que fui atacado por um virus que me obrigou, mesmo com Bom Senso, a abrir o capot do computador e apertar e desapertar parafusos, tudo acompanhado com vernáculo português do melhor.
Espero que agora tudo fique resolvido.

Juras 

Durante a minha vida de leigo no que respeita a questões da saúde, burocracias hospitalares e códigos de ética médica, sempre ouvi, en passant, falar do juramento de Hipócrates como o compromisso tradicional assumido pelos novos médicos quando já se encontram aptos para o exercício da medicina.
O nome de Hipócrates, deus grego menor que é tido como pai da moderna medicina, foi o escolhido para patrono das "artes médicas", mas convenhamos que ninguém consegue ler este nome sem se lembrar de hipocrisia, o que me causou sempre um estado de alma semi perturbado: afinal confiamos a nossa saúde a quem faz um juramento a um deus pagão e com "cheiro" a hipocrisia?
Depois de ler com atenção a versão soft do juramento, e que a seguir transcrevo, fiquei a perceber o porquê. Espero sinceramente que o juramento não passe mesmo de uma tradição, porque se atentarmos à sua letra e ao que é praticado e de todos conhecido, trata-se realmente de uma hipocrisia dos tempos modernos, onde só o espirito corporativo e perspectiva de lucro são contabilizados.

Juramento de Hipócrates " Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.
Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém.
A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.
Conservarei imaculada minha vida e minha arte. Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.
Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução sobretudo longe dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.
Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça."

Hipócrates



Citações 

"Os deuses e as fadas também se enganam"

Provérbio chinês

outubro 20, 2003

Links e linques 

Tenho verificado que começam a aparecer assumidas divisões mais ou menos partidárias, sem que isso implique necessariamente politica, no que respeita a blog´s.
Tenho de confessar que não gostava de alinhar nisso, embora muitos pretensos ilustres o mereçam, mas tenho também de confessar a minha razoavel preguiça quando se trata de acrescentar links ali à esquerda e isso, pela parte que me toca, é mesmo só porque mexer no template dá-me um trabalhão que a minha costela alentejana tende a controlar.
Embora continue a gostar dos devaneios, no bom sentido, da D. EspectalogicaS, agora bem secundados pela Espectacologicazinha junior, da novela da Dra. Ana, embora agora com interrupções que fazem com que se tenha de rever os capitulos anteriores, dos ovos estrelados da Simplesmente Maria, embora pareça que as galinhas são caprichosas a pôr e anda à procura de demasiados ovos lá para norte, do novo blog da
D. Mary, que me fez andar à toa enquanto o antigo esteve encerrado ao público, do novo lay out do Sr. José Carlos, embora ache que o amigo Jorge Costa se torna muito opinioso, mas enfim, a culpa não é do Sr. José Carlos, da critica mordaz e organizada do maizum, embora pense que ele pensa que nós pensamos que esgotou os temas, do blog aparentemente estático do overdose, que parece ter adormecido e ainda não ter acordado, das iniciativas curtas mas concisas da D. Gotinha, embora me pareça que ela também tem alguma costela alentejana, dos pontos de vista do Sr. Joel Neto, embora me pareça demasiado dividido entre a calma da ilha e o bulicio da Europa, da pegada na areia impressa pela
D. Valentina, embora me pareça que os amores de Verão afectaram o Outono, alguns outros blog´s merecem, pelas vezes que os visito e pelo interesse com que os leio, figurar na lista de links.
Irei fazê-lo em breve sem que com isso pretenda nenhuma paga em reciprocidade nem que ninguém se sinta obrigado a isso. Faço porque quero, porque gosto e pronto!

Premonições 

Ontem à noite tive repentinamente uma vontade de ouvir um pouco de David Bowie, o que já me não acontecia há muitos, mas muitos meses.
Aproveitei essa vontade para ouvir novamente algumas faixas do CD "Best Of" no qual não mais tinha tocado, literalmente, desde o dia em que o comprei.
Enquanto passavam os primeiros acordes de Ziggi Stardust sentei-me frente ao computador e espreitei um blog que há muito também não visitava - a formiga de langton - e aí­ fiquei espantado duas vezes: a 1ª porque o autor do blog parece ter anunciado o seu fim, o que me entristeceu, e a 2ª porque, para últimos posts, transcreve a letra de outra canção de Bowie, vulgarmente conhecida por Major Tom. Já hoje, ao acordar, justifiquei a mim próprio o sonho com a música China Girl com estas coincidências.


Ao sair de casa ouço, através da porta fechada do meu vizinho do lado, a voz inconfundivel de David Bowie cantando Scary Monsters.
No hall de entrada recebo um sorriso do aparentemente novo carteiro, enquanto distribui o correio pelas caixas do prédio. Um arrepio atingiu-me o estomâgo: o rapaz tinha um olho azul e outro esverdeado...
Já no carro nem me atrevi a ligar o rádio não fosse Bowie invadir-me a antena.

Se durante o dia de hoje ou amanhã sucede algo de muito bom ou muito mau a David Bowie só me resta começar a pensar, muito a sério, em arranjar uma banquinha no próximo encontro de bruxos de Vilar de Perdizes ou colocar um anuncio num jornal com um pseudónimo do tipo Professor Karambolas

Citações 

"Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci"


in E depois do adeus - Paulo de Carvalho, José Calvário, José Niza

outubro 19, 2003

Comment 

Nos comments do post "Infelicidade animal" o Pica Miolos escreve o seguinte: "Anda toda a gente preocupada com os animaizinhos (e bem!).... e os ditos animaizinhos racionais (20% na esfera da pobreza) que andam por aí na miséria ? Não há aqui um bocado de hipocrisia ?

Ora bem, a preocupação com os animaizinhos é uma. Justa, séria e cada vez mais actual ao contrário do que deveria ser. O problema é que os animais não podem telefonar para o provedor nem fazer queixas directamente à Sociedade Protectora.
Os "animaizinhos racionais" no limiar da pobreza constituem outro problema - grave - mas que não depende exclusivamente de terceiros anónimos. A sociedade, e desta vez não me refiro à SPA, sabe o que se passa mas as leis de mercado falam mais alto.
A pobreza existe e é preocupante, mas a verdade é que os actos sociais não se compadecem dela e em vez de operações reais de cura são apenas emprestadas aspirinas para que não espirrem continuamente.
O que me assusta, e utilizando outras analogias, é que se nós, que estamos nos 80%, não fazemos parte da solução fazemos parte do problema, e isso não é hipocrisia, é impotência e um quase desespero.

Hombre, qué pasa? No pasa nada... 

Dois dias sem alimentar o blog e nem uma queixa, nem um latido, nem um leve murmúrio de abandono órfão. Por outro lado fiz a habitual ronda e até uns (post de Sábado, Outubro 18, 2003, intitulado COMO ISTO ESTÁ) dos habituais campeões de audiências se lamentam da falta de clientes. Será que a onda bloguista já passou e estamos todos a surfar na espuma que ficou ou pura e simplesmente o desencanto à boa moda chilena tomou conta da Blogária?
Entre troca de galhardetes bloguistas, retribuição de comentários e inveja mal dissimulada, nem sequer a importância do segredo de justiça – que efectivamente faz com que valha a pena copiarmos a atitude do modelo – consegue abanar o marasmo que parece querer chegar com o Inverno.
Não acredito que se esgotem os temas. Há sempre uma obrazita de Camus ou um cotão novo no umbigo acerca de que falar. Apesar de este não ser o Ministério da Cultura (ou da Coltura como já foi chamado), aqui fica o meu apelo, em nome do Bom Senso, para que não deixem de partilhar as experiências, pensamentos, poesias ou estados de alma com alguém que os goste de ler, e haverá sempre alguém.

CR&F na noite  


Finalmente fiz um safari. Não um daqueles perigosíssimos do Kruger Park nem um daqueles menos perigosos com Hipopótamos e Elefantes Brancos. De facto, o que fiz foi uma incursão inocente e camuflada no meio da fauna da noite lisboeta mas que me divertiu e quase me fez sentir um jogador de futebol em noite de folga.
O objectivo era testar e observar a importância de C.R.&F. nas pessoas.
Considero que C.R.&F. são palavras de ordem inconscientemente dominantes em quem sai para “a noite” e defende a cultura do espelho e, obviamente, refiro-me a Charme, Ritmo & Feeling.
O Charme é cultivado como uma forma de estar ostentada com orgulho e trabalhada horas a fio, quer observando modelos predefinidos em revistas da moda quer efectuando um trabalho de espelho com o cuidado do pormenor nas suas poses mais vulgares, mas sobretudo em duas, a que poderemos chamar de “Pista” e “Bar”.
O Ritmo é, igualmente, trabalhado com a ajuda de espelhos, embora ver com assiduidade a Fashion TV ou o Canal Sol, dependendo da faixa etária da tribo onde cada um se pretende integrar, seja meio caminho andado não se devendo, no entanto, desprezar o próprio andar: andar com Ritmo é difícil e não se pode - ou não se deve - ir de gatas para uma pista de dança e muito menos de lá sair assim, sob pena de a caçada sair gorada.
O Feeling é o mais difícil de treinar. O tempo dos olhares lânguidos já terminou e, se as revistas da especialidade têm o mérito de ensinar, têm o demérito de serem de venda livre, o que significa que a tanga ensaiada e pronta a aplicar pode ser dada a um(a) leitor(a) da mesma publicação e que se encontra, assim, já na posse do antídoto, o que faz do Feeling a arma de caça capaz de fazer a diferença nestes safaris nocturnos se a originalidade o for de facto. Mas o maior problema do Feeling é não se poder utilizar o espelho mas sim a boca e, consequentemente, palavras e frases – um só “dah” não me pareceu eficaz – para que transpareça.
O conjunto CR&F é imprescindível para estes safaris e a falta de um deles é suficiente para nos transformar em simples espectadores, e passo a citar o meu exemplo: esquecido que estava destas andanças menosprezei o Ritmo… daí alguém me ter perguntado, num bar onde se notava a superior afluência de indivíduos de origem africana, se eu era mesmo o Dr. Livingstone. Mas ao invés de me desmoralizar só me levantou a moral para a próxima oportunidade. Afinal não me confundiram com o Dr. Jekill nem com o Mr. Hide...

Citações 

"Palavras de bondade podem ser curtas e fáceis de pronunciar, mas os seus ecos são verdadeiramente infinitos.”

Madre Teresa de Calcutá


outubro 16, 2003

Infelicidade animal 



Muito bem, tal como sugere Alexandre Monteiro nos comments à citação de hoje, e tal como fazia parte dos meus planos, daí ela versar os animais, falemos um pouco do status animalistico.

Seja através de traficantes ilegais (acho que os traficantes são sempre ilegais mas enfim), seja através de comerciantes sem escrúpulos ou de outros com uma leve aparência escrupulosa, a verdade é que, dalguns anos a esta parte, se tem instalado na classe média um desejo de posse mal medido e pior ponderado de ter animais.
Inicialmente o desejo supremo era ter "um daqueles cães de olhos azuis" ou "daqueles que aparecem nos filmes de guerra e metem medo ao vizinho", daí a vendas de Husky´s Siberianos, Doberman´s e Pittbull´s terem disparado e inúmeras varandas e marquises por essa Lisboa fora serem a "solitária" onde animais definham interiormente mantidos exteriormente à custa de medicamentos milagrosos que não fazem cair o pêlo.
Mais tarde e reconhecida a falta que a marquise faz e o facto de ser impossível controlar o esfíncter dos animais, "evoluiu-se" para o desejo de ser o feliz proprietário de um animal exótico, e quanto mais exótico melhor porque impressiona muito mais os colegas de escritório, os colegas de faculdade e aterroriza os vizinhos.
Entram então em cena as tarântulas, cobras dos mais variados tipos, camaleões, iguanas e bichos móis, parafraseando a cantiga alentejana.
As vantagens são imensas: comem menos, não ladram, se morrerem é só meter no lixo e o status continua em alta, pois a substituição nem se nota.
Entretanto os Husky´s considerados indesejáveis já vagueiam abandonados por entre os caixotes do lixo da Caparica, os Doberman´s foram abatidos porque podem ameaçar as criancinhas e os Pittbull´s ainda renderam 50 euros na Pedreira dos Húngaros e nem necessidade houve de lhes calçar luvas de boxe.
A irresponsabilidade com que se adquirem e mantêm animais nos tempos que correm é de uma manifesta falta de Bom Senso e indicia atitudes criminosas e negligentes. Arrepio-me só de pensar como deve ser triste até ser cão em Portugal.

Citações 

"A grandeza de uma nação e o seu progresso moral pode ser julgado pela forma como os seus animais são tratados... Acredito que quanto mais indefeso um ser, mais direito tem à protecção do Homem contra a crueldade do Homem.”

Ghandi


outubro 15, 2003

La revancha del Duron II 

E agora com o inglês "The Guardian"??? Vamos acabar com a publicidade, cortar relações diplomáticas com Tony Blair ou declarar guerra logo que tenhamos os submarinos?????

La revancha del Duron 

No blog do Guarda Redes já está tudo, e bem, dito, mas eu tenho que escrever algo também sobre o assunto: ao suspender a publicidade ao Euro 2004 na Time será que o Governo não nota no ridiculo em que cai e faz Portugal cair?
Isto só me faz imaginar se este tipo de represálias infantis se passam aos olhos de todo o mundo, como serão os jogos de bastidores por causa das noticias polémicas publicadas em Portugal por jornais portugueses?

 



Escrever sem conhecimentos científicos sobre qualquer tipo de doença pode fazer-se como se de um exercício de exorcismo se tratasse, tentado afastar fantasmas sempre presentes, ou pode tornar-se numa experiência gratificante quando o que se pretende é chamar a atenção, incluindo a nossa própria, para padecimentos que parecem distantes devido unicamente a acasos.
O desafio, ao qual aderi de bom grado é hoje, neste dia não esquecendo nos vindouros, falar de algo que apenas remotamente era do meu conhecimento mas que, ao procurar por informação, me conseguiu comover e motivar: a leucemia.
Trata-se de uma doença que, infelizmente, se encontra mais disseminada do que inicialmente poderíamos julgar. Milhares de pessoas, na sua maioria crianças, sofrem nas camas de hospitais aguardando por uma de duas saídas para o mal: a morte ou um doador de medula compatível.
Todos nós já ouvimos falar de casais que, ao ter conhecimento de que o seu filho sofre de leucemia, tentam desesperadamente encontrar um doador salvador, chegando ao extremo de gerar uma nova criança, com toda a responsabilidade que isso acarreta, na esperança de salvar o filho doente.
No entanto o que muita gente não sabe, tal como eu também desconhecia, é que, para além do transplante familiar, também existe o transplante alogênico, ou seja, um doador de medula que sem nada ter a ver com o doente ser, por mero acaso, compatível e a porta de saída de uma agonia terrivel.
Tal só é possível se nos tornarmos conscientes e assumirmos que, com um
simples acto médico, podemos salvar vidas.
Podemos encontrar na net formas de nos tornarmos doadores de medula, bastando para isso algum empenho e tendo sempre presente a ideia de que poderemos representar um bocadinho do céu na terra para alguém que nos procura sem saber quem somos, mas sabendo que estamos algures, por aí, e que bastava dizermos “presente” para acabar com a sua dor.
Pensem nisto mas não parem para pensar. Todos nós fazemos falta já.

Citações 

"Dizemos sempre que o tempo muda as coisas, mas na verdade temos que ser nós próprios a mudá-las.”

Andy Warhol

outubro 14, 2003

(Des)Confiança politica 

Agora, para além do refrão "tenho a consciência tranquila", há mais um na moda e que, dadas as circunstâncias, está a ser utilizado descaradamente: "mantenho a confiança politica".
Durão Barroso mantinha a confiança politica em Martins da Cruz, Ferro Rodrigues mantém a confiança politica em Ana Gomes, o ministro da Administração Interna Figueiredo Lopes mantinha a confiança politica em Gil Martins no Serviço Nacional de Bombeiros... enfim.
Seria de Bom Senso acrescentar-se qualquer coisa quando se fala de confiança politica, sugerindo eu que a frase completa fique da seguinte forma: "... mantenho a confiança politica em XXXX até à presente data e hora..."

O Samba de Bragança 

Uma das primeiras notícias do dia foi a reportagem da Time sobre a prostituição, especialmente a praticada por cidadãs brasileiras, na cidade de Bragança.
A notícia fez agitar também os nossos media atentos que estão a quem fala de nós, por essa Europa fora.
O problema da prostituição, se é que se trata de um problema, não tem a ver especialmente com cidadãs brasileiras, porque mais uma vez se trata de um "serviço" prestado por imigrantes não havendo aparente disponibilidade para cidadãs nacionais o prestarem, ou por falta de qualidade ou por falta de vocação.
Mas a queixa das mulheres de Bragança, quiçá fazendo eco de outras espalhadas pelo país mas menos visíveis, é, mais uma vez, um problema de mentalidades. O exemplo aparentemente real apontado na Time, da mulher que carrega a filha ao colo e espera o marido à porta do bordel e, quando este sai, se limita a entrar no carro com ele e a voltar para casa, é revelador do diálogo possível entre o casal, com tudo que isso implica de negativo.
Não é de Bom Senso culpar outros e desculpabilizar os seus, embora seja infinitamente mais prático e cómodo.
Afastar a tentação só faz com que, depois dela conhecida e assumida, seja procurada mais longe, e a verdade é que, mais que um problema de afectos, a preocupação das mulheres bragançanas tem tudo a ver com o dinheiro gasto pelos maridos e não pelo afecto artificial comprado pretensamente pela ausência do verdadeiro.

Citações 

"Sei quem ele é
ele é bom rapaz
um pouco tímido até
vivia no sonho de encontrar o amor
pois seu coração pedia mais,
mais calor"


Jorge Silvak (inspirado n´O Meu Pipi e em Madalena Iglésias)

Já me i-Rita mas não vou falar mais disto 

Ainda não percebi se a Rita Ferro Rodrigues anda a gozar com toda a gente, se está só enganada e ninguém tem coragem para lhe dizer ou se sou eu que tenho um computador "a La Ferrari".
Acabei de ver que agora anda a postar textos como "recuperados", mas o facto é que eu consigo lê-los desde o que me parece ser o seu primeiro post, precisamente intitulado "No parapeito" de 7/21/2003 05:30:56 PM.
Não é que me tire o sono, mas detesto ficar com dúvidas existenciais tão simples: afinal aquilo existe ou não???

outubro 13, 2003

O fado de Ana Gomes em três andamentos 

Jornal da Noite da TVI. Cerca das 20h 40m. Aparelho de televisão sem som. Distância do espectador ao ecrã: cerca de 4 metros. No ecrã uma sósia da Júlia Pinheiro, mais velha, gesticula com o pivot como faria a D. Júlia nos bons tempos.

Jornal da Noite da TVI. Cerca das 20h 40m. Espectador de costas para o aparelho de televisão. Som do aparelho normal. A voz tonitruante de uma senhora pseudo indignada repete até à exaustão que é mãe e avó e quer acabar com a pedofilia. O pivot tenta pôr ordem na entrevista. A voz continua a interromper de uma forma exaltada como se evitar o fim do mundo fosse o seu objectivo e este o meio escolhido.

Jornal da Noite da TVI. Cerca das 20h 40m. Espectador a cerca de 4 metros do aparelho de televisão. Visibilidade normal. Som normal. No ecrã uma Dra. Ana Gomes com um visual Júlia Pinheiro e longe da calma e Bom Senso demonstrados quando na Indonésia. A exaltação e tom de voz com notas de uma indignação teatral, como se fosse dirigida aos espectadores sentados na última fila, era a imagem de marca escolhida e ultimamente repetida sempre que pode pela Dra. Ana Gomes para se perfilar, perante os companheiros partidários e eleitores, na substituição de um Dr. Ferro Rodrigues com os pés cheios de tiros por ele próprio disparados nesta altura do campeonato.

Pânico francês 


O Professor Marcelo Rebelo de Sousa utilizou ontem, na TVI, uma expressão nova - "não devemos panicar" - traduzindo quase de seguida para "não devemos entrar em pânico".
Apesar de eu gostar da expressão, que traduz muito do que os portugueses sentem neste nomento, ou seja, estão bastante "panicados" com a situação do país, era de Bom Senso que o Professor Marcelo, com a boa memória que todos lhe reconhecem, se recordasse que não está numa televisão de um país de expressão francófona mas no seu próprio... ou será um efeito do jet-lag?

Telhados de vidro 

Anda toda a classe politica irritada com os media e com os jornalistas pela exposição, supostamente negativa, dos seus actos públicos que queriam manter em privado. Ainda há pouco vi o Dr. Alberto João manifestar-se, à sua maneira, sobre o assunto: "digam o que quiserem, eu faço o que me apetece".
Quando querem mostrar obra feita ou comunicados com interesses eleitorais não se abstêm de convocar conferências de imprensa. A continuar este braço de ferro não me admirava surgirem alguns boicotes às mesmas...
Até se fala em atentado à democracia... mas, convenhamos, é um atentado democrático, ou preferiam uma ETA portuguesa?
Quem tem telhados de vidro deve mantê-los limpos ou fora do alcance das "pedras", mas o ideal seria não os ter.

Gestão de empresas 

Qualquer empresa que se preze gostaria de ter, entre os seus quadros, os melhores profissionais que possam contribuir para o engrandecimento da empresa assegurando as mais valias dos accionistas e, para tal, não olham a custos para os obter, significando isso salários elevados e outros benefícios negociados.
É precisamente sobre este assunto que, de uma forma pertinente, o Dr. Eduardo Barroso fala na sua crónica semanal no DNa, “Sem Receita”.
O diagnóstico do Dr. Eduardo Barroso sobre o estado da nação é fundamentado de uma forma elegante e objectiva no facto de o Estado não poder ou não querer pagar a gestores de primeira linha, de créditos formados e demonstrados.
O resultado é o que está à vista: os gestores da “nossa” empresa Estado são os possíveis com os salários que lhes são pagos e que, embora para o cidadão comum possam parecer elevados, só conseguem pagar o que temos, ou seja, gestores (e estão incluídos nesta categoria ministros e secretários de estado) sem a qualidade e empenho necessários mas que se julgam a nata de um leite azedo.
A solução não passa por pagar mais aos que estão mas sim nomear peritos empenhados para os diversos ministérios e não curiosos de ocasião. Com estes só se dá azo à politica do “mal o menos” que nos governa.
Gostei do artigo do Dr. Eduardo Barroso.

Citações 

"Das janelas destes Ministérios quarenta cunhas nos contemplam."

Jorge Silvak (inspirado por Napoleão e pela actualidade politica nacional)

outubro 12, 2003

News, News, read all about it 

O meu Pipi já está em livro, passe a publicidade.
Depois de um aperitivo na revista Maxmen e analisada a qualidade, indiscutivel, dos textos pela D. Charlotte, foi por esta, através da editora "Oficina do Livro", adivinhado o interesse comercial de uma compilação de escritos com temas brejeiros apresentados como se de um novo Crime do Padre Amaro se tratásse.
Efectivamente não se trata de um crime, nem deverá haver padres no assunto - com uma ressalva para a identidade do Pipi, que até pode ser mesmo um prelado - mas não sei se disponibilzar ao público em geral um exemplo de blog como "O meu Pipi" poderá de alguma forma chamar a atenção, de uma forma positiva, para a Blogária.
De qualquer forma o Pipi merece, D. Charlotte merece, e nós merecemos, portanto, dependendo do preço da "obra", parece-me ser de Bom Senso comprar (tenho a minha consciência tranquila porque não tenho comissão pela publicidade).
Só estou curioso para ver se o Professor Marcelo o aconselha na TVI...

Olhos 


Se perguntarmos a várias pessoas qual dos cinco Sentidos com que a natureza teve o Bom Senso e a bondade de nos brindar considera mais importante e capaz de alterar radicalmente a sua vida no caso de o perder, a primeira resposta será: “nunca tinha pensado nisso”.
Depois de alguma cuidada meditação, onde irá recordar o cheiro do mar, o toque da pele da última conquista, o paladar “daquela” refeição, a melodia do seu CD de sempre e a imagem dum qualquer Taj Mahal, a resposta mais provável será a Visão.
De facto poucos de nós se imaginam sem o Sentido que dá mais sentido à nossa existência. O prazer de ler, de escrever desabafos no blog, de ver a novela ou o jogo de futebol porque esperou todo o dia, não tem preço. E a ideia, meramente no campo das hipóteses fatalistas, de poder ficar invisual, fará tremer e, possivelmente, andará acompanhada de ideias de suicídio pelo tormento que representa.
Não posso deixar de dar imenso valor a quem, por qualquer motivo, perdeu a visão e consegue sorrir quando recorda as imagens que um dia a retina lhe transmitiu e que para outros ficaram presentes como banalidades do quotidiano.

O erro da Federação 

Luis Filipe Scolari
Será que escolhemos o certo???

Gene Hackman

Dejá Vu 

Ontem à noite, o maestro Miguel Graça Moura, ao ser confrontado pelo pivot do Jornal da Noite da TVI com a má gestão que, alegadamente, tem vindo a fazer, disse: " tenho a consciência tranquila".
A quem é que já ouvimos isso???

Citações 

"É mais fácil mudar o curso de um rio que mudar de carácter."

Provérbio chinês

outubro 11, 2003

Amizades 

A citação de hoje não foi, tal como nunca é, escolhida ao acaso, mas nem todas são escolhidas por terem a ver com um post posterior. Este post tem a ver precisamente com a citação.
A amizade entre sexos diferentes é uma amizade tão diferente como os próprios sexos. Entre Homem e Mulher existem diferenças a todos os níveis e semelhanças apenas de género, o que faz com que a amizade Homem/Homem se torne numa cumplicidade quase ao nível de adeptos do mesmo clube ou parceiros de copos nocturnos, sem qualquer tipo de intimidade partilhada, dado que a este nível a partilha sugere dar pistas à concorrência na disputa por qualquer coisa objectiva ou uma masculinidade mais frágil.
A amizade Mulher/Mulher, embora aparentemente surja como mais partilhada emocionalmente, está longe de o ser, conhecida que é a tendência feminina para ver na sua semelhante uma adversária potencial e uma inimiga temível se não se tomarem providências, o que poderá não acontecer se uma das amigas for efectivamente tão feia que até possa ser considerada como amiga ou tão parecida com a mãe que lhe lembre ternuras maternais passadas.
A amizade Mulher/Homem é uma amizade mais profunda, podendo ser partilhada sem riscos de parte a parte, mas com mais armadilhas do que minas em Angola: é uma amizade que facilmente pode progredir ou degenerar, dependendo da perspectiva (e da intensidade dos contactos e experiências), para espaços do coração, muitas das vezes já ocupados por compromissos assumidos por escrito e empréstimos para compra de habitação.
Pelas razões apontadas sugiro aos “Grupos de Risco Partidários da Amizade Pura Entre Sexos” que, como Amigo/a, se concentrem as procuras (e baixem as defesas) em Tamagoshi´s evoluídos ou cachorrinhos inteligentes: são honestos, carentes e não esperam nada mais de nós que a comida do dia a dia, o passeio nocturno para xixi e uma festa no pêlo que nos deve a nós, e não à Isabel Queirós do Vale, o facto de ser sedoso.

O Triângulo das Bermudas que faz desaparecer os euros - Parte II 

Se bem que eu já desconfiasse de qualquer "honestidade" e esperteza bancária parecida, o GALO DE BARCELOS, certamente por conhecimento profissional que terá do sistema, fez o favor de responder ao meu post de ontem, resposta essa colocada nos comments mas que eu passo a transcrever: "Esse dinheiro fica retido numa conta do próprio banco. É utilizado para investimentos próprios do banco. Se juntar os cheques diarios de todos os clientes de um banco, chega rapidamente À conclusão que essa conta terá um valor bem razoável. Por isso veja quanto os bancos ganham com essa politica. .
Os meus agradecimentos pela explicação que, mais uma vez, me relembrou e confirmou o facto de existirem uns seres mais espertos do que outros.

Dinossauros excelentíssimos 



O filme "Parque Jurássico", de Steven Spielberg, e a Pedreira do Galinha, na Serra D´Aire, a que se seguiram séries televisivas com algum sucesso pelos efeitos especiais criados em computador e devido ao interesse despertado pela pergunta clássica "porque desapareceram os dinossauros?", fez com que a curiosidade sobre estes animais pré históricos, apresentados como bons gigantes, com um ar simpático e pachorrento comendo as suas folhas das copas das árvores, renascesse e mesmo se popularizásse.
Mas no meio de toda a agitação e estudo motivados pela constante alusão aos Tyranossaurus Rex, e Velociraptors, o certo é que continua a existir uma discrepância na designação dos bichinhos: Dinossauros ou Dinossáurios?
Mesmo extintos, devemos designá-los pelo seu nome correcto. Não gostariamos que, daqui a 10.000 milhões de anos, uns seres com tamanho de formigas e capacidades cerebrais de fazer inveja a Einstein, se referissem a nós - espécie humana - como "os Humanonos".

Citações 

"Sempre detestei a crença de que o sexo é o principal vínculo entre homens e mulheres. A amizade é muito mais humana."

Agnes Smedley

outubro 10, 2003

Espelho meu 


Que os padrões de beleza têm mudado ao longo dos tempos não é novidade para ninguém. As figuras balzaquianas já não são apreciadas a não ser por mentes conservadoras e o belo horrivel fica reservado para relações masoquistas.
Os corpos esbeltos, tipo Danone, são publicitados até à exaustão e a produção feminina efectuada antes de um acontecimento especial assemelha-se cada vez mais às produções efectuadas por maquilhadores profissionais antes dos desfiles na passerele.
É um facto que a beleza, não estando padronizada naturalmente e não bafejando todos à nascença, é uma determinante do sucesso da vida social, mas como contrapartida cada vez é mais fácil consegui-la. Como diz o poeta "não há mulheres feias, há sim mulheres preguiçosas".
O caso muda um pouco de figura quando se trata da cara. Não dá para trabalhar em ginásio e, no caso masculino, nem sequer existem hipoteses de bases e cremes sob o risco de parecer estar a fazer concorrência ao José Castel-Branco, o que, convenhamos, não me parece que agrade à maioria dos homens.
Era de Bom Senso estudar a possibilidade de se conseguir arranjar uma cara ao gosto de cada um. Ficavamos assim com hipoteses de escolher a melhor cara para cada evento ou mesmo para uso particular e avulso, sendo só depois tomar precauções e encolher aquele estomâgo...
Esta utopia do "hipermercado" de caras teria igualmente um sucesso entre os politicos,necessitados que estão muitos de mudar de cara depois das broncas em que se metem.

Revolta na Orquestra 

Mais um escândalo latente chegou às páginas dos jornais e promete fazer o barulho de uma orquestra sinfónica desafinada: a Orquestra Metropolitana de Lisboa tem, alegadamente (continuo a gostar dos efeitos desculpabilizantes da palavra), sido dirigida por quem se julga senhor feudal. O problema é que os servos, agora, revoltaram-se, e nem o "ouvido absoluto" da absolutamente tirana personagem do maestro Miguel Graça Moura consegue ouvir o silêncio que acabou.
Mais uma peixeirada tipicamente portuguesa que, apesar de ter muita lagosta dados os hábitos de quem a provoca, atinge o nivel de quem se pensava impune. Agora é um caso de policia.
Quando Miguel G. M. tem de sair da Associação Música-Educação e Cultura escoltado pela PSP, e mesmo assim não vê razões para se demitir, muita coisa vai mal e a habituação ao tacho não se perde sem umas palmadas nas mãos. E, já que o maestro é tão intelectualmente evoluido, essas palmadas podem ser acompanhadas de uns palavrinhas em inglês para dar estilo: " tss tss naughty boy".

O Triângulo das Bermudas que faz desaparecer os euros 

A entrevista a um banqueiro ontem, na RTP 1, fez-me lembrar um dos mistérios relacionados com os bancos mas que me faz mais lembrar o Triângulo das Bermudas: alguém me passa um cheque de € 1000, cheque esse que eu deposito na minha conta. À pessoa que me passou o cheque são logo nesse dia retirados da sua conta os € 1000, na minha só aparecem depois de cinco dias.
A questão, que é antiga mas continua um mistério para mim, é: onde param os € 1000 durante esses cinco dias???
Agradeço explicação de algum especialista que, porventura,possa ler este post, porque para mim não faz o minimo sentido.

Citações 

"Se tenho de escolher entre dois males, escolho sempre aquele que ainda não experimentei"

Mae West

outubro 09, 2003

Ilha Terceira 




Já tive por três vezes o privilégio de passar férias nos Açores, mais concretamente na Ilha Terceira, o que me valeu uma nova paixão.
De facto, a Ilha tem tem qualquer coisa que não consegui ainda definir e para a qual já arranjei n teorias, nenhuma delas comprovada: o facto de a Ilha ser a parte ainda visivel do desaparecido continente da Atlântida poderá ter uma influência na boa disposição constante da sua simpática população. Por outro lado o ambiente de festa também quase constante e que se prolonga meses a fio contribui para um real encantamento equivalente ao descrito por Camões sobre as Tágides. Coloquei ainda a hipotese de ser a minha disposição, influenciada por um periodo de férias, a assumir um bem estar por isso mesmo, mas a verdade é que, mesmo em trabalho, a Ilha Terceira continua a ter um efeito quase mágico.
Outra das coisas que sempre senti foi o facto do tempo passar a uma velocidade de caracol preguiçoso. Mais uma vez não comentei e remeti essa sensação para o meu descanso interior. qual não é o meu espanto quando vejo nos outdoors publicitários o slogan " Açores, onde o tempo não passa".
Em resumo, mesmo porque muito mais haveria a dizer, ainda se trata de um local perfeito para quem queira e possa Viver, sem os bulicios das grandes metrópoles mas com a beleza e sossego dos pequenos paraisos acessiveis.

Olhar para outras coisas 

Um dos grandes problemas dos bloguistas tem a ver com os assuntos, ou a falta deles. Para quem, como eu, tomou como principio não escrever sobre futebol ou Casa Pia fica, num periodo de acalmia dos cromos de serviço como hoje, limitado. Ao contrário de achar isso mau até me parece bem por duas razões: 1ª porque é sinal que tudo vai mais ou menos cá pelo Reino. 2ª porque me dá liberdade para divagar, devagar, dentro dos contextos cerebrais que andam a ficar muito limitados pela atenção que dispensam aos acontecimentos.

Stress Radical 



Uma coisa que sempre me fez pensar é a necessidade que muitas pessoas, em particular do escalão etário 15-27, parecem ter de adrenalina extra.
Inventam-se desportos, apelidados de radicais precisamente pela sua inovação, carga de perigo e espectacularidade, e a aderência é sempre enorme, bem como o dispêndio monetário no equipamento, grande parte do qual se destina a minimizar os perigos do desporto.
Como exemplo posso referir os Body Jumping, Parapente, Downhill Mountain Bike e, mais recentemente, o chamado Kitesurf.
A minha duvida, e que é meramente do foro clinico, prende-se com o desconhecimento que tenho, daí a estranheza, se o aumento de adrenalina consegue acabar ou reduzir o stress de uma vida de trabalho, contas por pagar ou espectros de desemprego, ou se tem como único objectivo agitar vidas que, sem essas "injecções" desportistas radicais, nâo passariam das conversas repletas de yá´s e bué´s, com os participantes sentados na relva de um qualquer jardim, divagando sobre se Sá Carneiro viveu na Idade Média.

Citações 

"Sorte ou fado - assim lhe chamamos.
Depois de o saber, de o confirmar, sei hoje que todo o gesto - o mais pequenino - tem importância.
A conclusão é redentora para quem acha que tem uma vida estéril.
Nunca o é, se pensarmos bem.
Serviu para qualquer coisa de que só mais tarde nos apercebemos.
Só mais tarde valorizamos.
Só mais tarde podemos valorizar.
Hoje, amanhã, qualquer dia.
Se nos dermos ao trabalho de associar.
É uma exercicio extravagante, mas poderoso, este de imaginar as possibilidades de agir, tomar esta ou aquela atitude."


in A Menina dança? - Rita Ferro

outubro 08, 2003

Rita e o lobo 

Afinal quem tinha razão? Tal como eu já tinha referido num post de 06/10, o blog de Rita Ferro Rorigues já está outra vez no ar... e completo. Penso que nem sequer resgate foi pedido.
O Bom Senso perde-se quando se entra demasiado depressa em teorias de conspiração e alarmismos.
Como também já disse no meu outro post sobre o assunto, compreendo perfeitamente a sensação de perda profunda de Rita, de cujo blog eu próprio sou seguidor, mas não está certo brincar tantas vezes ao Pedro e o Lobo e causar um pânico tão grande aqui pela Blogária.

Confiança e falta dela 

A TVI fala inúmeras vezes do caso "Rui Pedro", o miudo que desapareceu há cerca de cinco anos.
A jornalista Felicia Cabrita despoleta o agora chamado caso "Casa Pia".
A SIC levanta o caso dos dois ministros e desmascara o ex dos negócios estrangeiros.

Estes são apenas três temas que me vêm neste momento à memória, sem me esforçar, dos muitos que ao longo destes anos o jornalismo de investigação tem posto na praça pública, pressionando as autoridades e governos no sentido de tomarem atitudes e abandonarem situações de corporativismo cumplice, silêncio cómodo ou puro desleixo.
Seja em nome das audiências ou por outra razão qualquer, o facto é que a comunicação social tem tomado o lugar de oposição e tem-se substituido às policias no que concerne a investigação.
Por outro lado e devido a algum entusiasmo de principiante por parte de alguns jornalistas, temos deparado com algumas crucificações públicas injustificadas e mais tarde desmentidas.
É isto que acontece quando quem tem de o fazer se demite, quando quem não devia fazer tanto tem o céu como limite e quem como nós, pessoas normais, deveria confiar... desconfia.

Esperem muito dele 

Sem pretender ser um elogio fácil, ando há imenso tempo para o fazer. Refiro-me concretamente ao prazer que me dá ler o blog não esperem nada de mim que, desde o meu primeiro contacto com a Blogária, me chamou a atenção por várias razões: a diversidade de assuntos, a acessibilidade com que são expostos, a ausência de vedetismo (embora continue a discordar com o facto de não existirem comentários nos blog´s) e a opinião esclarecida que tenta fazer passar, no bom sentido, deixando ao critério do leitor a decisão final na interpretação.
Não conhecia o Sr. Joel Neto, nem conheço, embora tenha lido a entrevista que deu, há algum tempo atrás, ao DNa. Além dos predicados acima apontados, que só podem pecar por defeito, tem mais dois que lhe não ficam mal: ter assumidamente nascido na Ilha Terceira cujas gentes e costumes tanto aprecio e o facto de ser do Sporting.
Agora com o inicio do novo blog O Rosto Com Que A Europa Fita, em parceria com dois amigos dando "rosto" a uma ideia original e mais abrangente, deu-me ainda mais esperanças de boas leituras.
E porque a vida não tem tudo de mau aqui fica o registo.

Carne viva??? 

Ontem, no Big Brother, ao ser-lhe oferecido um salpicão, Teresa Guilherme saiu-se com esta: "obrigada mas não como carne morta".
Os portugueses puseram logo a imaginação a trabalhar...

Citações 

"Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes"

Shakespeare

outubro 07, 2003

Apreciação visual erudita 



Edvard Munch - Two Women on the Shore
porque gosto da cor e fica bem na parede


Demitiu-se 

Afinal hoje houve pessoas menos tolerantes do que eu. Martins da Cruz demitiu-se. Imperou o Bom Senso ou já não havia paciência para tanta falta de vergonha.

Tolerância 

Hoje sinto-me muito solidário e tolerante, por isso, ou precisamente por isso, consigo admitir (leia-se engolir) muito bem o facto do ministro Martins da Cruz não se pretender demitir e o nosso 1º ministro também, alegadamente (boa palavra esta), pretender que ele continue em funções.
Anda um diplomata por esse mundo fora a lutar pela vida, sempre a ser olhado como um pelintra pelos seus pares, e quando por fim consegue ser ministro na sua própria terra e que os vizinhos o consigam ver no banco de trás de um BMW preto, por causa duma coisa sem importância (parece que a filha até é pequena e não ocupava muito espaço na faculdade) querem estragar a vida a uma pessoa e recambiá-la para uma missão diplomática sabe Deus onde. Logo agora que estava tudo encaminhado e até tinha conseguido que a Maria Elisa fosse aos saldos em Londres. Além do mais ele até é ministro dos Negócios Estrangeiros pelo que a sua actividade tem a ver com outros países que nem devem ter ouvido falar deste “boato” mal intencionado, dado que foi um Negócio Português.
Quanto ao Eng. Durão Barroso, não se pode dar ao luxo de perder dois ministros de uma vez e só por causa da tal pequerrucha, além de que ter que arranjar colocação para Martins da Cruz e toda a família no estrangeiro e mandar regressar, com os custos inerentes, outro diplomata, não faz sentido pela razão que é.
Tudo o que eu escrevi não tem o mínimo Bom Senso mas que tem uma grande carga de tolerância tem, não podem negar.

O Senhor dos Anéis 

Frodo Baggins não conseguia resistir a rir-se sozinho, sentado no sofá da sua casa no Shire fumando o cachimbo que fora de Bilbo, de cada vez que se recordava da esperteza daquele casal portucalês (como se isso pudesse ser nacionalidade que se tivesse) ao convidá-lo para ser padrinho de casamento.
Ao principio tinha-se sentido honrado, mas a profecia de Gandalf assomou-lhe ao espírito: “um casal de uma terra distante e que só é boa em hóquei em patins tentará, com uma esperteza saloia como a dos Orcs, obter o Poder para fins lucrativos”.
Na véspera do acontecimento matrimonial e depois de já feitas as malas, quando colocava ao pescoço o fio de onde pendia o Anel, um telefonema do noivo tirou-lhe todas as dúvidas que pudessem subsistir: “ Tio Frodo, daqui fala o noivo, é só para não se esquecer da aliança…”
A associação ao aviso de Gandalf foi imediata – aliança = Anel – eram aqueles pseudo bandidos, que apenas conseguiam enganar outros da mesma raça, que se atreviam a tentar, por uma artimanha digna de um Gollum embriagado, a roubar-lhe o anel… pois que esperem no altar!

Espanha Marca 

A campanha de publicidade ao país vizinho, em página inteira na imprensa nacional, e que tem como “frase de combate” “Espanha Marca”, é um sinal de concreto Bom Senso por parte dos tais nuestros hermanos e demonstrativa da agressividade, no bom sentido, com que pretendem encarar o turismo e atrair portugueses ao seu país.
Era interessante saber o que está a ser feito de similar pela nossa Delegação de Turismo porque ainda não consegui encontrar nada sobre Portugal em jornais espanhóis. Se calhar não tenho consultado os jornais certos e existem, efectivamente, nos jornais desportivos espanhóis que não tenho visto, campanhas alusivas ao Campeonato da Europa de Futebol 2004 e que devem ter como teaser uma frase do género: “Esperamos que Portugal marque”.

Bill Clinton em Portugal 

O ex-presidente dos USA, Bill Clinton, efectua em Lisboa, no dia 21 de Outubro deste mês no Carlton Palace Hotel, uma conferência subordinada ao tema "Os novos desafios da globalização e a crise de valores comuns".
Cá pelo Ministério está tudo muito curioso, principalmente pela parte da "crise dos valores comuns", mas como o orçamento não dá para pagar os €200 de acesso, sirvo-me deste excelente meio de comunicação de ma$$as que é o blog, para "desafiar" empresas e particulares a patrocinarem a nossa deslocação à dita conferência.
Óbviamente não colocaremos obstáculos ao uso da respectiva t-shirt com o logotipo do patrocinador nas costas e, apenas uma sugestão, não se esqueçam que todos temos filhos, sobrinhos ou afilhados que, mais cedo ou mais tarde, vão querer entrar na universidade, se é que me fiz entender...

Citações 

"É melhor calar-se e deixar as pessoas pensarem que você é um idiota do que falar e acabar com a dúvida."

Abraham Lincoln

outubro 06, 2003

Papel de risco 

Por coincidência hoje dei de caras com "sites" televisivos antes ocupados por Carlos Cruz, como a publicidade ao Seguro Directo e o "Quem quer ser milionário" e o substituto é sempre o mesmo: Jorge Gabriel.
Espero que não seja também o escolhido para mais papéis já protagonizados pelo Sr. Televisão... o Jorge Gabriel não ficava grande coisa vestido às riscas como um dos Irmãos Dalton.

Falta de bolsos 

Ao ver ontem um filme policial na SIC descobri mais uma razão para não ter sido policia: eles têm algemas, pistola 1 e pistola 2, rádio portátil, crachat de identificação e sabe Deus mais o quê.
Eu já me vejo aflito para não perder o kit de sobrevivência dos tempos modernos: chaves do carro, telemóvel e carteira.

Os azares da Rita 

A Rita Ferro Rodrigues anda com azar: primeiro as acusações contra o pai que a colocam numa situação dificil em directo na TV, depois o Gastão que resolve ir dar uma volta sem dar cavaco (passe a expressão) a ninguém, e agora apagam-lhe o "noparapeito".
Compreendo a angustia e o sentimento de revolta da Rita, mas custa-me a acreditar que, de entre tantos blogs, tenha sido o dela escolhido para ataques dos corsários da net. Não querendo menosprezar os seus conhecimentos informáticos, estou mais tentado a acreditar que ela tenha colocado os cotovelos em cima do teclado numa altura errada e os posts passaram para a twilight zone.
Mas isso vai ter duas consequências: o anuncio repetido do acontecimento, inclusivamente na primeira página de um jornal diário, vai levar os motores de busca a uma roda viva na procura do parapeito, tal como já aconteceu com meia Lisboa à procura do Gastão. A segunda consequência vai ser os "ilustres" postantes desta pequena Blogária, já a pensarem imitar o Pipi e passar os post´s a livro, a quererem fazer backup´s das pérolas escritas e não guardadas de outra forma.
Estou a imaginar toda a gente que lhe chamou cromo a gritar pelo João Hugo Faria...

Citações 

"Não acredites em nada, independentemente de onde o leste ou de quem o disse, nem mesmo que eu o tenha dito, a não ser que esteja de acordo com as tuas próprias razões e o teu próprio senso comum.”

Buda

outubro 05, 2003

A começar no Equador 

Finalmente conseguiram convencer-me de que "Equador", o primeiro romance de Miguel Sousa Tavares, merece ser lido.
Confesso a minha apreensão em relação à generalidade dos autores portugueses e o meu cepticismo em acreditar que um livro sério de 2003 consiga atrair a atenção de quem não é critico literário, embriagados que fomos, voluntáriamente, pelos romances light servidos à discrição nos últimos tempos.
Tenho a impressão de que, desde que Hamlet escreveu a obra "Shakespeare" e os clássicos começaram a ser dissecados de forma sistemática e apresentados já nesse formato como opção, deixou-se pouco à imaginação de quem não se identifica com amores de Romeu ou tragédias de Othello. O resultado, inspirado pela facilidade de interpretação cinematográfica, é o abandono de tudo o que seja escrito e possa fazer pensar quando o leitor não se consegue identificar com as personagens descritas. O final é, infelizmente, previsivel: "video killed the bookstore".

Prós e contras da preguiça  

Prós de ficar na cama, ao domingo, até ao meio dia:
a) o dia fica mais pequeno, portanto menos tempo para ficar deprimidos
b) depois de uma semana inteira a acordar às sete da manhã, ficar até mais tarde na cama dá a ilusão de acrescentar a meia hora de sono em divida a cada dia
c) o corpo parece não notar mas agradece
d) temos tempo para, finalmente, desprezar o despertador

Contras de ficar na cama, ao domingo, até ao meio dia:
a) o dia fica mais pequeno e não o aproveitamos como poderiamos ter feito, podendo ficar deprimidos por isso
b) ainda não conseguimos sonhar com o que queremos e há o risco de pesadelos
c) na maioria das vezes acordamos com uma dor de cabeça brutal e parecemos zombies o resto do dia
d) acordamos várias vezes em sobressalto até nos lembrarmos que é domingo



Parece nostalgia mas não é 

O prazer de ficar até bem mais tarde na cama, nas manhãs de domingo, traz algo de recordação de infância, quando os nossos pais o faziam e nós, crianças ávidas de viver, procuravamos todos os pretextos para iniciar mais um dia de brincadeira que, na maioria das vezes, tinha como resultado imediato uma casa silenciosa com uma criança sentada no chão, ensaiando a sua imaginação com o brinquedo preferido, enquanto os adultos, por razões na altura insondáveis, se confinavam à escuridão do seu quarto.

Anos depois, é agora a nossa vez de ficar no aconchego do leito, passada que foi a urgência de viver que só será retomada na 2ª feira numa qualquer secretária ou balcão, fazendo da vida um circulo de necessidades intervaladas em cada domingo.

Citações 

"Que tempos são estes, em que
é quase um delito
falar de coisas inocentes.
Pois implica silenciar tantos horrores!
Esse que cruza tranqüilamente a rua
não poderá jamais ser encontrado
pelos amigos que precisam de ajuda?"


in Aos que vierem depois de nós - Bertolt Brecht

Sunday lazy sunday 

A esta hora da manhã de mais um sábado que passou para dar lugar a outro domingo, dou por mim a pensar quais os assuntos mais versados nos blogues:

a) desabafos pessoais que as mulheres, maridos ou amigos já não têm paciência para escutar
b) "derrames" literários de eruditos que, por obrigação profissional, já esgotaram o quadradinho a que tinham direito nos seus jornais
c) exposições aparentemente sem nexo mas que também não precisam dele para nada
d) transcrições de peças jornalisticas ou poemas comoventes
e) diários de adolescentes verdadeiros ou de prazo expirado
f) abordagens humoristicas de tudo e mais alguma coisa
g) comentários sobre vidas que afectam a nossa e que surgem diáriamente nas páginas dos jornais sob a forma de escândalos ou triunfos nacionais sobre patins

Não que isto seja importante ou seja algum tipo de critica da minha parte, e a prova é que eu próprio aqui estou a escrever sobre nada.
Ainda bem que logo é domingo e, como diz D. Daniela Mercury, ninguém vai me acordar.

outubro 04, 2003

Cabaret da Coxa 5 estrelas 

Era para ter comentado o artigo de página inteira num jornal diário, assinado pelo cabaretista da SIC Radical e ex-curto-circuitado Rui Unas mas, por falta de tempo, só agora me é possivel fazê-lo.

Rui Unas resolveu fazer uma incursão ao bas fond lisboeta e escolheu a "casa tipica Malhoa".
Para quem não sabe o Malhoa é uma... boite... ao bom estilo e à escala das antigas casas escuras de Pigalle, com espectáculos de sexo ao vivo e senhoras de vida fácil como funcionárias "escort", embora eu ache que deve ser dificil ser actriz noites seguidas e ter que se entregar de corpo inteiro à profissão.
Rui Unas reduz o Malhoa realmente ao que é - uma espelunca decadente - mas vindos de quem vêm os comentários, próprios de um menino da linha e não de quem se arvora como o rei dos irreverentes, só lhe fica mal tratar uma casa com tradição, embora de gosto duvidoso, na noite lisboeta, como se fosse um depósito de lixo humano.
O autor do Cabaret da Coxa termina o artigo da pior forma: insinua que os 70 contos pedidos para um "privado" (tenho dúvidas também se não terão sido 70 euros e Rui Unas, deslumbrado pela companhia, não tenha percebido mal) á séria atrás da cortina são um roubo face à qualidade do "produto"...
Acho que sei o que se passa: quando uma pessoa se habitua a usufruir de graça dos "produtos" de casas como o "Champagne Club", o "Gallery" e outras similares, não se contenta com "produtos" de refugo. Só não sei se algum cliente ou mesmo "empresário" do espaço nocturno "Malhoa" não achará que a figura pública Rui Unas estará mesmo a pedir que lhe encostem a mão à cara, no minimo.

E agora? 

Não gosto muito de falar do Big Brother, aliás, não há muito para falar.
Sem ter pretensões a profeta da desgraça, a verdade é que o B.B. aguentou menos de um mês, tal como tinha previsto. As intrigas dentro da casa são "intriguinhas" de adolescentes, as intrigas fora da casa entre familias dos residentes são demonstrações publicas da mesquinhez nacional na sua pior vertente e nem o apelo patético de Teresa Guilherme a desenvolvimentos amorosos surte qualquer efeito.
Estou muito curioso para ver como é que a TVI vai aguentar mais três meses no ar a "novela da vida real" se os actores e actrizes estão num marasmo total que não desperta o voyeurismo nem de uma freira carmelita, descalça ou não.

"Paizinho, quero ser médica" 

O caso "Pedro Lynce" continua a suscitar-me dúvidas e a ter dificuldades de interpretação das actuações dos intervenientes:
Será que a filha de Martins da Cruz se candidatou ao regime de excepção com o desconhecimento do pai?
Será que na familia Martins da Cruz ninguém sabia qual é o regime de excepção?
Se Martins da Cruz conhecia o regime de excepção, tal como me parece óbvio que deveria conhecer dado que a sua filha a ele se candidatou, não sabia que já não se encontrava abrangida pelo mesmo?
Se sabia que Diana Martins da Cruz já não estava abrangida peolo regime de excepção porque se deu ao trabalho de o tentar invocar?

O Bom Senso faz-me chegar a duas conclusões prováveis: ou o Ministro dos Negócios Estrangeiros é pouco inteligente ou está a mentir quando declara que nunca pediu favores ao seu colega Pedro Lynce.
A não ser que, tal como Bill Clinton tinha uma noção diferente da noção da maioria das pessoas em relação ao que poderia ser considerado sexo oral, também Martins da Cruz, ao mandar recados ao ex-ministro Pedro Lynce, se sinta completamente à vontade para jurar que nunca falou directamente com ele sobre o assunto.
A lingua portuguesa pode ser muito traiçoeira, mas quando se trata de fugir a responsabilidades é uma perfeição.

Citações 

"- É um pássaro??
- É um avião???
- Não, é o Super-Homem!!!!"


in O regresso do Super-Homem - Jerry Siegel e Joe Shuster

Marés Vivas 

Pelos vistos têm dado à costa alentejana embalagens de cocaina de um elevado grau de pureza, tal como é referenciado nos noticiários. Ao mesmo tempo são dados os valores de cada embalagem com a árvore de natal: nada mais nada menos 100.000 contos, nem mais euro nem menos escudo.
Aliado à falta de Bom Senso das autoridades, que chamam a si o mérito de uma pesca que não efectuaram, há a registar a falta de Bom Senso dos media que solicita que quem encontre o "totoloto" de 100.000 contos o comunique e entregue às autoridades.
Devem ser imensas as entregas por parte da população.
Recordo um facto idêntico ocorrido há alguns anos na ilha de S. Miguel, quando o mar lançou à costa uma carga de cocaína e as overdoses aumentaram duma forma extraordinária.
Vamos esperar para ver.

outubro 03, 2003

Mais um Lynce extinto 

Pedro Lynce diz que se demite "mesmo que essa acção possa prejudicar o futuro de Portugal", e logo a seguir comenta que nunca fez favores a ninguém. Trata-se do chico-espertismo nacional ao mais alto nivel, mas era curioso averiguar o real envolvimento de Martins da Cruz no caso, porque se o ex-Ministro nunca fez favores isto parece mesmo um.
E, já agora, vamos ficar com atenção para ver qual a próxima colocação de Pedro Lynce...

Citações 

"Quem se incomoda com o que dele se diz, deve pensar no que faz todos os dias."

Provérbio Africano

outubro 02, 2003

Paranóia bancária 

Li hoje em qualquer lado que, até à data da publicação, já tinham ocorrido 95 assaltos a bancos em Portugal só este ano. Agora vi na SIC Noticias que hoje teve lugar mais um.
Estou desconfiado de que se trata de mais uma manobra das entidades bancárias para, assustando os clientes, nos "obrigar" a usar os acessos alternativos como a net e as ATM (vulgo multibanco) e assim prosseguirem nas suas politicas de emagrecimento de pessoal aos balcões.

Conclusão da parábola anterior 

Ainda sobre o tema do meu post anterior, e só para tentar aprofundar a sua conclusão, é minha opinião e julgo de Bom Senso que as leis ou sejam efectivamente cumpridas ou realmente alteradas para melhor ajustamento à vida social. Não deverão sê-lo apenas quando nomes importantes e sonantes da vida politica e/ou mundana são visados, nem deverão ficar em "suspenso", como acontece com a levantada agora pela questão, irrisória mas pertinente porque existe, dos conflitos de interesses entre bombeiros e empresas privadas, até que politicamente seja necessário distrair a opinião pública de factos realmente importantes, porque parece ser essa a intenção quando são levantadas questões da legalidade que deveria ser sempre cumprida. Toda a gente sabe que não é e, de repente, surgem em grandes parangonas nos media e nós pensamos: "caramba, mas toda a gente faz isso e sempre se fez, só agora descobriram???".

A parábola do estacionamento 

Durante largos meses estacionei conscientemente a minha viatura mesmo debaixo de um sinal de "proibido estacionar". Fi-lo porque era opinião de muita gente de que o referido sinal tinha ficado esquecido desde a ultima modificação de sentido de tráfego e, depois dessa remodelação, não fazia qualquer sentido, dado que não complicava a circulação nem de automóveis nem de peões.
De facto, não só eu não era o único a estacionar no local, como havia mesmo alguns policias que, pela proximidade de uma esquadra, lá deixavam as suas viaturas particulares.
Acontece que, um belo dia recente, ao aproximar-me do meu carro vejo a contra fé no pára brisas, prova de que tinha sido autuado por estacionamento à margem da lei.
Dirigi-me à tal esquadra próxima, donde era originário o guarda autuante, que nem era novo no local, e reclamei, tendo-me sido aconselhado pelo piquete a falar com o senhor agente que tinha escrito o "papelito".
Fi-lo, dando as mesmas razões que estou agora aqui a dar, mas a resposta , ao jeito de pergunta, foi só uma - "está lá o sinal ou não?" - e efectivamente está!
Mal ou bem o sinal lá continua e a lei é para se cumprir e eu tinha-a infringido, pelo que me limitei a pagar e a não mais lá estacionar.
Toda esta estória, real e não apresentada pelo Sr. Vasco Neto, para lembrar um país onde as leis parecem regras dos jogos de miudos, modificadas conforme o tamanho e idade dos jogadores e acatadas ou não por quem se acha acima delas.
O Bom Senso manda que obedeçamos à lei instituida que, se está menos correcta, terá que ser revogada pelos orgãos competentes. Sem esta premissa fundamental continuaremos a vogar ao sabor do "mais ou menos" sem saber se deveremos acatar as regras ou não, mesmo que o Senhor Presidente da República tenha ideias diferentes.

Intervalo 

Não, não e não! O entendimento das nuvens não pode ser tido como se existissem apenas para nos reduzir e criar complexos de inferioridade. As ondas do mar também não enrolam apenas para contentamento dos amantes do surf. Cada vez que um oriental acende um pauzinho de incenso pode contribuir para a tosse que me atormenta há alguns dias? O girassol poderia ser muito bem utilizado se o colocassem nas divisórias das auto estradas. Gosto da cor amarela e da forma das pétalas. Sem querer, ando a tentar normalizar os cumprimentos matinais - digo sempre "bom dia" antes do "está bom?" - mas, se um dia me esquecer e trocar a ordem, será tido como mudança de personalidade? Semifobio elementar de Grundsen, nas cavernas da Groenlândia, sem medo que uma estalactite lhe caia em cima e lhe perfure o penteado da moda.

Pronto... depois deste intervalo estou mais aliviado... ter sempre Bom Senso também cansa.

Citações 

"Repórter: O que acha da construção dos novos estádios para o Euro 2004?
Entrevistado: Não concordo nem disconcordo mas parece-me uma betiza..."


Entrevista numa rádio local a um emigrante português em França

outubro 01, 2003

Construções da realidade 

Não tenho por hábito transcrever artigos ou opiniões jornalisticas, mas vou abrir uma excepção transcrevendo dois excertos pela actualidade do tema e porque traduz algumas opiniões que demonstram o Bom Senso de quem as redigiu:

A OPINIÃO NOS MEDIA
Os jornalistas fornecem ao público "maneiras" de ver o mundo. Um acontecimento, qualquer que seja a sua natureza, pode ser apresentado segundo vários ângulos e enquadramentos, podendo suscitar sentimentos diversos e contraditórios, de acordo com o enfoque que lhe é conferido. Qualquer que seja a maneira como se apresentem, as notícias são sempre uma "construção da realidade", onde intervêm não apenas os jornalistas mas também os colaboradores de jornais, rádios e televisões oriundos de fora do campo jornalístico.

QUEM SÃO OS "OPINION MAKERS"
A importância da opinião nos jornais, rádios e televisões e, ultimamente, nos weblogs, é pois, cada vez maior, podendo admitir-se que o seu poder de influenciar os cidadãos ultrapasse o de outros espaços informativos. Está por fazer, entre nós, um estudo aprofundado sobre a caracterização dos autores de colunas de opinião e comentadores regulares nos jornais, rádios e televisões, embora existam dados empíricos sobre a evolução do "espaço opinião".

in Bloco Notas - Diário de Noticias de 29/09/2003

"Eles" continuam aí 

Eles... muita coisa se tem escrito sobre "eles" e esta é apenas mais uma.
Eles estão presentes nas desventuras, nas quedas das pontes, no aumento dos combustiveis, no azar do totoloto, nos rituais satânicos à porta dos cemitérios, no mar, no ar, na terra e, provavelmente, o vizinho do andar de cima também é um deles, só oiço os passos à noite e o autoclismo de manhã. Só pode ser um desses seres que nos invadem os sonhos e complicam a vida - "eles" - que fazer para acabar com eles? Apenas uma coisa: começar a tratá-los pelos nomes!

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