Ministerio do Bom Senso

Não sabia se os tremores que sentia eram do frio da noite ou da situação em que se encontrava.
Nestes momentos lembrava-se sempre da razão que o velho Alonso, seu pai, dava para ter sido baptizado com o nome de Fidel: "Naqueles tempos ainda pensávamos conseguir mudar o mundo e El Presidente era a representação viva dessa mudança."
Apesar dos tremores não conseguiu conter um sorriso ao recordar-se, mais uma vez, das palavras repetidas pelo ancião, como se de um pedido de desculpas se tratasse.
Já tinha acabado de escrever a ultima palavra. Mesmo a tempo – o spray azul-escuro utilizado para pintar o carro de Ramon tinha chegado ao fim. Mas no dia seguinte a frase – mais uma – gritaria a vontade do povo expressa no muro do Malecon: "Que morra Fidel!".
Foi nesse momento que vários gritos se fizeram ouvir nas suas costas enquanto o barulho de pneus a chiar e o brilho azul de luzes intermitentes pareceu encher a avenida.
De uma forma brutal foi agarrado e lançado ao chão. O frio que sabia ser de um cano de revolver assaltou-lhe a nuca, enquanto uma voz autoritária lhe perguntava: "Como te llamas cabron?"
- "Fidel" – foi a sua resposta... ainda a tempo de ouvir o riso descontrolado de alguém antes de sentir impacto da bala que o atingiu nas costas. O que já não ouviu foi o comentário jocoso do polícia que, tendo lido a frase pintada na parede, ironizava – "pués... que morra Fidel."

Já todos assistimos a notícias nos blocos de informação televisiva (e repararam que agora não referi a TVI em concreto?) com testemunhos anónimos sobre os mais variados temas.
Também todos vimos noticias que, depois, se revelaram "não ser bem assim", e estou-me a lembrar da "possessão demoníaca" da actriz não sei das quantas.
A pergunta, de Bom Senso e legítima, que faço: quem nos garante que as vozes e imagens distorcidas dos testemunhos mais diversos são mesmo de pessoas que testemunharam alguma coisa e não apenas leituras, por parte de actores, de guiões pré-concebidos, à semelhança do "Vidas Reais", e com único objectivo de inflacionar o equivalente em televisão ao sitemeter dos blog´s (vulgo share)? Money rules!

"A vida é a arte de tirar conclusões suficientes a partir de dados insuficientes."

Samuel Butler

Sete agentes secretos espanhóis foram mortos hoje a sul de Bagdad. O Ministro da Defesa espanhol vai viajar para o Iraque no intuito de resgatar os corpos.
Ou muito me engano ou as forças da GNR devem regressar muito em breve. A perspectiva de Paulo Portas poder ter de ir ao Iraque fazer o mesmo não lhe deve agradar mesmo nada, até porque parece que não gosta de sujar os sapatos de areia.

O título deste post é o título da entrevista concedida por Margarida Rebelo Pinto à revista Focus desta semana.
Depois de ler atentamente a entrevista fiquei ainda mais com uma impressão que há muito me assalta quando penso na D. Margarida: ou ela tem dupla personalidade ou não é ela quem escreve os livros que, diga-se de passagem e porque é verdade, vendem como farturas em terra de gulosos.
O que me faz pensar isso são os inúmeros lugares comuns, as contradições próprias de quem é loira por dentro e por fora, uma auto estima exacerbada e incompreensível até para uma pessoa "modesta" como Saramago.
Algumas das "jóias" da entrevista:

Nasceu para a escrita
- Descobriu a leitura muito nova. Aos oito anos ficou três meses de cama com febre reumática. Os livros eram os seus amigos.

Descobriu a pólvora mas continua forreta
- "Aprendi que nada é garantido e tudo o que temos podemos perder de um dia para o outro. Ainda hoje tenho ataques de austeridade."

Justificação plausível para não ter formação superior – "Não tinha método para estudar, sentia-me burra."

Acordava tarde...
- "... Tinha a inconsciência dos 20 anos. Ainda não tinha percebido que Portugal era um país muito pequeno."

Conclusão loira- "Pensei: o primeiro livro correu bem, se eu me fechar em casa a escrever o segundo e fizer uma coisa ligeiramente diferente, mas sincera, talvez resulte."

Frase erudita- Este é o meu primeiro livro não catártico."

Como o Word não servia...
- "Uma das ferramentas que eu usei foi criar um "fairytail"."

A propósito da sua independência como Mulher I- "Eu própria me amaldiçoo quando levo o tabuleiro do jantar ao meu filho."

A propósito da sua independência como Mulher II
- "Eu sou como os cães. Preciso de um dono que chega a casa, enche a malga, me faz uma festa na cabeça, e eu vivo na ilusão de que sou importante na vida de alguém. Sou bastante simples."

Sempre tive uma enorme curiosidade em visitar uma sala de chat. Apesar de não fazer a mínima ideia de como funciona ou, sequer, qual a diferença entre "Mirc" e as ditas cujas, tenho a sensação que deve ser divertido.
O que tenho lido sobre o assunto leva-me a concluir que são potencialmente perigosas pelo assédio a menores, o que me deixa relativamente descansado porque. além de eu não ser menor, acho que nunca me deixaria enganar pela a conversa de alguém com metro e meio de altura que diz ya palavra sim palavra não e que pensa que a Torre Eiffel é um novo hamburger da Macdonald´s.
Por outro lado, já não tenho a certeza de que não me deixaria levar se me aparecesse um "senhor" como o da foto a dizer-me que era uma charmosa jovem de 25 anos, carente de tudo o que eu possa ter a mais.
Mas se descobrir como funciona ainda lá vou... mesmo com o risco de ter que "teclar" com a Margarida Rebelo Pinto... sim... porque ela anda "aí".

À experiência coloquei um outro sistema de comentários (Haloscan) em simultâneo com o já existente. Utilizar um ou outro é indiferente, só quero confirmar qual o mais fiável e mais fácil de utilizar.

"Vamos apanhá-lo!
Tenha medo... É o conselho que damos a/o bufa/o que denunciou o nosso jornalista infiltrado no "Big Brother".
As pistas que nos têm chegado à redacção têm-nos ajudado a construir o perfil do delator, do qual, por agora, só interessa anunciar que é um jornalista invejoso."

Tudo (incluindo o "Procura-se") in Jornal 24 Horas - 29/11/2003

"Cá se fazem cá se pagam... e se não for em cash, cheques pré-datados ou em géneros chama-se os matulões das cobranças dificeis."

Provérbio popular adaptado

Há sites capazes de dar a volta à net e fazer-nos pensar. Este apanhei aqui.

Já me custa apontar tanta coisa de negativo aos jornais noticiosos da TVI, mas eles andam mesmo a pedi-las. Agora tentam transformar a ida da GNR para o Iraque num novo caso Saltillo (vidé bronca futebolistica com selecção nacional de futebol no Mundial do México). Pretende a TVI, nos seus destaques de abertura, que o facto do tempo de permanência no Iraque passar de 6 para 4 meses irá "prejudicar" os GNR´s em 500 contos/mês, o que lhe fará deixar de ganhar 1.000 contos.

1º - Esta estória de continuar a dar em contos em vez de euros noticias para impressionar não me parece muito legal, nem pelo acto nem pela intenção. No mínimo o que o pivot deveria fazer era dizer: "cada militar da GNR deixa de ganhar, por mês, 2.500 euros”, e só depois, sussurrando, deveria fazer alusão à quantia em contos – tipo preço de supermercado.

2º - Entrevistados os indivíduos que deveriam estar revoltados por deixarem de ganhar os tais 1.000 contos, nenhum declarou expressamente o seu desagrado pelo dinheiro a menos – antes pelo contrário – mas o jornalista encarregou-se de lembrar os espectadores que eles falavam assim porque só lá estavam há 15 dias, pelo que já estou a imaginar o Sub-Agrupamento Alfa, inspirado pela TVI, sentado na areia do deserto e com cartazes: "Queremos os nossos postos de trabalho!"

A Fashion TV, revistas de moda, Moda Lisboa e todos os meios que publicitam imagens de Cláudias Schiffer´s e congéneres fizeram-me em tempos pensar que eu andava normalmente pelos locais errados. Motivo: nunca me tinha cruzado "in real life" com nenhum daqueles avassaladores especímenes femininos que até nos catálogos das vendas por correspondência nos surgem em cada página.
Ainda pensei que, pelo facto de serem produzidas para eventos especiais, pudessem ser um bocadinho menos exuberantes ao vivo quando caminham na rua como o comum dos mortais, pelo que redobrei a minha atenção dando o devido desconto. Resultado: nada, nothing, rien; népia. Continuei sem conseguir ver nenhuma das musas.
Fui obrigado a desenvolver uma teoria mais ao estilo dos "Ficheiros Secretos". Elas não existem. São imagens criadas em computador que depois, para os desfiles de passerelle, são decalcadas em mulheres normais.
E a prova está na foto!!!

"Um blog é para ser lido e se possível espicaçar gente que se conhece, muita gente que não se conhece e ainda mais que nem se quer conhecer."

in causa nossa - Ana Gomes // posted by Maria @ 22.11.03

Aquela sensação de aperto na cabeça era constante. Há várias horas que se sentia assim e calculava que a sua expressão denotava algo, tal era o olhar que os colegas lhe lançavam. Era certo que o emprego na fábrica exigia uma concentração constante, de tal forma que até em casa o absorvia – já várias vezes a mulher lhe tinha chamado a atenção para o facto de "andar nas nuvens" – e, mesmo no local de trabalho, não havia sequer muitas vezes tempo para trocas de votos de bons dias. Mas os olhares estranhos e aquela sensação de aperto na cabeça continuavam...
Só no fim do turno e quando, ao espelho, pretendia pentear-se para disfarçar o aspecto de operário, reparou que não tinha tirado o capacete que utilizava para andar na motorizada.

Mais uma vez os recursos naturais são aproveitados com fins diferentes aos tradicionais. Cientistas japoneses desenvolveram cd´s que têm como matéria-prima milho. Obviamente além dos prós esta tecnologia apresenta contras não revelados: não deixar os cd´s ao alcance de galinhas e outros animais com os mesmos apetites e, sobretudo, nunca utilizar estes cd´s para fazer pipocas. Seria um pecado comer pipocas que já foram música de Ravel, por exemplo.
Anseio pelo futuro próximo que nos há-de presentear com automóveis à base de bifes da vazia e fatos Hugo Boss com beterraba como matéria-prima.

As gentes do Porto têm um sentido de oportunidade fora do vulgar e ao qual tem que se reconhecer mérito: apesar dos comentários mordazes e contínuos aos "mouros", não precisaram sequer de um Mourão. No seu excelente aproveitamento dos nossos recursos naturais bastou-lhes um Mourinho para para conseguirem projecção internacional.

"As nuvens mudam sempre de posição, mas são sempre nuvens no céu. Assim devemos ser todos os dias, mutantes, porém, leais com o que pensamos e sonhamos; tudo se desmancha no ar menos os pensamentos."

Paulo Baleki

Para que a minha vizinha não desconfie quem roubou o quê a quem vou deixar de treinar o meu cão a ir buscar "pauzinhos" perto cá do prédio.

Ontem foi uma noite de Big Brother muito especial. Não pela saída de um dos residentes, não por a Teresa Guilherme se ter farto de dizer que ia casar mas que o "consorte" não era policia e não porque a produção da Endemol tivesse sabido dar uma volta ao programa
O que houve de especial no B.B. de ontem deve ser analisado mais ao pormenor:

a) O 24 Horas, publicação que alguns não consideram jornal mas vai fazendo umas coisas engraçadas, teve a brilhante (sem ironia) ideia de infiltrar um repórter na casa, aproveitando o desespero da produção em conseguir alguma agitação dentro e, principalmente, fora da casa, já que pouca gente parece ter paciência para levar secas de um Pedro Miguel Ramos a tremer de frio.
A ideia era boa e só me parece pecar por tardia. Devo louvar o fair play do jornalista João Benard Garcia que soube estar à altura dos acontecimentos inesperados.

b) Mais uma vez a produção da Endemol deu um tiro no pé. Em vez de primeiro ter entrado em pânico e depois apresentar-se como uma agência de detectives capaz de rivalizar com a Pinkerton americana, deveria ter deixado entrar o jornalista e, já com ele dentro da casa, revelar que tinha descoberto quem ele era. Assim precavia-se contra as acusações de favorecimento a um meio de comunicação em especial, tinha publicidade garantida, limpava a sua imagem de subverter as regras do jogo (se é que existem detergentes para isso) e o rapaz até parecia empenhado em mexer com os inertes e imaturos residentes.
Em vez disso tentaram reter nos estúdios o candidato a residente com o intuito claro de perturbar a edição da manhã do jornal e ainda tentaram insinuar falta de ética.

c) Falta de ética demonstrou o anónimo colega de João Benard Garcia que o denunciou à Endemol, calculo que com uma enorme dor de cotovelo por não ter sido ele, o anónimo, a lembrar-se de uma manobra de infiltração perfeita.
O mundo continua cheio de invejosos.

Tal como se esperava a Taça América 2007 não veio para Portugal.
José Luís Arnaut, à boa maneira de Álvaro Cunhal nos seus tempos quando mesmo perdendo ganhava, considera que, apesar de ficarmos a ver os barcos passarem para Valência, a candidatura, só por si, é de uma importância tal que o cidadão comum não consegue alcançar.
A verdade é que era mais uma oportunidade de sacar uns euros ao estrangeiro para reconverter uma zona relativamente degradada, mas o "lobbista" de serviço, como foi chamado Patrick Monteiro de Barros, apesar de toda a sua importância como velejador e multimilionário homem de negócios, não tinha qualquer hipótese de concorrer com o "lobbista" ao serviço de Espanha: nada mais que o também velejador Rei Juan Carlos.

"Todos os animais permanecem como Deus os fez; somente os homens é que se tornaram piores."

Dante Veoléci

Embora de uma forma tardia, resolvi hoje deixar de usar a minha escova de dentes eléctrica com a figura do Harry Potter em protesto contra a utilização do Panteão Nacional para o lançamento do último livro. Tenho dito!

Confesso que até simpatizo com o Sr. Luís Jardim, não só pelo seu pedigree e o seu currículo invejável para um ilhéu, mas sobretudo porque conseguiu, ao longo da sua aparentemente invejável vida, ganhar estatuto comparável ao de vedeta da "pop" e, como tal, poder dizer tudo o que lhe dê na realíssima gana, o que implica não engolir todos os sapos mas sim fazer uma selecção dos que há-de degustar.
Notou-se isso nas desandas que deu, com razão e ou sem ela, aos candidatos a Ídolo.
Este estatuto – o de boca-aberta – causa-me uma certa inveja que não chega ao mau-olhado mas que pára na simpatia pelo tipo.
Porém, quem é perfeito é Deus e o Sr. Luís Jardim ainda anda aqui pela terra, o que lhe tira todas as hipóteses de ser anjo mas que se arrisca a fazer dos portugueses anjinhos de mau feitio. E isto porque o Sr. Jardim decidiu agora, publicamente, anunciar que não consegue compreender como o publico português "corre" do concurso onde serve de júri com os concorrentes "negros", estando o país a dar uma demonstração de racismo que o envergonha.
A falta de Bom Senso deste comentário, que já foi devidamente utilizada pelos concorrentes de cor eliminados, revela o "estar-se nas tintas" para as fogueiras ateadas que o Sr. Jardim pode deixar no seu país de origem quando regressar à sua Inglaterra de adopção, e a verdade é que não é verdade o racismo apontado nem precisamos de mais fogueiras num país que já ardeu e ainda cheira a esturro.

Apesar de todas as criticas que fazemos aos nossos próprios governantes, temos de reconhecer que nos Estados Unidos podem não ser melhores.
A razão porque Bush só come com pauzinho chineses pode prender-se com este instantâneo da saída de Clinton da Casa Branca.

Não sou muito dado a comemorar dias disto ou daquilo, com excepção do Natal pela figura simpática do Pai Natal, em quem gostava de ter continuado a acreditar.
Mas hoje é o dia de "luta contra a violência doméstica", que, muito embora esteja apenas à vista dos intervenientes, ou seja, vitima, agressor, filhos, banco de urgências de hospital e, eventualmente, policia, existe em números que talvez pequem por defeito.
A intimidade dos lares é palco de muitos confrontos físicos de uma violência inaudita, muitas vezes agravada pelas frustrações acumuladas e agentes exteriores despoletantes, como álcool, fármacos ou drogas.
As vítimas são, na maioria dos casos mulheres, mas de perto seguidas por crianças e, em casos ainda mais silenciados e obscuros, homens.
A propósito da questão da violência doméstica levanta-se também a questão de uma pseudo violência nas escolas: deverão os professores recorrer a alguma violência física para complementar a educação dos alunos?
As opiniões dividem-se, embora continue a prevalecer a que afirma que a violência física e castigos corporais nas escolas poderão marcar psicológica e definitivamente os adultos de amanhã. Eu concordo com esta perspectiva, dependendo da intensidade dos castigos. Não tenho dúvidas de que muitas das acções aparentemente irracionais e que nos surgem estampadas nas páginas dos jornais, incluindo as levadas a cabo por figuras publicas, podem em larga medida ter tido como origem uma reguada ou estalada inoportuna e humilhante dada por um professor primário. Eu próprio estou em contacto permanente com os meus advogados e analistas com o objectivo de poder vir a processar o meu velho professor, o Ministério da Educação e o Estado. Afinal que sabe se hoje não poderia ser uma estrela do rock ou um emigrante de sucesso nos States se não fosse "aquele" estalo por não saber de cor as linhas-férreas portuguesas?

"A uma Senhora não se bate nem com uma flor."

Provérbio popular não sujeito a adaptações

As tentativas do presidente para entender o que se passa.

Um dia destes ainda vou conseguir olhar para o meu umbigo como um perfeito blogador.

As questões que se nos levantam no dia a dia, seja na mais elementar comunicação seja nos contactos que requerem um tratamento elaborado, têm sempre como sequência uma decisão. Na maioria dos casos essa decisão não condiciona nada a não ser o momento imediato, mas outras vezes há em que as decisões tomadas têm output´s com um prazo mais alargado.
Toda esta retórica de algibeira para chegar ao ponto: quantas vezes não somos levados a tomar decisões erradas e prejudiciais para nós próprios devido a input´s falsos, tendenciosos e que nos levam ao engano?
Trata-se de uma pergunta igualmente de bolso. A informação que nos chega não é líquida, terá sempre de ser filtrada pela nossa firewall íntima que raramente, talvez devido a instintos ancestrais, nos engana.
Saber ler nas entrelinhas de tudo, procurar motivações falseadas ou tentativas de indução delas, é um exercício elementar para não sermos "enrolados" com consequências graves, numa sociedade onde uma lei diferente da lei da selva, mas para pior devido aos requintes disponíveis, se tornou efectiva.
Estou farto de tentar ser vigarizado por vendedores, publicitários, jornalistas, médicos, videntes, bruxas, taxistas, políticos, empregados de mesas, sites da net, agências de viagens, enfim... pelo mundo. O único que me tem protegido desses enganos é o coração que, quando falhar, vai acabar por ser o responsável pelo último engano.

" Ser enganado ou não: eis a questão."

William Shakespeare adaptado ao quotidiano nacional

O amor pelos gatos é um sentimento muito comum, especialmente entre as nossas colegas do género humano mas de sexo diferente do nosso, que é como quem diz antecipando sempre o seu ar felino: "mulheres".
A mim particularmente "me gusta más perros". Tenho um fraco por cães com nomes de rios, como Tejo, Guadiana ou Mississipi, o que no inicio me preocupou um pouco devido à associação de ideias que poderiam fazer: cão - Tejo - água - peixe - gato... "ele também gosta de gatos."
De qualquer maneira é sabido que os bichinhos têm necessidades, como qualquer ser vivo, e isso pode ser prejudicial para o aquário quando o que pretendem é, literalmente, comer os peixinhos dourados que tanto gostamos de ver fazer boquinhas e bolhinhas, contribuido assim para um alivio do stress dificil de igualar.
Há, no entanto, quem não se rale com isso e até goste da forma como os gatos defecam, o que me deixa particularmente triste ao constatar mais um dos muitos desabafos net-ianos.
Que se beba champagne por sapatos de salto alto ainda vá que não vá.

Durante uns dias não consegui postar nada, talvez devido aos "testes" que efectuei ao blog e, D. Gotinha, apesar de ter apagado o seu pertinente comentário onde me perguntava se tinha passado no teste, a resposta é negativa: não passei e decidi deixar certo tipo de actividades para os peritos. Como ouvi dizer uma vez "as acções são para quem as pratica". Apesar de, quando mo disseram, se estarem a referir à Bolsa, já tive oportunidade de confirmar isso mais vezes, e mexer demasiado no template foi uma delas. Acho que desta aprendi a lição... pelo menos esta lição.

Não saindo do escuro
Vejo a noite de fora.
O brilho intenso dos sonhos
É como eles próprios,
Distantes e imaginários.

Fazendo a noite mais clara,
O luar é uma promessa
Da luz real desejada,
Do amor que se espera,
Da vida há tanto adiada.

J. S.

"Herege não é quem morre na fogueira. Herege é quem a ateia."

William Shakespeare

"A divagar não se vai longe"

Provérbio popular adaptado

"Quem boa cama fizer nela se irá deitar. Se consegue dormir ou não já depende da consciência de cada um ou dos comprimidos."

Provérbio popular adaptado

Hoje descobri duas coisas muito interessantes num noticiário das oito (nem vou dizer qual o canal):

1ª O dinheiro dos nossos impostos, entre muitíssimas outras coisas, serve para pagar preservativos utilizados por pedófilos. A Câmara de Lisboa distribui quase diariamente preservativos aos adolescentes que se prostituem no Parque Eduardo VII. Bom Senso? É discutível. Eu não gosto da ideia.

2ª A GNR tem um serviço diário de acompanhamento informativo e psicológico às famílias dos militares em serviço no Iraque. A todas as 128 famílias. Pela amostra imagino o exército de psicólogos que devem ter, para o mesmo efeito, a Grã-Bretanha e os Estados Unidos. A não ser que as famílias dos GNR´s portugueses sejam mais "abaláveis" psicologicamente. Pode ser da crise e falta de dinheiro para o telemóvel.

Michael Jackson é de novo acusado de brincar com menores em Neverland. De facto, Wacko Jacko, transformado em Peter Pan, parece não perder o hábito de brincar com os Meninos Perdidos em vez de espreitar as saias de Wendy.
Lembram-se de quando ele se debruçou na janela de um hotel com o, supostamente, seu filho pendurado nos braços ameaçando deixá-lo cair? Há quem não esqueça...

Mais do que procurar quezílias, despejar frustrações ou gritar escrevendo para que alguém leia em vez de escutar, eu entendo "blogar" como um vício, é certo, mas saudável pela comunicação e interacção que provoca. Partilhar pensamentos desta forma pode e deve ser considerada uma forma de cultura nova e adjacente à clássica, que nos chega de todo o lado mesmo que não a procuremos e, como tal, se reveste muitas vezes de um sentido de falsa cultura, ou uma cultura andrógina que mais não é do que publicidade encapotada.
Os comentários que tenho lido sobre o anonimato não me aquecem nem me põem on the rocks. O anonimato mais não é do que um outro meio de dar cor e imparcialidade à personagem, muito embora ela seja aquilo que cada um é, mais para a direita ou mais para a esquerda.
Se eu anunciasse aqui que, numa suposta profissão minha de canalizador, tenho encontrado poetas e loucos, embora me dissessem que não é desprestígio, a maioria das pessoas que têm a paciência de ler estas linhas – e que eu admiro também por isso – ficaria a pensar: " o ministro dos canos perdeu a chave-inglesa perto do PC e anda aqui a armar-se". É esta a vantagem do anonimato para quem não é figura pública e não precisa de se promover, mas que adora este vício saudável de "blogar".

Pronto. Eu rendo-me. Também fiz o teste do filme e deu duas vezes isto:

Fight Club!


What movie Do you Belong in?(many different outcomes!)
brought to you by Quizilla

"Nem Marx nem Coca-Cola"

Anarquista anónimo do século passado

Por motivos de agenda hoje fui obrigado a deslocar-me a duas unidades de saúde da cidade: Hospital de Stª Maria e Hospital da CUF/Descobertas.
A sensação que tive – péssima – foi que, se estivéssemos a falar de oficinas de automóveis, eu tinha estado no biscateiro da zona e, de seguida, visitado a oficina da Ferrari.
O problema todo é que, mantendo a triste comparação, os automóveis neste caso são pessoas, umas com dinheiro e outras com menos ou nenhum, e o resultado das reparações é pela certa equivalente: muitas viaturas abatidas ao efectivo por falta de peças e de qualidade de serviço, oriundas do biscateiro, e velhos modelos de automóveis a reluzirem como se saídos de fábrica na Ferrari.
Como dizia o nosso amigo Calimero " It´s a injustice, it is!", e eu acrescento: o Hipócrates continua igual a si próprio.

"A vida é uma viagem a três estações: acção, experiência e recordação."

Julio Camargo

Depois da Expo 98 e do Euro 2004, com uns acontecimentos mais ou menos mediáticos e igualmente mais ou menos conseguidos pelo meio, fala-se agora do America´s Cup 2007.
Segundo os habituais optimistas, este evento náutico criaria mais postos de trabalho e mais receitas do que a própria Expo. A princípio duvidei mas, agora que vejo tantos interessados (Marselha, Valência e Lisboa), já acredito que pode ser interessante. Por isso mesmo parece não ser para nós.

Apenas por brincadeira. Não serve como postal de Natal.

"O lugar da mulher é em casa. Por exemplo, na Casa Branca."

in Descubra a Cabra Secreta que Há em Si - Elizabeth Hilts

Comentário de repórter da SIC Notícias a propósito dos adeptos que aguardam para entrar no novo estádio do Futebol Clube do Porto: "Parecem meninos a olhar para um brinquedo novo".
Por estas e por outras é que Pinto da Costa dá, de vez em quando, umas "palmadas" aos meninos da SIC.

D. Mary, no seu blog, refere como lenda urbana o facto de permitirem a entrada nos circos do Brasil a quem levar seu gato para servir de alimento aos leões. Também não me parece muito real, até porque, à falta de ração especial para leões nos supermercados, alimentados a gato os leões ficariam mais magrinhos que a Naomi Campbell nos seus bons tempos.
O que é verdade, e eu próprio assisti há uns anos atrás, foi à venda aos circos de burros velhos por parte de individuos de raça cigana. Esses animais, depois de cumprida a sua missão de puxar carroça
( antes do aparecimentos das Ford Transit - verdadeira benção para os burros e mulheres ciganas ), tinham como destino certo o estômago de leão de circo.
Também D. Gotinha refere no seu blog as maravilhas turcas, mas no melhor pano turco cai a nódoa.

"9 - Elles todos virão á preza, o seu rosto é como um vento abrasador; e elle ajuntará tropas de captivos, como montões de areia.
10 - O mesmo triumphará tambem dos reis, e se rirá dos tyrannos; elle zombará de todas as fortificações, e lhes opporá os seus marachões, e as tomará.
11 - Então se mudará o seu espirito, e elle passará, e cairá; esta é a fortificação d´aquelle seu deus."

Velho Testamento - Habacuc - cap. I / vers. 9,10 e 11

Confesso que já não tenho paciência para ler até ao fim os chamados "blog´s de referência". Tal como o Sr. JCS diz num seu post intitulado "15.000", de 9/11/2003, e Paulo Querido retrata na perfeição, tudo começou a girar numa troca de mimos e galhardetes com opiniões sem sentido à mistura.
Transmito aqui a opinião que já deixei em comentários no blog " (o vento lá fora) ": já que, no fundo, o que pretendem é discutir as próprias ideias entre si, porque não abrem uma sala de chat para se chatearem uns aos outros ao vivo? Isso sim, daria audiências superiores aos fóruns da TSF e ao Big Brother.
Afinal todos sabemos que o mundo é redondo mas tem imensos meridianos.

A resposta à questão que ontem coloquei está dada: a conferência de imprensa convocada pelo MAI foi desconvocada porque os ingleses solicitam discrição a Lisboa.
Mas mais uma vez fica uma questão residual do porquê deste pedido: segredo de justiça à escala internacional ou influência negativa na opinião pública? A ser assim temos todo o direito de pensar que já existiram raptos de cidadãos de outras nacionalidades e nada transpirou para além do que os militares americanos e ingleses quiseram.
Mantém-se, no entanto, a pergunta: porque deveriam ter ido os jornalistas só até ao Koweit?

"El tabaco es muy adictivo: no empiece a fumar"

Las autoridades sanitarias

A conferência de imprensa convocada pelo Ministério da Administração Interna, onde era suposto dar alguma explicação sobre o facto dos jornalistas convidados para acompanhar o destacamento da GNR ao Iraque não terem passado do Koweit, foi desconvocada sem explicações.
Realmente não será oportuno dar agora conferências de imprensa. O fantasma do segredo de justiça paira mesmo de longe e as investigações para descobrir o paradeiro do jornalista raptado ainda decorrem.
Além disso como irão explicar que o convite de acompanhamento aos jornalistas era só até ao Koweit?
De Bom Senso seria mesmo de reconhecer que, mais uma vez numa demonstração de "intensa eficácia", se pretendia uma manobra cosmética para a opinião pública portuguesa mas os ingleses, nossos novos patrocinadores no Iraque em substituição dos italianos, não foram nisso.

Há quem diga que as conversas são como as cerejas: depois de provar uma apetece sempre mais e, além disso, costumam vir aos pares. Neste caso não serão as conversas mas sim os post´s.
No post anterior – Gosto / não gosto – inspirado pelo DNa, referi que gosto de vinho tinto. É um facto. E se for alentejano é um facto reforçado.
Essa lembrança fez-me saltar a imaginação para os malefícios do alcoolismo e a pergunta clássica: como e porquê alguém se torna alcoólico?
A resposta é o mais simples possível: desinibição, esquecer problemas (a velha frase "beber para esquecer" não é assim tão velha), tentar tornar o mundo envolvente mais bonito de uma forma pouco ortodoxa. Nos meios rurais o álcool era, até há pouco tempo, ainda utilizado como o antecessor da droga que o vai substituindo nas camadas etárias mais novas.

Nos meios urbanos era na classe média baixa e alta que se encontravam os maiores bebedores, uns por uma razão outros por outra, mas a intenção era a mesma: ver elefantes cor-de-rosa e conseguir olhar para o cônjuge de frente depois de anos de vida, não vivida, em comum.
O que nos leva a outra dimensão, não a de que o álcool prejudica a capacidade de conduzir; não a de que o álcool provoca habituação e cirroses mas sim a de que o álcool contribuiu para um aumento da população portuguesa através de uma elevação de ego e libido artificiais… mas funcionais. Quantos filhos não foram gerados por esse país fora em consequência de um S. Martinho bem regado, de um petisco de sexta-feira à noite ou da comemoração da vitória do clube do coração? A verdade é que a taxa de natalidade tem descido...
Não é agradável pensar que tenhamos sido "planeados" assim, mas que aconteceu com muitos não tenho dúvidas.

Gosto de chuva, de broas, do cheiro de lenha queimada que sai das chaminés; não gosto de tempo incerto chove não chove, não gosto de andar com o guarda-chuva, não gosto das filas dos supermercados do fim deste mês; gosto de bolo-rei, nozes e chocolate culinário; não gosto quando os restaurantes têm guardanapos de pano e a comida é intragável; gosto de rever as filmagens de férias e ainda sentir o calor da praia, gosto do aconchego da cama enquanto o barulho da chuva me embala, gosto de ficar acordado até me esquecer que ainda o estou; não gosto desta sensação de impotência em relação ao destino, não gosto quando as pessoas falam alto sem ser para se divertir, não gosto de pseudo inteligentes, não gosto de elitismos sem qualidade; gosto de calçar botas à lavrador, gosto de passear no campo de manhã, gosto de ver filmes de ficção científica; gosto de ler prosas sem pretensões, gosto de escolher quem tenho de aturar, gosto de vinho tinto; não gosto de descalçar as botas à lavrador, não gosto de me expor muito e já estou a fazê-lo.

Portugal é, mais uma vez, noticia no mundo por razões tristes mas, desta vez, com um ar de dignidade e em prol "do cumprimento do dever". Obviamente refiro-me ao rapto de Carlos Raleira e ao ferimento em teatro de guerra de Maria João Ruela.
Mas nem tudo é mau: o timing do envio das tropas da GNR foi mais do que perfeito. Um dia antes e tinha provavelmente já terminado uma odisseia que se prevê curta.
Escrevo sobre este assunto sem a menor vontade de criticar nada a não ser a falta de Bom Senso do governo, ou a má explicação do porquê do envio dos homens da GNR. Ainda não estou convencido de que se trata de uma missão nobre em favor da paz.

Volto a notar uma abundante falta de tempo livre. Não só comigo mas também com parte dos blog´s individuais, ou seja, que têm uma única pessoa a postar.
Muitas vezes poder-se-á pensar que é desmotivação, falta de tema ou depressão sazonal, e talvez isso se passe com alguém, mas a verdade é que, por aqui, temas não faltam e a vontade continua a mesma. Só faltam mesmo dias com 28 horas, pelo menos.

"Nunca tentes acalmar alguém que está no auge da irritação."

Princípio da Ira

A tradução do anterior (6) não faz parte da minha intenção inicial, que continua a ser a mesma - mitos urbanos normais para "nosotros" - mas quem se interesse mesmo pelos reais, se é que os há, pode lê-los aqui.

É tétrico mas foi publicado:

From DEATH TO DUST...

Carnívoros e roedores ajudam a destruir corpos expostos. Carnívoros, incluindo cães, coiotes, lobos e raposas, comem os tecidos moles dos cadáveres, especialmente a face e as mãos. Têm uma preferência especial também pelas partes esponjosas dos ossos dos braços e pernas, pélvis e coluna. Os cães e os coiotes comem os cadáveres expostos por uma ordem definida e muitas vezes arrastam os ossos a grandes distâncias, escondendo-os, para mais tarde continuarem a servir de alimento. Ratos e ratazanas geralmente alimentam-se dos tecidos moles da cara, mãos, pés e órgãos da cavidade abdominal. Quanto mais longe de zonas habitadas o corpo se encontra, maior a probabilidade de um carnívoro se alimentar dele, até a Lassie poderia provar um pouco se para isso tivesse oportunidade.
Até há algum tempo atrás, os corpos de bombeiros dos EUA tinham como mascotes Dalmatas que os acompanhavam nos carros que saíam em serviço. Esta prática, todavia, entrou rapidamente em declínio desde que carros de bombeiros começaram a acompanhar ambulâncias a locais de acidentes. Quando eles repararam que “Spot” tinha uma afinidade pela carne dos corpos das vítimas, os bombeiros decidiram que nem a sua imagem pública nem os seus estômagos toleravam esse hábitos alimentares. “Spot” reformou-se e já não sai com os carros.

do261@cleveland.Freenet.Edu (Mike Weber)

Há situações dificeis de explicar, por isso mesmo talvez ninguém o tente fazer:

1º - se nos estabelecimentos prisionais estão detidos individuos por tráfico de estupefacientes;
2º - se os acessos são controlado pelas autoridades;
3º - se o consumo de drogas duras é punido por lei;
4º - se é mais do que evidente que a posse de droga dentro das prisões é proibida;
5º - se se consome droga dentro das prisões em tal quantidade que se propõe um programa de troca
de seringas e criação de salas de chuto;

... é só impressão minha ou há qualquer coisita que não encaixa???

"Deitar cedo e cedo erguer tira a saúde e faz morrer."

Anónimo preguiçoso

Por ter pensado numa Margarida, a menina escritora do post de ontem, veio-me à ideia uma outra, desta feita cientista de créditos firmados e com uma queda para o plágio. Por isso pus-me a pensar: " se ela pode plagiar porque é que não hei-de poder?"
O resultado é o texto em anexo, extraído do livro "Pão com manteiga 2", de Bernardo Brito e Cunha, Carlos Cruz, Eduarda Ferreira, Joaquim Furtado, José Duarte, José Fanha e Mário Zambujal. Estes senhores eram o equivalente das Produções Fictícias em 1981.

Vamos hoje pôr os pontos nos iis e tentar acabar de vez com a confusão que se tem generalizado em torno da classificação provisória de alguns conceitos básicos:
É do conhecimento público que COISAS em geral podem ser classificadas em dois grandes grupos: as coisas que interessam e as coisas que não interessam.
A diferença entre estes dois grupos reside no facto evidente de que as coisas que interessam nem sempre interessam a toda a gente, enquanto que as coisas que não interessam acabam, eventualmente, por se tornar interessantes, senão para o público em geral, pelo menos para alguns estudiosos de desinteresse comum.
Dentro do primeiro grupo podemos também estabelecer uma estrutura significante que aglutine os elementos em presença de forma operativa. A tendência actual é para aceitar a metodologia estabelecida pelo Professor Duarte Coiso no seu tratado "A arte de bem cavalgar toda a coisa". Segundo ele as coisas que interessam dividem-se ou devem ser divididas em 3 subgrupos, a saber:
1º - Coisas que interessam muito ou bronzes;
2º - Coisas que interessam moderadamente ou conversas de pouco mais ou menos;
3º - Coisas que interessam pouco e muito pouco ou trastes.
Apesar da sua clareza, nos últimos tempos, todo este edifício teórico tem vindo a ser contestado, particularmente no que diz respeito ao rés-de-chão-direito.
Efectivamente, no Congresso de Vila de Franca de Xira, o Professor Barnard Britt Thing veio dar um certo peso moral aos mais radicais afirmando lapidarmente que: "Ele há coisas e coisas!"

(A concluir num próximo post)

Porque será que, sempre que chove e/ou estamos com pressa, há sempre alguém mais bem posicionado para apanhar "aquele" táxi?

"Morrer é apenas não ser visto. Morrer é a curva da estrada."

Fernando Pessoa

Os romances da menina Margarida Rebelo Pinto são entusiasmantes e fazem delirar os Homens deste país. Mas ler as obras da dita menina dá um trabalho terrível porque, além de terem tendência para as ler em lugares recatados como o WC, por exemplo, não têm com quem as comentar: os Homens pensam porque ruas senão as da amargura ficaria o seu marialvismo se dessem conhecimento que frequentam páginas tão tenebrosas.
No entanto, as vantagens para uma virilidade aplicada são inúmeras: além de ficarem a saber como pensam as "adversárias", o que representa uma vantagem com um valor muito para além do custo dos livros, os Homens ficam a saber quais as "adversárias" a evitar, e para isso contribui enormemente a figura da escritora e o seu Bom Senso, distribuído de uma forma impar e blondie nas entrevistas que concede.

(click na foto para saber como exercitar em casa)
Homem que é Homem, depois de ler os romances da menina, fica na posse de todas as armas secretas, úteis para futuras investidas amorosas. Todas?... bem, todas talvez não... mas não inventaram já o Viagra para reforçar aquilo em que os Homens portugueses são exemplo? (e, obviamente, não me refiro à garganta).

Os raptos em Portugal ainda são, ou foram, uma forma de crime não muito em voga no nosso país, no entanto, o rapto do menino de Oliveira de Azeméis, deverá alertar as autoridades e a população em geral para o risco iminente de uma vaga de crimes idênticos, dado o "potencial de mercado" e a falta de preparação das vitimas e das autoridades.
O caso de Oliveira de Azeméis já foi resolvido a contento, no entanto, e sem que com isso queira demonstrar ou fomentar qualquer tipo de xenofobia, a "importação de tácticas de raptos", por parte dos potenciais raptores, de um país especialista como o Brasil, deveria ser acompanhada da mesma "importação de experiência" por parte das nossas polícias.
Seria uma medida de Bom Senso.

Amanhã irão, finalmente, para o Iraque, os 130 militares da GNR. Todos são voluntários e, independentemente da coragem inquestionável que demonstra essa atitude, era bom ter a certeza que não foi tomada por motivos de ordem económica.
Quanto à preparação dos militares, quer em termos de conhecimentos próprios adquiridos através de instrução específica, quer através da logística apoiada nas forças italianas, não temos dúvidas que ela foi bem concebida: experiência italiana, veículos italianos, casernas italianas, munições italianas... esperemos que todos os 130 gostem de spaghetti.

"Poucas pessoas têm a coragem de ser cobardes perante testemunhas."

Théophile Gautier

Alguém na TVI reparou nas dezenas de anuncios que, diáriamente, são colocados nos tablóides (eis uma palavra interessante), onde abertamente se publicita a prostituição, vai daí eis que nos brindam com uma reportagem no Jornal Nacional que, só para entrevistadas, custou 300 euros.
Tenho algumas considerações a fazer sobre a peça do menino Braga:

1º É muito arriscado para a sobrevivência de muitos "tablóides" chamar a atenção, de forma negativa, para a publicitação a este tipo de serviço publico que tanto lhes rende.

2º É muito arriscado para muitas familias portuguesas este tipo de anuncio de "telepizza sexual ao domicilio" acabar, sob pena de vermos muitos chefes de familia a aumentarem a sua despesa mensal em gasolina percorrendo quilómetros de carro, em Lisboa e noutras localidades, à procura de profissionais qualificadas.

3º É muito arriscado publicitar, porque foi isso que foi feito, em pleno horário nobre de televisão e tempo de crise, uma actividade deste tipo que pode dar mil contos por mês a uma mulher.

Como curiosidade jornalistica para quem nunca percebeu o que se passa não está mal, mas é mesmo muito arriscado.

Na sua coluna de opinião no DN de hoje, o Dr. João César das Neves tem uma opinião. A opinião de quem não tem dificuldades e consegue assim menosprezar as dificuldades do "boneco" criado por Rafael Bordalo Pinheiro - o Zé Povinho - que afinal e para nosso azar somos nós, a maioria silenciosa que continua obstinadamente a ler coisas como: " Os oráculos habituais abanam a cabeça e nas conversas de café fazem-se as previsões mais lúgubres. Mas talvez seja bom esquecer sensacionalismos e usar o elementar bom senso. O clima depressivo, confuso e desorientado que se vive ultimamente nasce de uma ilusão óptica."
Ilusão de óptica... falta de vista ou de Bom Senso?

Ultimamente têm vindo a publico, no mais variado tipo de imprensa, notícias sobre casa e descasa ou planeia descasar de jogadores de futebol nacionais. Por essa mesma razão tenho visto fotografias da ex do Paulo Sousa, da futura possível ex do João Pinto, da futura provável ex do Nuno Gomes e da actual do Paulo Sousa.
Nunca tinha reparado muito nisso, mas a verdade é que estas senhoras, além do amor (ou ex amor) por futebolistas, têm outra coisa em comum: são todas redondinhas, de um gordo feminino português que se convencionou chamar roliço, chegando ao ponto de mesmo a namorada actual de Paulo Sousa já estar a tomar essas formas.
A minha curiosidade leva-me a questionar se isso, que não acontece com a esposa de Figo, terá a ver com a nacionalidade das respectivas, a sua forma de vida ou o quererem assemelhar-se ao outro grande amor dos seus ex ou actuais mais que tudo: a bola.

"Quando se ouve um homem falar de seu amor pelo seu país, podem saber que ele espera ser pago por isso."

H. L. Mencken

Era uma vez um menino, não muito pobrezinho, mas a quem apetecia algo apesar das iniciais do seu nome fazerem lembrar chocolates; mas o que lhe apetecia era um brinquedo diferente.
Esperou sentado até que outros meninos, mais crescidos e a quem o brinquedo já não tinha nada para dar, o largassem e, aproveitando a oportunidade, logo o agarrou com pés, mãos e garganta, principalmente muita garganta.
Qual não é a surpresa do menino quando descobre que, sozinho, não conseguia dominar o brinquedo, como se este fosse um complexo brinquedo japonês do qual ele não conseguisse ler as instruções.
Por isso o menino não muito pobrezinho resolve convidar para companheiro de brincadeiras outro menino, que ele sabia já ter lido as instruções num jornal qualquer, e estar farto de brincar com Jaguar´s, mas que não tinha o brinquedo ao seu alcance.
Durante algum tempo ambos se divertiram a partilhar o brinquedo, até que o segundo menino, como que por artes mágicas adaptadas do tal jornal, consegue tirar o brinquedo do alcance do primeiro menino e ser só ele a brincar, atingindo niveis superiores que, inclusive, lhe deram direito a poder brincar aos ministros, com tanques, submarinos e soldadinhos.
O primeiro menino, depois de ter chorado durante algum tempo sem que ninguém tivesse tido dó de si, resolve fazer a única coisa ao seu alcance: construir um brinquedo para si, só para si e à sua medida. E desta vez irá ter cuidado com os amigos.
Mas de que serve ter o brinquedo agora se não tem companheiros para brincar?
É então que resolve convidar uns amigos, daqueles que só pretendem comer o bolo e nada mais esperam dele, para a festa do aniversário zero da criação do seu brinquedo. E foi isso que fez, hoje, em Famalicão.
Esta crónica deve acabar por aqui porque não se prevêem novos episódios nem novas oportunidades para brincadeiras.

Deve fazer parte do imaginário feminino a figura do cavaleiro elegante, que flutua com o seu cavalo branco em direcção à donzela em perigo.

O companheiro masculino para a mulher do dia de hoje, tal como o foi para a do dia de ontem, terá sempre de competir com essa figura transmitida pelos contos de fadas e personificado pelo principe que beija a Bela Adormecida, pelo outro Principe que procura a Gata Borralheira ou pelo amor silencioso mas nobre de Sir Lancelot.
Talvez por isso, o casamento de Diana com um sapo que é principe, foi acompanhado de tal forma ao longo de anos e teve o desfecho que todos conhecemos.
Alberto do Mónaco não se define e adia uma estória que poderia preencher o tempo de muitas donas de casa e adolescentes sem idade de entrar em discotecas, ao passo que as opções tomadas pelas princesas das casas reais do norte da Europa e a queda para o circo de Stephanie passam completamente ao lado dos interesses masculinos, mais interessados nas mini saias da tenista Anna Kournikova .
Mas finalmente algo acontece: mais uma "fairy tale" promete alimentar a sede de princesas e prinsusos da cidadã normal, através do romance de um principe à altura e com altura chamado Filipe e de uma jornalista que dá pelo nome de Letizia. Desafiando o protocolo e a tradição, o herdeiro do trono espanhol pretende transformar a bonita jornalista divorciada na rainha que todas as mulheres, bem no seu intimo, acham que mereciam ser... mas quem ganhou este foi mesmo a tal de Letizia.
Mas não fiquem tristes - afinal quem quer ser rainha de Espanha onde nem se consegue comer um cozido à portuguesa em condições?

" - Vai chover...
- Vai tu!"

Anónimo alentejano

Os fantasmas andam pela TVI.
Tal como foi relatado até à exaustão em dois jornais nacionais, horário nobre da TVI, por Manuela Moura Guedes, uma avaria fora do comum nas aparelhagens utilizadas na gravação de exteriores de uma novela, algures para os lados da Figueira da Foz, foram o pretexto utilizado para efectuar publicidade da casa na própria casa.
Até aqui tudo normal, não fosse o facto dos iluminados que tiveram a brilhante ideia se terem esquecido de avisar a actriz Patrícia Tavares de que era suposto ela ter sido momentaneamente possuída por um espírito.
A actriz, apanhada de surpresa e não querendo associar a sua imagem e o dia do seu aniversário a uma cena à moda do Exorcista, desmentiu tudo.
Perdido que foi o Bom Senso pela TVI, resta agora saber como irá terminar esta estória do além: ou aumentam o cachet de Patrícia Tavares e ela se começa a "recordar" que, efectivamente, talvez tenha sido "apalpada" por uma criatura sobrenatural e o exorcismo com água de Fátima feito pelos bailarinos cubanos é que a salvaram, ou irá cair no esquecimento, ficando só a lembrança de um golpe publicitário falhado por incompetência?

Se o Abrupto fosse de um autor americano em vez de um JPP português será que teria um sitemeter assim?

"Senhora com mãos de fada procura cavalheiro com varinha mágica compatível. Grandes magias em perspectiva."

in anúncios – Correio da Manhã

Paulo Portas acabou a sua intervenção ontem no parlamento com aquilo que deveria ser um aviso à oposição, mas soou a ameaça para a maioria das pessoas de bem que frequentam, como eu, feiras e mercados.
Disse ele que "em 2006 lá nos encontraremos nos mercados e feiras deste país".
Vou já colocar post-it´s e lembranças computorizadas para me recordar, na devida altura, de evitar semelhantes locais mal frequentados.

José Castelo-Branco, sim, esse José Castelo-Branco que andou a passear jóias publicamente no programa de Herman José, foi detido ontem pelos serviços aduaneiros quando tentava passar, vindo dos EUA, com uma pequena fortuna em jóias que não declarou.
Depois de fazer “publicidade” num dos últimos Herman Sic, José Castelo-Branco, não assumindo a ilegalidade do que fez e não percebendo sequer que terá sido ele próprio a chamar a atenção das autoridades para a passagem frequente de jóias pela alfandega, diz que terá sido denunciado.
Falta de Bom Senso aliada a ingenuidade cosmopolita.

Agora que a poeira assentou e os espíritos acalmaram, chegou a minha vez de tecer um comentário a uma frase que, embora sem ser nova, dita por quem foi e como foi alterou a vida social portuguesa:
"Estou-me cagando para isso".
Ferro Rodrigues conseguiu, involuntariamente é certo, imbuir uma simples mas expressiva e desabafadora frase popular de um conteúdo político de tal forma intrínseco que teve dois efeitos, qualquer deles altamente prejudiciais: para que o seu líder não ficasse sozinho perante a opinião pública, tentam ainda os socialistas popularizar ainda mais a expressão e, como tal, torna-se usual em qualquer local onde circulem militantes ou simpatizantes socialistas ouvir a expressão, alto e em bom som a respeito de tudo e de nada, "estou-me cagando para isso". Não me parece de Bom Senso.
Por outro lado e como reverso da medalha, para todos aqueles que acham nada ter a ver com o Partido Socialista, aquela que era uma expressão que aliviava almas e escrúpulos, deixou de poder ser utilizada, sob pena dos amigos observarem em tom jocoso – "agora deste em socialista ou quê?".

"... Veja-se por exemplo Turing, uma grande mente, um génio, mudou o curso da civilização, bem, seja como for acelerou-o, outro qualquer acabaria por ter inventado o computador mais tarde ou mais cedo..."

in Pensamentos Secretos - David Lodge

Nunca foi identificada, e consequentemente detida, a parteira que durante anos terá trocado bebés numa maternidade da zona do Porto. Apurou-se que uma mulher, presumivelmente parteira no hospital em questão, durante anos trocou a identificação a recém nascidos. Ninguém se queixou tendo todas as parturientes levado os "seus" filhos para o lar familiar.

Um post em que a Maria faz alusão à sua próxima viagem aos States - onde também refere que vai em trabalho para nós não pensarmos que ela está sempre de férias (aqui devia levar um smile) - fez-me recordar a minha primeira viagem de avião com sensações que ainda hoje me assaltam e devem ser comuns a muita gente:
O baptismo de voo, cujo nome logo invoca uma experiência do tipo religioso mas que irá marcar para toda a vida, tem um efeito surpreendente. O medo irracional de fazer algo anti natura, aliado à expectativa, fazem com que todos os passos dentro do aeroporto e antes de embarcar sejam registados mas, muito lá no fundo, com um receio não assumido de que possam ser os últimos.
A visão da aeronave e a perspectiva de ser encerrado num espaço sem hipóteses de "fuga", é muitas vezes sublimada pelo destino que será de férias na maioria dos casos, e pelo Destino, ou seja, o pensamento racionalizado acerca daquela velha estatística de que se registam muito mais acidentes rodoviários do que aeronáuticos, e o avião é o meio de transporte mais seguro, e isso...
O que é certo é que as instruções das hospedeiras antes da descolagem são, na primeira vez, bebidas avidamente e o olhar procura identificar e memorizar os locais onde, supostamente, se encontram as saídas de emergência e os coletes de salvação.
A apresentação do comandante e o alinhamento na pista fazem regressar novamente os pensamentos obscuros: “ e os barulhos serão normais?? Claro que são mas... tantos?? E a pista está a acabar e ainda rolamos... finalmente estamos a levantar mas... mas... e esta impressão no estômago? Porque será que aquele casal está de mãos dadas e com aquele olhar??? E estes barulhos... mas... mas está a inclinar... será que há algo errado e estão a tentar voltar à pista???...”
Todos estes pequenos dramas particulares acabam por passar quando a altitude é estabilizada e a rota mantida pelo piloto automático. No ar só há o desejo de espreitar pela janela, se houver coragem, e de usufruir das pobres mordomias de uma refeição fora de vulgar, não se podendo dispensar, por curiosidade ou outra razão, uma visita ao WC. O ambiente assemelha-se ao de uma excursão de autopullman. Não há nada a recear... até a luz de apertar os cintos acender em pleno voo e aos primeiros poços de ar...
Nesta altura os fantasmas regressam e sentimo-nos tentados a confirmar a presença dos coletes salva vidas. ”Talvez se pedir à hospedeira para trocá-los por pára-quedas mas... já passou. “Que ingenuidade” - sorrimos envergonhados connosco.
Na aterragem os barulhos repetem-se. O semi receio desperta. Mas, caramba, era um azar terrível acontecer algo à vista do aeroporto, ainda por cima depois de termos já sobrevoado as praias com que sonhámos um ano inteiro. Nada vai acontecer. E não acontece.
A primeira viagem está feita, contribuindo com novos horizontes e futuros planos mentais traçados para uma experiência maior, agora já veteranos, além do prazer das conversas com amigos onde podemos, com razão, ostentar aquele ar de velhos lobos do ar.

"Um Olho por um olho torna cego o mundo inteiro.”

Ghandi

Fiquei de tal forma impressionado com a estória que a copiei, com a devida vénia, daqui para aqui:

Cuidado freqüentador de cinemas e teatros! Em São Paulo aconteceu de um rapaz entrar em um cinema, e ao sentar-se sentiu uma espetada. Quando passou a mão na cadeira achou um alfinete e um papelzinho que dizia: "Bem vindo ao mundo real, agora você também faz parte do mundo do soro-positivo".

O rapaz desesperado fez os testes e realmente foi confirmada que ele tinha o vírus HIV, a agulha estava contaminada.
Por isso ao irem ao cinema ou ao teatro prestem muita atenção antes de sentarem.

Esperemos que esta não seja a forma extrema de George W. Bush resolver os problemas no Iraque.

O Director do Diário de Notícias assina, no Diário Digital com data de 30 de Outubro, um artigo de opinião onde demonstra as fragilidades de comunicação do Governo.
Mário Bettencourt Resendes, ao mesmo tempo que refere os erros públicos na forma do Governo comunicar com os portugueses, "ensina" tácticas empregues por outras democracias onde já se utilizam figuras a que se convencionou chamar "spin doctors", podendo traduzir-se para português, devido à sua espinhosa missão, como "bodes expiatórios", ou seja, são os "spin doctors" que dão a cara, em termos de comunicação, pelos políticos no poder mas, quando algo corre mal, a culpa nunca é dos políticos mas sim dos "spinados".
Não deixando de ser uma medida de Bom Senso, pelo menos por parte de quem se protege, é também uma estratégia onde impera a falta de coragem politica. Depois do anuncio público de medidas governativas impopulares e que gerarão forte contestação, ficará aberta a porta para recuos estratégicos onde os ministros poderão fazer comunicações do género: "Portugueses, afinal a gasolina não vai aumentar, o que vai aumentar são as pensões, foi um erro de leitura do burro do meu Doctor Spin que já foi substituído!"... et voilá.

"Ser feliz é conseguir passar da inquietude à paz interior."

Provérbio árabe

Será verdade que a cobra verde venenosa que mordeu três pessoas antes de conseguir ser detectada dentro do seu refúgio – um caixote de bananas importado do Equador e exposto num hipermercado da capital – fugiu de novo, e a sociedade Protectora de Animais, em colaboração com a polícia, investiga discretamente todas as bananeiras de Lisboa?

A guerra fria acabou e com ela acabaram os agentes secretos de eleição. Longe vão os tempos em que os serviços secretos dos EUA e o MI 5 inglês inspiravam Hoolywood e serviam de padrão e exemplo para as congéneres mundiais.
O 11 de Setembro, com todas as medidas daí decorrentes culminando na ofensiva ao Iraque que ainda decorre ( e sabe Allah até quando ), criou nas opiniões públicas uma descrença nos 007 dos tempos modernos que supunham as suas tarefas aligeiradas pelas novas tecnologias.
Felizmente Portugal não se deixou arrastar por modas que se revelam infrutiferas e temos um SIS exemplar e tão secreto que nem se ouve falar dele...

O Presidente Bush já deu pela ineficácia e estamos em crer que deixará retomar o serviço velhos agentes com provas dadas mas que, entretanto, se dispersaram por outras actividades tão tipicas nos USA.

O processo que se arrastava lentamente, quase parado, sobre as viagens fantasma dos deputados, foi mandado arquivar. Os deputados ainda em falta só têm que devolver aos cofres da Assembleia da República o montante em dívida e "finito". Afinal só se tratava de terem sido gastos 482 mil contos em viagens cujo objectivo e destino se ignorava.
Acho que ninguém fica admirado com esta situação, embora como medida de coacção, e para condizer com uma justiça tão sui generis, devessem ter sido aplicadas também umas reguadas aos meninos deputados.

"- O mar está tão calmo...
- É assim em toda a parte: não há vagas."

ouvido de passagem não me lembro onde

A verdade é que os japoneses têm uma perspectiva da vida muito diferente dos Ocidentais e conseguem, como ninguém, aliar os pequenos desperdicios do dia a dia a tarefas com alguma utilidade, sejam elas discutiveis ou não... mas terão sempre de comprar um aspirador quando os bebés aprenderem a andar.

Gosto de ler o DNa, já aqui o referi inúmeras vezes, e como tal leio também sempre com grande curiosidade aquilo que considero uma espécie de espelho de personalidade misturado com detector de mentiras, e refiro-me à rubrica "Gosto não gosto".
No passado sábado tocou a vez a Fátima Belo que, segundo consta, "conta com um vasto curriculum no teatro, cinema e na televisão"(sic).
No meio dos prazeres e desprazeres apontados vem um "não gosto" que me causou uma certa confusão, e se calhar não só a mim, dado que foi o desprazer escolhido para título: "Não gosto de lixo cultural e da sabedoria ADSL"... Grande mistério...
D. Fátima Belo não gosta de lixo cultural. Tudo bem. Também não gosto de arte que, embora tenha as suas vantagens recicláveis pela utilização que dá ao lixo doméstico e industrial, tem tendência a enferrujar quando aplicada a esculturas de gosto duvidoso, imaginadas por pseudo-artistas de gosto ainda mais duvidoso, e que se encontram em alguns jardins públicos espalhados pelo país. Também não gosto de ver modelos femininos sensuais a desfilarem vestidas de papel de jornal de edições da passada semana, mesmo que a estilista seja Fátima Lopes. Suponho que seja a essa espécie de lixo cultural que D. Fátima se refere, porque não a imagino tão pretensiosa que queira significar com aquelas palavras todo o tipo de manifestação cultural de que não gosta, assumindo-se como mais um barómetro cultural português num país onde já tantos existem.
Quanto à sabedoria ADSL então o drama é maior. Infelizmente não possuo ADSL. Isto quer dizer que não tenho acesso a uma sabedoria específica (embora eu desconhecesse a sua existência), o que parece constituir uma lacuna grave no nível cultural daqueles portugueses que ainda trabalham com modestos modem´s, muito embora a D. Fátima não goste.
O que me parece, isso sim, é que existe uma nítida e despudorada vontade de “alguém” de inventar figuras de estilo que nada significam, mas cuja esperança de que façam história associadas ao seu nome é tão grande que relega para segundo plano a vontade do presidente Pedro S. Lopes de escrever o seu em muitas placas de mármore em obras megalómanas espalhadas por uma Lisboa futurista.
Uma ultima opinião: acho que D. Fátima deveria deixar a "invenção" de novas terminologias aos anúncios da Frize e aos livros de Fairy Tales da D. Margarida Rebelo Pinto e limitar-se a ter "um vasto curriculum no teatro, no cinema e na televisão".

Se, por um acaso nada provável, todas as máquinas de café do país avariassem numa manhã de segunda-feira e fosse de todo impossível à população portuguesa tomar uma bica ou cimbalino antes de ir trabalhar, os níveis da produtividade nacional, nesse dia, seriam inferiores aos da Costa do Marfim?

"A duração de um minuto depende do lado da porta da casa de banho em que te encontras."

Lei da Relatividade - Ballance

Para muitas pessoas ter uma casa própria é um sonho já concretizado com nuances de pesadelo mensal quando se vence a prestação do empréstimo bancário, para muitas outras ainda é um sonho adiado mas planeado quase ao pormenor e ao alcance de meia dúzia de assinaturas com as devidas consequências, daí o adiamento.
De facto a compra de casa reveste-se de importância diferente e diferentes prioridades conforme a idade e/ou o status dos compradores: enquanto que, para casais novos recém formados e ainda bem casados pela novidade do tema, a escolha do novo apartamento é como que o passo seguinte de um mundo muitas vezes limitado às quatro paredes de um quarto em casa dos pais, para os casais novos com um status familiar tradicional e contas distribuídas por vários bancos onde o chefe de família é recebido com passadeira vermelha, o importante é o jardim onde os futuros herdeiros possam conviver com os cockers e labradores e assim crescer fortes e sadios enquanto os progenitores se bronzeiam “au bord” da piscina.

Para os casais que passaram a fase do "quarto-apartamento", que começam a imaginar uma cama de bebé onde apenas cabe um aquário com poucos peixes e já sem sitio onde guardar todos os cd´s e souvenirs adquiridos durante a lua-de-mel em Cancun e as férias seguintes com o casal amigo ainda não casado, o T-2, ninho da felicidade inicial, começa a tornar-se claustrofóbico e a simples ideia de reviver a procura de uma nova casa, já com a noção de que as complicações podem superar o prazer, revela-se um tormento, na maioria das vezes confirmado diariamente durante meses: a economia familiar, o projecto de filhos, a obrigação social de trocar de viatura e outras despesas não contabilizadas forçam a opção de escolha por um T de numeração superior mas... em segunda ou décima terceira mão. Pinturas, móveis, canalizações, enfim, tentar transformar o velho em novo pode ser hobby se for por gosto, por obrigação revela-se uma tremenda trabalheira, mas inevitável.
Afinal todos precisamos de um sitio onde pendurar o velho azulejo com a frase "Lar Doce Lar".

" Agora volto a escrever em papel de retrete marca La Condesita, que é sem dúvida o melhor, não sei quantos rolos já escrevi, para contar naufrágios e afundamentos o mais prudente é procurar suportes ignóbeis e humilíssimos, suportes que não resistam à passagem do tempo, para aguentar estou cá eu que aguento muito, que aguento mais que ninguém..."

in A Cruz de Santo André - Camilo José Cela

Hoje é feriado. Só dei por isso quando encontrei no café do costume muitas das pessoas que, normalmente, entram apressadas e tomam o café ao balcão com um olho no relógio e outro na chuva que já se vai tornando hábito. Hoje faziam tempo olhando como que hipnotizadas para uma bica que pareciam não conhecer e se entretinham a fazer circulos rápidos alternados com lentos com a colher na chavena. Os hábitos são dificeis de mudar e essas pessoas não sabiam o que fazer. Usar o tempo, normalmente ocupado, quando está livre, é uma ciência complicada e que não está ao alcance de todos.
Felizmente adapto-me muito bem ao dolce fare niente. Viva o feriado.

"Os defeitos são como as colinas: escalamos a nossa e deixamos de ver as outras."

Provérbio africano