<$BlogRSDUrl$>
Free Java Chat from Bravenet Free Java Chat from Bravenet

janeiro 31, 2004

Black and White 


O avançado português Luís Boa Morte, actualmente a jogar no Fulhan de Inglaterra, travou-se de razões com o avançado Duncan Fergunson do Everton . A razão deste desentendimento, que já chegou sobre a forma de uma queixa formal aos órgãos máximos do futebol inglês, prende-se com o facto de, no calor de uma jogada, Duncan Fergunson ter chamado a Boa Morte "black cunt". O jogador português não apreciou o mimo e teve mesmo de ser agarrado pelos companheiros a fim de se evitarem umas nódoas negras num jogador tão "white cunt" como Fergunson.
Ficou por perceber claramente se Luís Boa Morte se sentiu ofendido pela conjugação das duas palavras ou só pela segunda, porque pela primeira obviamente não foi, como se pode constatar pela fotografia a cores em anexo.
A estória pode ser lida aqui e recomendo a maravilhosa tradução Google.

P.S. Este post, por coincidência, surge uns dias depois de um comentário que escrevi no Maizumpomonte onde fazia referência à cor do processador de um Flashmovie. Quero aqui deixar bem claro que nada me move contra pessoas de raça diferente e acredito que cada um, independentemente da cor, vale, ou não, por aquilo que é, por isso parem de me enviar e-mails começados pela palavra "Heil" que desconheço em absoluto.

Nuticias diversas 


Carregue na foto para ver o site sobre a actriz

A menina da foto chama-se Paula Coelho e foi a primeira estrela televisiva nacional a juntar verdadeira expressão corporal a um bloco noticioso.
Ela era a cara, pescoço, peito e o resto do "Nuticias" da SIC Radical, mas a fama durou pouco mais do que quinze minutos e agora, ciclicamente, vem a publico com entrevistas em que as queixas se repetem: os atrasados portugueses não compreenderam a mensagem subliminar do programa e olham-na como um "pedaço de carne" descarado, fez aquilo sem pensar muito porque tinha outra idade, não consegue arranjar emprego embora se contentasse com o ser assistente de um programa qualquer até atrás das câmaras, a SIC Radical usou-a etc. etc..
É um caso dramático do panorama artístico português. Uma actriz de créditos firmados (pelo menos dois, que se vissem) não consegue arranjar nem um papel numa novela com morangos.
Na minha modesta opinião acho que Paula Coelho procura emprego no sítio errado. Deveria tentar na empresa onde o Herman José vai requisitar aquelas meninas que seguram os cartazes das letras de canções pimba da Floresta Negra, a não ser que seja alérgica a adesivos colados em partes sensíveis.
Concordo com ela em relação ao facto da SIC a ter usado, mas será que lhe pagou ou ficou a dever?

Citações 

"Morremos do conforto e vivemos do conflito."

May Sarton

janeiro 30, 2004

Maus cheiros 


Uma luta antiga dos habitantes das grandes cidades tem a ver com o obrigatório cuidado de ver onde se põem os pés quando se sai à rua, sob pena de toda a gente que connosco se cruza poder pensar que nos esquecemos de deitar as fraldas sujas do filho mais novo no lixo e continuamos com elas no bolso.
De facto, várias iniciativas foram lançadas, umas mais praticas, outras caricatas, mas a intenção sempre foi a mesma: evitar que a sola dos sapatos entre em contacto com os dejectos caninos dos tristes animais, apertados fisiologicamente dentro dos apartamentos durante todo o dia e que, ansiosamente, aguardam o passeio de dez minutos, tempo que o dono aproveita para fumar o ultimo cigarro do dia por a esposa o ter proibido de fumar em casa, já com a segunda intenção dele achar que é uma sorte e um privilégio poder sair para a rua, chova ou não chova, para que o Bobi familiar se alivie.
Mas nem tudo é mau. Imaginem que os portugueses tinham outros animais de estimação com um porte mais paquidérmico ou, pior ainda, vivíamos na Índia entre porcarias de elefante e de vacas sagradas.
Grande sorte a de ser português, pelo menos no que toca a bosta urbana.

Jantares 


Há muito que Lisboa se tornou na maior feira de gastronomia do país, havendo restaurantes para todos os gostos, bolsas e estômagos.
Quem goste de comida japonesa não pode perder a sushi... perdão... o sushi de um restaurante japonês para os lados de Alcântara. Se não apreciar comida tão natural, pode sempre optar pelo esparguete de marisco do Chefe Silva lá para os mesmos lados. Mas temos restaurantes brasileiros, argentinos, cubanos, chineses, vietnamitas, africanos, indianos, McDonalds, bancas de couratos e, calculem, até portugueses.
Nada como um jantarinho de sexta-feira à noite num restaurante exótico para renovar os ânimos, mas não faz parte do meu roteiro o restaurante africano para os lados da Casa Pia cuja publicidade me parece tendenciosa e dirigida a um tipo diferente de clientela onde eu, com toda a certeza, não me enquadro.



Histórias infantis 

Salomão tinha um cão sem nome mas que todos conheciam pelo “cão do Salomão”. Não era situação que agradasse a Salomão, pois sempre que a multidão via o cão dizia “olha o cão do Salomão”.
Fazendo jus à sua determinação, Salomão chegou a uma sábia conclusão: dar um nome ao cão resolveria toda a questão.
Mas novo problema se levanta então. Que nome seria digno de um cão pertença de Salomão?
Leão foi a escolha de Salomão. Olhando para o cão, quase um anão, Salomão pensou ainda na contradição, mas era a melhor solução.
Desde essa ocasião nunca mais o cão, agora chamado Leão, ouviu a multidão chamar-lhe outra coisa que não Leão, e a sua resposta feliz ao comentário “olha o Leão, o cão anão do Salomão” era sempre dando à cauda um abanão, enquanto Salomão, triste, meditava da sua congeminação: ”que raio de decisão, vou mas é dar o cabrão do cão”.

Citações 

Um pintor é um homem que pinta o que vende; um artista, pelo contrário, é um homem que vende o que pinta."

Pablo Picasso

janeiro 29, 2004

Qual destino? 

O destino poderá representar o mesmo que a linha da vida na palma de uma mão: está traçado, vincado e não há como mudá-lo. O destino conduz-nos através das artérias sobrelotadas da vida, fazendo-nos chocar com quem não queremos, desencontrar-nos de quem queremos, escolher o bilhete de lotaria errado ou o do lado, com o número perfeito. O destino determina o sexo dos bebés, faz com que o carteiro se engane na caixa do correio, faz o patrão despedi-lo. O destino ajudou-nos a não nascer na América e assim não transformou o nosso sonho americano num cadáver debaixo de ruínas num determinado Novembro. O destino não nos deu voz para cantar e empurrou-nos para um anonimato de onde a maneira mais fácil de sair é pelos piores motivos. O destino fez-me estar aqui a esta hora da mesma forma que dez minutos mais tarde me irá colocar noutro sítio. O destino encarrega-se de nós, não nos cuidando, apenas fazendo com que o tempo passe e nós com ele, até que se aborreça de nos deixar navegar pelas ondas dele próprio.
Mas será que o destino existe? Não será destino uma mera palavra que rima com intestino e, como tal, poderá soar bem lida num qualquer poema, mas tal como o produto da palavra que com ele rima, não passa de uma merda qualquer?


Em Cuba 


Quem teve a sorte de já ter ido a Cuba, mais concretamente a Havana, viu certamente, lá pelas bandas da Bodeguita del Medio, a senhora que aparece na foto.
Señorita de idade indefinida, passa os seus dias devidamente ataviada à xangô, com búzios e cartas por perto, fumando "puros" com um prazer indescritível.
Se não se pretende mais do que tirar fotografias a conversa resume-se a "no foto! dólar, dólar yes". Dá gosto ver os turistas, como eu fui, a esticar sub-repticiamente as objectivas para conseguirem fazer o boneco de borla à boneca e, depois, poderem mostrar aos amigos os locais exóticos por onde andaram e os habitantes originais que por lá deambulavam: "Jaquim, pá, e esta é só uma. Na outra rua havia um enxame delas".
Não tenhamos dúvidas que a necessidade aguça o engenho e Portugal não está assim tão mal. Embora existam, infelizmente, inúmeros sem abrigo em Lisboa, ainda não vi nenhum vestido de Zé Povinho, a fumar Português Suave sem filtro e a fazer manguitos para as objectivas dos turistas a troco de uns euros. Mas também ainda só estamos em 2004.

Autocrítica  

Julgo que já escrevi sobre isto mas agora não tenho paciência para ir ao arquivo conferir e, além disso, apetece-me escrever na mesma: na maioria das vezes que me sento em frente ao teclado para fazer um post, não tenho qualquer assunto em mente, não se tratam de desabafos, gritos silenciosos lamurientos nem sequer atitudes que poderia ter, de uma forma bem menos discreta, se me empoleirasse num banco frente à Assembleia da Republica e gritasse o que me vai na alma. Simplesmente me apetece escrever e o resultado nem sempre é o esperado por quem tem pachorra para ler, incluindo eu próprio.
Sem querer enveredar novamente pelo assunto da vida depois da morte, a verdade é que há quem acredite numa espécie de possessão de que se pode ser alvo e o resultado é uma escrita automática, impensada e não planeada. Não deve ser isso que acontece comigo ou, se o é, trata-se de uma possessão levada a cabo por um escriba de terceira categoria... até ao momento. Se o é, espero ansiosamente que Ernest Hemingway tome conta dos meus dedos e me faça escrever alguma coisa de jeito um destes dias.

Citações 

"Um cão no canil enlouquece com as pulgas; o cão que caça nem as sente."

Provérbio chinês

janeiro 28, 2004

Justiça cega 

O Dr. Miguel Sousa Tavares, agora que o “Equador” está a vender que nem pipocas em dia de estreia cinematográfica de um qualquer Senhor dos Anéis, está mais solto do que nunca – embora a verdade seja dita e ele nunca se tenha travado muito.
Ontem, no Jornal da Noite do "tal canal", referiu impiedosamente as manobras macrocontabilisticas do Ministério das Finanças chegando à conclusão de que o Estado se tinha transformado numa "pessoa de mal", contrariamente ao que deveria suceder.
Hoje foi a vez da Ministra da Justiça tentar limpar a sua linda gravata no Parlamento procurando justificar a retenção dos descontos à Segurança Social com dois pretextos: um de fazer chorar os corações de pedra nacionais e que tem a ver com o espectro do desemprego dos funcionários judiciais defraudados e o outro com o argumento falacioso de que o dinheiro estava no aparelho do Estado, só que não no sitio correcto, como tal - diz ainda a Dra. Celeste como quem passeia no seu jardim - não houve intenção nem consequências de aproveitamento próprio (leia-se seu) em relação ás verbas retidas na fonte e que por lá mesmo foram ficando, não jorrando para o garrafão da Segurança Social.
É espantosa a forma como os nossos "alegadamente" responsáveis interpretam as suas atitudes e as tentam encaixar no espírito da lei vigente mas, reconheça-se, sem grandes resultados e com uma falta absoluta de Bom Senso.

Frio oriental 


Quem repara nestas coisas já decerto pôde constatar que a natureza não foi pródiga com as orientais e não são mulheres fartas de seios, que é como quem diz, têm mamas pequenas.
Por outro lado as temperaturas que se fazem sentir no Inverno, na região, obrigam à utilização de todos os meios para manter uma temperatura corporal aceitável. A imaginação dos técnicos de marketing trata do resto e os resultados estão à vista.

Último 

Não era de todo minha intenção escrever mais nenhum post sobre Miki e, com toda a certeza, este será o último, mas não deixa de ser estranha a atitude do Presidente do SLB em questionar a sua permanência frente ao mesmo, por razões pessoais intimas, depois do trágico acontecimento.
É sabido que no próprio Domingo Luis Filipe Vieira manteve uma conversa com o jogador. Quem sabe de futebol sabe também que as conversas entre presidentes e jogadores não são assim tão comuns e a conversa foi descrita como normal...
Poderá um estranho e secreto remorso ter atingido o Presidente?

Citações 

"Os jornalistas enchem a boca quando falam de si próprios e do seu papel na sociedade, acham-se importantíssimos e portam-se como virgens pudicas quando alguém os critica"

in Mar Salgado - VLX

janeiro 27, 2004

Falta de rigor 

Hoje, como era de se esperar, as manifestações de pesar por Miklos Fehér encheram páginas de fotografias comoventes. A par das ditas, muitos foram os assuntos acessórios ao falecimento, mais ou menos bem investigados. Mas houve um que me chamou particular atenção: em caixa separada, um matutino aludia o facto de que o Clube que representava tinha os seguros feitos conforme a Federação exigia e mais, tinham um valor superior ao exigido. Depois desta afirmação descuidada vinham com valores de seguros de muitos milhares de euros relativos aos seguros de acidentes de trabalho e acidentes pessoais do jogador.
À primeira vista poder-se-ia pensar que a família, embora nada pague o desaparecimento do ente querido, poderia ainda aliviar essa dor com uma pequena fortuna, e era com toda a certeza essa a intenção da peça jornalística.
Nada mais errado!
Os seguros citados – acidentes de trabalho e acidentes pessoais – teriam de pagar se fosse efectivamente um acidente, no trabalho ou fora dele. O que sucedeu foi um caso de morte por doença, o que está completamente fora do âmbito de qualquer dos seguros referenciados. A existir qualquer seguro que pudesse dar azo a indemnização seria um seguro de vida, mas isso não foi falado pelo que pressuponho a sua inexistência.
Por isso, o que a família Fehér vai receber relativo aos seguros escreve-se em poucas e duras palavras: um grande e redondo 0 (zero).

Citações 

"Seja como for, casai: se vos aparece uma boa mulher, sereis felizes; se vos aparece uma ruim, tornar-vos-eis filósofos."

Regra de Sócrates

janeiro 26, 2004

Alerta 

O texto reproduzido abaixo foi recebido por mim hoje, através de e-mail, e vinha "decorado" com o vírus W32.Sober.C@mm (mensagem do antivírus: The email attachment refcode21781.txt.zlo is infected with the W32.Sober.C@mm virus).
Não sei se hei-de fugir ou sorrir e morder o anzol, mas para os interessados aqui fica o alerta.


Ladies and Gentlemen,
Downloading of Movies, MP3s and Software is illegal and punishable by law.

We hereby inform you that your computer was scanned under the IP 193.198.145.31 . The contents of your computer were confiscated as an evidence, and you will be indicated. You get the charge in writing, in the next days. In the Reference code: #21781, are all files, that we found on your computer.

The sender address of this mail was masked, to fend off mail bombs.


- You get more detailed information by the Federal Bureau of Investigation -FBI-
- Department for "Illegal Internet Downloads", Room 7350
- 935 Pennsylvania Avenue
- Washington, DC 20535, USA
- (202) 324-3000



O lado positivo?? 

"É preciso ver isto pelo lado positivo" refere Valentim Loureiro a propósito do falecimento do futebolista Miklos Fehér...
Que lado positivo Sr. Major? Existe algum que me escape a mim, visto não passar de um mortal com pouca cultura futebolistica?

Além 

O Além e o desconhecimento que temos dele provoca-nos sentimentos contraditórios, muitas vezes afastados de imediato por um Bom Senso de quem tem mais com que se atormentar na Real Life. Outras vezes é aflorado inconscientemente depois de apanhadas involuntariamente conversas sobre o assunto.
Em qualquer dos casos um medo irracional, que racionalmente é corrigido para respeito, toma conta dos pensamentos que, de imediato, tentam fugir para ilhas paradisíacas em vez de se deterem em imagens imaginadas de Caronte sentado na sua barca esperando pelas almas.
A vida depois da morte, ou melhor, uma forma de existência após o “passamento” é, na nossa sociedade, uma preocupação que apenas atinge os escalões etários mais avançados que tentam, em desespero de causa e por acharem o fim próximo, assistir a quantas missas puderem no breve espaço de tempo que julgam restar-lhes, numa esperança de redenção sabe Deus e cada um do quê de inconfessável nas suas vidas.
Os curiosos que deambulam através do mundo das Almas fazem-no, na maioria dos casos, utilizando uma Tábua Ouija, tal como foi noticia há pouco tempo nos média. Trata-se de uma experiência inexplicável que, garanto-lhes, nos deixa sem saber em que acreditar…
A verdade é que tudo continua por explicar mas a cautela é a mãe da sabedoria e negar conhecimentos obscuros não é boa politica.
Pela parte que me toca não sei o que pensar ou acreditar ou, se no fundo sei, esforço-me por esquecer. Tenho tempo de conferir essa verdade ”in loco”.

Pensamentos negros 

O inicio da morte de Miklos Fehér, que se fez anunciar numa noite de chuva em Guimarães e ao som dos aplausos das claques, mais do que dar pretexto para discussões sobre a segurança, desta feita médica, em relação aos estádios de futebol e a sua aplicação durante o euro 2004, mais do que favorecer a venda de jornais e inquéritos macabros via sms pagos a 1,5 euros, deveria levantar a questão de quão efémera e imprevisível é a duração de vida para qualquer um de nós.
O facto de toda a gente querer ir para o céu mas ninguém querer morrer, leva-nos a que vivamos uma vida recheada de obras, preocupações e divertimentos fúteis, deixando-nos mal preparados para o nosso fim inevitável, muitas vezes um fim que espreita ao virar da esquina como foi o caso, muitas vezes uma fonte de dor para quem fica e que connosco, de uma forma ou de outra, vive, e herdará todos os problemas terrenos que fomos adiando.
Viver a vida dia a dia como se cada um fosse o último parece ser a solução, mas como se faz isso com Bom Senso? Como nos convencemos de que não somos imortais? Como nos preparamos para o que queremos esquecer?
Obviamente não há resposta para estas perguntas. Só nos devemos recordar de uma coisa: no máximo, daqui a 100 anos nenhum de nós aqui estará, e se isso pode conduzir a depressões, deveria conduzir-nos igualmente a levar uma vida mais solta mas mais presa ao que é realmente importante, seja lá o que isso for.

Citações 

"A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai"


in "A Morte Saiu À Rua" - José Afonso

janeiro 25, 2004

Patrocínios 


Existem também pais a quem os encargos de educação pesam demais no orçamento familiar. A resposta pode passar por patrocínios de empresas com interesses nos sector, presentes e futuros, e do próprio Estado.

Os meios e os fins 


Toda a gente sabe que as tatuagens estão na moda. Isso tem levado algumas mães mais extremosas a utilizarem os meios disponibilizados por essa arte de decoração corporal com a boa intenção de não perder os seus rebentos, nem entre as multidões de um Centro Comercial numa tarde de domingo nem surripiados por tarados sem escrúpulos.
Mas há fins que não justificam os meios.

Bom Senso e Bom Gosto 

Ontem como hoje os meios pseudo ou realmente intelectuais degladiam-se para provar a verdade das suas palavras, enquadrada numa qualidade literária que todos julgam possuir. A titulo de exemplo de que a história se repete, ontem em pasquins e manifestos, hoje em artigos de opinião e blog´s, transcrevo o texto cujo original está aqui:

A Questão Coimbrã também se designou por Bom-Senso e Bom-Gosto. Os dois principais protagonistas são, por um lado, António Feliciano de Castilho e, por outro, Antero de Quental. Tudo começou com a proclamação de Castilho, no prefácio do poema de Pinheiro Chagas, Poema da Mocidade, de que o texto em questão tinha bastante nível e o seu autor um talento invejável. Na opinião de Antero, esta era apenas uma forma de louvar um dos seus jovens protegidos. Este facto levou Antero a lançar um opúsculo intitulado Bom-Senso e Bom-Gosto(1866). Estava montada a guerra literária que foi considerada como a polémica mais renhida de sempre em Portugal. O próprio Camilo se envolveu nesta polémica ao escrever Vaidades irritadas e irritantes, em que atacava, com sarcasmo, a nova geração literária. Em suma, pode-se dizer que esta polémica não foi mais do que um confronto entre os defensores do velho Romantismo, já a agonizar, e a juventude apologista do movimento literário que se seguiria, o Realismo.

Citações 

"Não são os que melhor falam que têm mais coisas para dizer."

Provérbio chinês

janeiro 24, 2004

Dificuldades linguisticas 

Sempre achei graça a sotaques e a palavras utilizadas em certas regiões para designar coisas que conheço por outros nomes. Rio-me quando elas são para rir mas nem as tento fixar porque não passo de um turista de sons e palavras. Não seria justo deslocar as coisas dos seus sítios.
Da mesma forma não me escandaliza o calão ou palavras consideradas obscenas, quando enquadradas no que se pretende transmitir e num ambiente com que as mesmas não colidam.
Há, no entanto, uma palavra que me horroriza ouvir tal como é dita por inúmeras pessoas de norte a sul: salsicha.
A vendedora de hot-dogs à porta da discoteca pergunta-me se quero o cachorro com uma salchicha ou duas; no supermercado, local de inúmeras frustrações, dizem-me que as salchichas nobres acabaram ontem dando-me como alternativa as salchichas da plebe; na televisão tentam-me vender uma frigideira que põe as salchichas a saltar…
Não sei se o lapso se deve ao facto da língua não dar a devida volta à boca na pronúncia desta difícil palavra, se tem a ver com o desejo oculto em muitas mentes de identificar a pobre da salsicha com a verdadeira chicha. Que a carne é fraca já sabíamos, mas há salsichas com um aspecto robusto e desenvolto, como as alemãs Blockwurst, que não merecem ser tratadas desta forma tão íntima.

Cantigas de carrossel 

Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Para ver, ouvir e dar passagem

A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela

A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor

Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou

E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor

A banda - Chico Buarque

Citações 

"A Economia Mundial é semelhante ao jogo do monopólio!
Um dia a malta cansa-se de jogar..."


in EspectacologicaS

janeiro 23, 2004

Branco puro IV e último 


O verdadeiro e único branco puro. Mais palavras para quê?

Branco puro III 




Um pressuposto que funcionou até há bastante pouco tempo nos casamentos era que a noiva iria vestida de branco.
O branco simbolizava a pureza e a família fazia questão de que a sua menina exibisse quão pura e virgem era até à noite desse dia de festa.
Com o evoluir dos tempos, a tradição deixou de ser o que era com excepção para o whisky JB e, agora, é vulgar ser um dos filhos do anterior casamento a levar as alianças ao altar.
Deixou de fazer sentido o branco puro nas cerimónias, não porque a noiva tenha inclinação para actriz de filmes porno, mas sim porque a virgindade da mesma é, obviamente, história de um passado longínquo.
As perspectivas de evolução neste campo, com a liberalização dos costumes sexuais, a instalação de ar condicionado nas igrejas e a despesa supérflua que representa investir uns milhares de euros num vestido que, além de não fazer qualquer sentido, nem sequer dá para usar numa noite de ópera do S. Carlos, para além do trabalho que muitas dessas “obras de arte” dão a despir, faz supor que num futuro próximo os costumes relativos à indumentária de uma noiva em dia de casamento seja o mais simples possível sem que, no entanto, se perca um toque de classe alusivo à cerimónia.

Branco puro II 


Uns dias antes da passagem do ano um amigo meu teve a gentileza de me mandar por e-mail a foto em anexo.
Tanto que eu lhe tinha recomendado que deixasse de fumar.
Agora vou ter de lhe levar uns maços de cigarros à penitenciária de Alcoentre...

Cantigas de carrossel 

De que vale o céu azul
e o sol sempre a brilhar
se você não vem
e eu estou a lhe esperar
só tenho você no meu pensamento
e a sua ausência é todo meu tormento
quero que você me aqueça neste inverno
e que tudo mais vá pro inferno

De que vale a minha
boa vida de play-boy
se entro no meu carro
e a solidão me dói
onde quer que eu ande tudo é tão triste
não me interessa o que de mais existe
quero que você me aqueça neste inverno
e que tudo mais vá pro inferno
não suporto mais
você longe de mim
quero até morrer
do que viver assim
só quero que você me aqueça neste inverno
e que tudo mais vá pro’ inferno uou uou

"Quero Que Tudo Vá Pro Inferno" - Roberto Carlos




Branco puro 


O tempo continua frio e a criançada vai saltando e pululando alegremente, contagiando todos com as suas brincadeiras inocentes.

Citações 

"A doença mais perigosa é a curiosidade de querer conhecer aquilo que não está ao nosso alcance."

Pascal

janeiro 22, 2004

Palavras que fazem sentido II 

Alegar: do Lat. allegare, citar um facto ou razão para provar alguma coisa; aduzir em defesa; dar como pretexto; desculpar-se com.
A palavra "alegadamente" é um achado nesta nova sociedade do século XXI.
Utilizando esta palavra no sitio certo da frase, livramo-nos de processos por difamação, chatices diversas, fama de bisbilhoteiros e, muitas das vezes, de um murro nas trombas sem que isso queira dizer que o não mereçamos.
É uma palavra a fixar no inconsciente e a repetir até à exaustão.



O coentro castanho 

As idas ao supermercado são um tormento para quem, como eu, só diferencia a salsa dos coentros pelo cheiro. Acontece que ando constipado e tive a ousadia de perguntar a uma dona de casa profissional, daquelas sindicalizadas e tudo, se me podia ajudar. Olhou-me com a mesma cara com que me olharia se lhe tivesse apalpado o traseiro de matrona, o que me fez repensar a estratégia e afivelar o sorriso nº 5 de Chanel, que é como quem diz, o sorriso estilizado de quem, só por acidente da empregada, apanham em coutadas de caça exclusivas como são os Continentes deste país.
Mas a senhora lá deve ter pensado “coitadinho, deve estar divorciado de fresco e quer reviver o passado com um cozinhado da ex”, após o que, com o ar mais indulgente deste mundo, me estendeu um ramo de coisas meio murchas que eu não me atreveria a pôr na sopa nem que fosse o cozinheiro do Batalhão de Caçadores 3.
Por delicadeza coloquei o ramalhete de coentros do século XIX no cesto, agradeci à “profissional” e retomei a actividade…
Nova dificuldade: comprar peixe fresco.
O peixe fresco, segundo os melhores livros de cozinha, conhece-se por apresentar as guelras vermelhas. Acontece que nenhum - mas nenhum - tinha as guelras vermelhas. Ainda pensei que, por razões clubisticas, o meu sensor cromático tivesse automaticamente desligado a cor que tornou célebre o Eusébio e a Fáfá de Belém, mas depois olhei para as beterrabas (raio de nome) e elas continuavam iguais. Mais uma vez me atrevi por territórios proibidos tomando como bons os exemplos do Frodo, e perguntei à “aviadora” que era suposto aviar o peixe: “aqui não é o sítio do peixe fresco?” – ao que ela, com o ar cansado de quem já tinha descascado inúmeras trutas, me fez olhar, apontando, para o cartaz que dizia isso mesmo por cima das nossas cabeças, ao mesmo tempo que me dizia delicadamente “não sabe ler?”
Decididamente não era o meu dia, se é que alguma vez o foi.
Larguei o ramo castanho dos coentros em cima dos sabonetes e desandei pela serventia da casa.
À noite regalei-me com um pargo assado no forno no restaurante, consciente das minhas limitações.


Pesquisas Google 

Há cada uma... nem comento.

Não preciso de desenhos 

Uma das últimas "polémicas" que circulam pela Blogária teve origem no “Terras do Nunca” (que, a partir daqui, designarei por "alguém" porque não tenho paciência para estar sempre a repetir o nome) e tomei conhecimento dela através do “food-i-do”.
Da troca de ideias a que pude assistir sobressaía o facto de, mais uma vez, alguém se poder considerar tão fotograficamente elucidativo nas opiniões que transmite que lhe basta a palavra escrita para atingir os seus objectivos. Além disso traduz esse alguém uma preocupação enorme com a capacidade de resposta, ou a futura falta dela, por parte das plataformas de alojamento dos blog´s, o que pode revelar um forte conhecimento tecnológico que ombreia nas suas capacidades intelectuais com o domínio da língua. Ainda mais: com um desprezo total pela capacidade criativa (seja ela de que tamanho for) dos autores dos blog´s que inserem as ditas imagens, refere também esse alguém que na maior parte dos casos a utilização das imagens é supérflua, demonstrando assim uma capacidade inata para distinguir as pilhas gastas das com carga com um simples olhar.
Mas tem razão em dois aspectos: as imagens, quando recolhidas dos diversos sites directamente, isto é, sem a utilização dos tais recursos cruzados, têm velocidades de abertura diferentes e, nalguns casos, até deixam de estar disponíveis, o que torna o blog um perfeito exemplo de excesso de carga. Tem razão também quando fala dos direitos de autor e isso não me deixa indiferente na perspectiva de que, quem cria e espera lucrar algo com isso, deveria ganhar alguma coisa.
Mas, por outro lado, também não perde dado que ninguém iria pagar pelas imagens se fosse obrigado a fazê-lo, além de que tem a divulgação do seu trabalho ou hobby garantido.
Eu sei que este último discurso é o adoptado pelos piratas informáticos mas caramba, aqui não se trata de piratagem mas sim de acções justificadas de corso. Não somos todos um bocadinho corsários da estética?

Citações  

"Sempre que fecho a porta à realidade, ela volta a entrar pela janela."

Jennifer Unlimited

janeiro 21, 2004

Arte real 


Gosto de arte no verdadeiro sentido da palavra. Gosto de pintura sem ser de construção civil ou de automóveis. Gosto de Leonardo Da Vinci e da sua obra.
A Mona Lisa, por exemplo, parece tão viva que até assusta!

O fim do Pai Natal 


O Natal de 2003 já lá vai, mas há rumores de que os próximos serão diferentes.
Um provável atentado contra o Pai Natal original terá deixado caminho aberto para Mãe Natal tomar o seu lugar.

As candidatas têm-se reunido em local secreto para discutir a sucessão.

Dizer mal 

Num post de 12 deste mês a D. Charlotte (sim, eu também leio o blog, confesso), antes de iniciar mais um semestre de Grego para principiantes, refere que já tinha saudades da "Blogosfera" como ela é e, com a devida vénia por falta de autorização prévia, atrevo-me a citar parte: "A blogosfera voltou a ser o que era: posts insultuosos, ressabiados despudorados em posição de ataque aos teclados, ódios de olhos semicerrados, invejas ao rubro, inimizades por quem nunca se viu mais magro e ainda bem. Enfim, o lamaçal do costume."
Bem... well... Ok..., confesso que, por momentos, fiquei sem palavras. Convenhamos que interiorizar todos os adjectivos utilizados, e ainda por cima não estando a falar das atitudes dos portugueses ao volante, não é tarefa fácil.
Mas o que é verdade é que nem todos os blogonautas têm os olhos raiados de sangue, o ódio a escorrer pela testa e confundem o teclado com um saco de boxe. As invejas também não são comuns. Eu, por exemplo, não invejo o marido de D. Charlotte por ter sido convidado para uma festa onde os homens teriam de ir de saias...
Também é verdade que andam uns insultos fáceis por aí escarrapachados, mas como dizem os miúdos, resvalam na couraça da nossa indiferença dado que somos pessoas de bem, eleitores, contribuintes e lixados continuamente.
Dizer bem é fácil, mas dizer bem não faz sentido quando se trata de analisar as obrigações das instituições na forma de pessoas singulares. Se fizerem bem não fazem mais do que a sua obrigação.
Por outro lado o dizer mal só o é aos olhos de quem pensa de maneira diferente por não querer ver, por ser burra ou por pactuar com interesses próprios com um sistema corrompido. Será dizer mal apontar erros flagrantes de gestão, de acção, de postura, quando isso vai contra os princípios da normalidade e do Bom Senso?
Claro está que se poderiam sempre fazer posts transcrevendo os poemas de Fernando Pessoa ou postando fotografias de lindas libelinhas em rituais de acasalamento, e aí já não se diria mal, nem bem, nem assim assim. Mas como a vida não é bem isso, pelo menos para quem pretende, efectivamente, viver, deixem-me na ilusão de que os desabafos que podem ser lidos como "dizer mal” contribuem para alguma coisa, mais que não seja um estado de alma próprio repousado por instantes.

Citações 

"Uma casa velha é sempre melhor que uma sepultura nova."

Provérbio africano

janeiro 20, 2004

A comunicação II 


Nos países desenvolvidos, embora os hábitos de higiene não sejam igualmente descurados, a comunicação já se resume eficazmente à palavra escrita e pode pretender atingir uma multiplicidade de objectivos inerentes ao desenvolvimento social.

Não consegui encontrar exemplos em português mas os que se anexam dizem respeito a um quadro existente em grande parte dos Lares da 3ª Idade nos EUA e a um autocolante que os habitantes de uma pequena cidade do Ohio levam obrigatóriamente na carteira, onde todos sabem que o podem encontrar, quando saiem ao sábado à noite.
Revelações de Bom Senso que me surpreenderam.

A comunicação I 


A importância da comunicação escrita sempre foi reconhecida entre os povos, quer entre os mais subdesenvolvidos quer entre os países tidos como desenvolvidos.
A principal diferença reside no facto de que, nos primeiros, se privilegiam as necessidades básicas, através de grafismos elucidativos tendentes a solucionar os maus hábitos de higiene numa evolução que se quer constante.

O problema da falta de alfabetização está assim resolvido e o nariz das populações agradece.

ALTOS & baixos 

Todos nós temos altos e baixos, uns mais altos, outros mais baixos, mas a verdade é que a disposição não é sempre a mesma para todas as actividades do dia a dia e o humor reflecte isso.
O motivo dessas oscilações pode dever-se a distúrbios de saúde, reflexos do clima ou desencanto geral, e só serão atenuadas por compensações adequadas que variam de indivíduo para indivíduo. Conforme me ensinaram há pouco, já tentei praguejar em francês mas não resultou...
Suponho, no entanto, que o maior responsável pelo desanimo é o próprio estado da nação, personificado por um Governo que, enfim...
As notícias que vamos tendo do rectângulo português – desanimadoras – nunca poderão ser compensadas pelos "Malucos do Riso", a não ser que fiquemos nós próprios malucos... e já não falta muito.

Citações 

"A História não é mais do que o esforço desesperado dos homens para realizarem os sonhos mais clarividentes."

Albert Camus

janeiro 19, 2004

Evoluções sociais 

Em 1964 os americanos tinham esta opinião sobre o lugar das mulheres na sociedade. Hoje têm ideias diferentes sobre esse lugar.

Citações 

"O Livro da Vida começa com um homem e uma mulher num jardim. E acaba com o Apocalipse."

Lei Bíblica de Wilde

Engenheiro civil recém-formado procura emprego compatível 


A crise de emprego força jovens licenciados a optar pelas tarefas disponíveis no mercado de trabalho, mas como não se tira a carta de condução nas universidades, podem ocorrer alguns lapsos menores...

janeiro 18, 2004

Vade Retro  

Como decerto já devem ter reparado apareceu por aqui, pela Blogária, um blog que pretende ocupar um nicho de mercado onde anteriormente, de uma forma mais subtil, o Mephistopheles, entretanto esquecido pelo mafarrico, se movia.
Como qualquer bom teaser começou por ter um nome apelativo – para quem se deixe ir em coisas desportivas com conversas da treta – e agora, estrategicamente, resolveu assumir o hábito e mudou de nome, excomungando o anterior em nome de uma decência bacoca, para que alguém o absolva das atitudes de self made critico.
O resultado é um mix interessante de má-língua literária com futebol, religião e exploração da vaidade dos escribas da Blogspot e arredores.
A não perder quando as revistas Maria e Casa e Jardim não chegam ás bancas no dia aprazado.

Citações 

"Quem se encoleriza com os mosquitos morrerá com as pancadas que dá a si mesmo."

Provérbio africano

janeiro 17, 2004

Super Mário volta a atacar 


Mário Jardel abandona o Bolton de Inglaterra e vai para o Ancona de Itália.
Quando o empresário lhe apresentou a proposta, terá comentado: "An quê? Claro que vou, i´m a lover, not a fighter!!!

A rota da amizade EUA - Brasil... 

... não passa pelos céus. O contencioso gerado entre os dois países devido à reciprocidade de comportamentos de segurança nos respectivos aeroportos, é um ponto de vista americano, ofendido no seu estatuto de país superpotente. Acham perfeitamente normal e justificado obrigarem os cidadãos brasileiros a serem fotografados e a tirarem-lhes as impressões digitais à chegada aos aeroportos dos States, mas quando o mesmo é feito no Brasil em relação a cidadãos americanos, já o caso se reveste de uma polémica tão grande que os próprios brasileiros, talvez devido ao receio de perder os turistas supostamente atafulhados de dólares, procuram desculpar a atitude das suas próprias autoridades.
O Bom Senso mandaria que os americanos se não sentissem ofendidos e, ainda mais, se acham que o sistema brasileiro de controlo é moroso em relação ao desenvolvido por eles, deveriam prestar auxílio logístico para uma implementação de métodos idênticos.
Mas a moral da estória é sempre a mesma: o que faço está bem feito mas, se mo fazem a mim, é um abuso escandaloso – isto se eu tivesse nascido nos Estados Unidos.

Citações  

"Eu aprendi como os macacos aprendem - observando os seus pais."

Rainha Elizabeth II

janeiro 16, 2004

Lógica para quê? 

Um amigo meu tem a péssima mania que é dono de uma mente brilhante e lógica é com ele. É um perdido por filmes do Sherlock Holmes e revê o Star Trek todas as vezes que pode, deslumbrado com Mr. Spock.
Proclama ele que a lógica deve resultar de uma análise sumária mas não precipitada, sem sentimentos e desprovida de qualquer tipo de pré tendências facciosas. Achei imensa piada aos termos utilizados e perguntei-lhe se as análises sumárias não poderiam resultar precipitadas, ao que ele me respondeu afirmativamente, mas a própria lógica se encarregava de lhe dar conhecimento disso. Perguntei-lhe novamente o que fazia nesses casos em que necessitava de uma análise mais profunda. Resposta: “embrulho e levo para casa”.
A análise que faço desta porcaria de conversa, logicamente, é que esse meu amigo corre sérios riscos de o deixar de ser. Eu estou, logicamente, farto de chatos!

Dias estranhos 


Realmente podemos pensar que vivemos dias estranhos.
Quem imaginava há poucos anos que iria ter uma empregada com sotaque de novela da Sic a servir-lhe o café matinal, o automóvel lavado por uma loira russa digna de capa da Playboy ou um enfermeiro espanhol a dar-lhe conselhos sobre higiene íntima?
Muitos mais exemplos podiam ser apontados e faltariam sempre alguns, mas não resisto a só mais estes: alguma vez que não na vossa infância, em que tinham um amigo imaginário, pensaram ter como melhor amigo alguém que não conhecem mas com que falam mais através da Net do que com os próprios pais? Em que filmes da 5ª dimensão pensaram assistir a romances desenvolvidos num monitor ou serenatas traduzidas pelo Real Player? (juro que não me estou a referir a ninguém em especial).
Os dias estranhos só o são pelas mudanças muito pouco progressivas da tecnologia que nos ultrapassam ao menor descuido. No dia em que efectuarmos updates de nós próprios tudo ficará normal, mas nada será como antes.

Citações 

Os dias estranhos descobriram-nos
Os dias estranhos encontraram os nossos vestígios
Eles vão destruir as nossas mais simples alegrias
Temos de continuar a divertirmo-nos
Ou encontrar uma nova cidade


in Strange Days - Jim Morrison

janeiro 15, 2004

Normalidades ou não 

Uma das frases da moda neste Outono/Inverno é "acha normal?". Pelos vistos a maioria das pessoas desconfia da normalidade das situações onde se mete, voluntária ou involuntariamente, e precisam de questionar quem os rodeia sobre a normalidade ou anormalidade dos factos.
É natural que isso suceda e nem percebo porque especialistas como Júlio Machado Vaz, a taróloga Maya ou José Saramago se alheiam desta preocupação nacional. Pelos vistos a sua vida é completamente linear e não acham nada fora do comum na forma como passam os seus dias a discutir o sexo dos anjos, a saída da carta do Enforcado a seguir à do Dinheiro ou a olhar para a paisagem semi lunar de Lanzarote.
A normalidade é uma situação que, nos tempos que correm, deve ser posta em causa sempre e a propósito de tudo: será normal as novelas portuguesas terem o share que têm? Será normal a Elsa Raposo ser tão facilmente apaixonável? Será normal uma resma de pseudo colunáveis irem à conta da Endemol para a Argentina para rebolar em cima de tripas de vaca? Será normal tudo aumentar e a maioria das pessoas verem reduzidos ou desaparecidos os seus rendimentos? Será normal sermos governados por cromos arrogantes?... enfim, é um nunca mais acabar de dúvidas que, para analisar normalmente, só numa posição discreta como a fazer o pino completamente nú em pleno Rossio. Mesmo assim haveria pessoas a perguntar umas ás outras: "será normal?", o que é perfeitamente lógico.

Citações 

"Filosofar não é escrever, é viver."

Provérbio árabe

janeiro 14, 2004

Palavras que fazem sentido 

Desde há muito que o Homem necessitou de medidas concretas capazes de traduzir distâncias, pesos, medidas, sentimentos etc. (quem quiser saber mais à séria sobre o assunto das medidas pode ir aqui).
Para o Homem comum, no entanto, a aprendizagem dos tempos de escola capaz de transformar centilitros em litros ou metros em quilómetros há muito que foi sendo substituída, no seu quotidiano informal, por uma outra medida universal capaz de expressar grandezas de uma forma sublime: refiro-me à designação em vernáculo mais corrente do sexo masculino com 7 letras e que, por uma questão de principio que nada tem a ver com pudor ou falsa educação, designarei por Cxxxxxx.
Quem nunca ouviu ou utilizou expressões como "longe como o Cxxxxxx", "grande como o Cxxxxxx", "caro como o Cxxxxxx" ou, a mais adequada aos tempos que corre e perfeitamente apropriada, "teso como o Cxxxxxx"?
Não existe palavra que melhore se afaste do seu significado específico e que mais se aproxime do significado métrico ou adjectivante que lhe pretendamos dar em qualquer ocasião ou sobre qualquer assunto, mesmo que não haja medida capaz de o exprimir, como por exemplo "dói como o Cxxxxxx".
Peguemos num excerto de uma simples noticia como esta e tentemos dar-lhe a intensidade que, decerto, os intervenientes gostariam:

Sonda espacial segue sem enviar sinais de Marte

LONDRES (Reuters) - A missão britânica que procura vida longe como o Cxxxxxx, em Marte, teve mais uma frustração do Cxxxxxx neste sábado ao não receber pelo terceiro dia sinais de que a sonda espacial do Cxxxxxx Beagle 2 aterrissou no planeta vermelho e já admite que possa ter havido um perda do Cxxxxxx do aparato.

A falta de sinais aumentou como o Cxxxxxx os temores de que a sonda, do tamanho do Cxxxxxx de um guarda-chuva aberto, tenha tido a mesma sorte do Cxxxxxx de suas antecessoras, que acabaram em destroços como o Cxxxxxx na superfície marciana.

"A exploração desta noite do Cxxxxxx em busca de um sinal da Beagle 2 pelo telescópio Lovell no Jodrell Bank Observatory (na Grã-Bretanha) foi infrutífera como o Cxxxxxx", afirmaram os organizadores da missão em seu site na Internet (www.beagle2.com).

"Se o Cxxxxxx do sistema de aterrissagem não funcionou como o esperado, há cenários como o Cxxxxxx onde podemos ter perdido a Beagle 2", disse o professor Alan Wells, um dos cientistas do Cxxxxxx do projeto, à televisão Sky News.

Seria de Bom Senso que, a par dos “Dah” cavernicolas ou dos “bué” africanos, despenalizassem socialmente uma palavra com um leque de utilidade que se revela continuamente como um dos melhores aplicativos da língua portuguesa.



Asnices 


Não consigo nem quero, mesmo que conseguisse, disfarçar a minha admiração pela cultura popular sob a forma de ditados e provérbios.
Um dos que me comove dada a amplitude do seu uso é "vozes de burro não chegam ao céu". Já Luís Figo, nos tempos do Mundial 2002, dizia com a sua excelente pronuncia: "Los rebuznos de burro no llegan al cielo".
E realmente cada vez mais podemos constatar a importância de uma frase que traduz a opinião dos visados sobre quem os critica, o que se aplica também aos e nos blog´s.
Na Blogária a maioria dos habitantes, incluindo eu, vão tecendo criticas e explanando opiniões sobre assuntos, situações, pessoas e instituições que, pura e simplesmente, se estão nas tintas para elas. Isso não é mau. Mesmo os humoristas profissionais estão de acordo em que se pode brincar criticando qualquer coisa ou assunto tudo dependendo da intensidade ou intenção difamatória do texto falado e/ou escrito. Concordo com essa opinião muito embora eu, nos últimos tempos, só não tenha gostado de uma paródia que achei de mau gosto do Pipi supostamente inspirado em Anne Frank.
Quanto ás vozes de burro sempre as houve e a tendência é para a sua proliferação, só não estando de acordo com o facto dos visados se julgarem no céu, o que é uma blasfémia terrível e de uma arrogância sem paralelo. Poderíamos fazer evoluir o ditado para "vozes de burro não chegam a quem finge não entender a língua da sua própria raça".

Citações 

"A alegria é a evasão do nosso tempo."

Simone Weil

Traições 


Há pessoas que ficam com poucas recordações materiais de casamentos falhados, mas isso não devia ser motivo de repressão policial.

janeiro 13, 2004

Nomes vulgares 

O indivíduo chama-se José Maria Martins como se poderia chamar António Silva Santos ou Manuel Sousa Coelho, mas não, chama-se José Maria Martins. É baixinho, ligeiramente proeminente ao nível do abdómen e tem barba e bigode. Estas são certezas, mas posso também colocar uma hipótese: José Maria Martins deverá revelar, na sua postura profissional, um brio imenso e uma adoração pela máxima "é um trabalho sujo mas alguém tem de o fazer!".
José Maria Martins – se não o adivinharam já – é o advogado de Carlos Silvino, Aka. Bibi e, de há algum tempo para cá, também elemento do regimento de advogados de Saddam Hussein.
A forma empenhadamente profissional como J. M. M. conseguiu ficar a solo com a defesa de Carlos Silvino conseguiram-lhe reconhecimento mundial. Ele só deve lamentar que Hitler ou Klaus Barbie já não existam e Pablo Escobar tenha sido eliminado antes de um julgamento justo. Noriega e O. J. Simpson estavam por conta dos tubarões americanos o que não lhe deu hipóteses.
Qualquer um dos cinco parecia ter o perfil exigido para ser cliente do nosso compatriota advogado mas eram outros tempos. Resta-lhe sempre a suprema esperança de um ilustre cliente: pode ser que o diabo exista mesmo e que a Policia Judiciária, em colaboração com a Guarda do Vaticano, lhe consiga deitar a mão.

P. S.: Este post era para chamar-se "Advogado do Diabo" mas duvido que o consigam apanhar (ao diabo, claro).

Voar sem asas 

Os aeroportos são locais muitíssimo interessantes. Estando atentos e sem pressa de apanhar o avião, principalmente depois do check-in feito e ele dificilmente poder sair sem nós, conseguimos facilmente abstrairmo-nos de um possível medo de voar observando a fauna que circula nas instalações: cidadãos do mundo de todas as cores, feitios e línguas, hospedeiras semi-novas com cara de frete e ar de quem acordou com SPM, pilotos garbosos na sua farda que faz pressupor um espírito superior, talvez por passarem a vida mais perto de Deus que os comuns mortais, crianças e adultos felizes por irem de férias, crianças e adultos infelizes por regressarem de férias, agentes da policia com ar de quem vai descobrir um Bin Laden atrás de qualquer cara menos convencional, estudantes que utilizam as mesas dos bares à socapa para estudar e, assim, talvez sentirem a ilusão de estudar no estrangeiro… enfim, um nunca mais acabar de variantes sobre o tema humano.
Uma das situações que sempre achei interessantes tem a ver com a quantidade de gente que vai esperar alguém, o que não encontra paralelo em quem viaja de automóvel ou comboio. Gosto de ver as famílias com ramos de flores a aguardar a chegada de entes queridos como se voltassem de outro mundo e a quem entregam as flores com um ar mal disfarçado de quem pensa “desta já escapaste”.
Eu já decidi. Quando me reformar e porque não sou grande coisa a avaliar tácticas futebolísticas, jogar dominó ou sueca, não passarei os meus dias nem a ver os treinos do Benfica nem no Jardim da Estrela. Descobri que o aeroporto me pode manter aéreo e bem disposto.

janeiro 11, 2004

Curiosidade infantil 



Depois de ter visto numa novela portuguesa um beijo entre miúdos – mesmo miúdos, e ao pretender abstrair-me da diferença entre porem os putos a trabalhar nas novelas e pô-los a trabalhar nas fábricas de sapatos de S. João da Madeira, fugiu-me o pensamento para a curiosidade infantil sobre o sexo.
Por não me lembrar quando comecei a sentir que havia algo mais do que a importação de bebés de França, não tenho muito presente a ocasião dos primeiros passos que dei para espreitar por debaixo de uma saia ou o que senti ao ver partes do "Último Tango em Paris" por um buraco de fechadura.
A verdade é que, nos dias de hoje, a curiosidade sobre o sexo é logo abatida quando se descobre que ele existe. Para isso muito contribuem os audiovisuais sem o aviso “não tente fazer isto em sua casa nem na escola”, como o tal exemplo da novela dos morangos, mas também a literatura pseudo infantil onde tentam inculcar nos jovenzitos um interesse adulto pelo sexo oposto e que pode até esconder tendências pedo-qualquer-coisa nos autores. virgin1.jpg


Como se o Harry Potter, se pudesse mesmo escolher, alguma vez escolhesse uma rapariga para melhor amiga... só nos sonhos lúbricos da tal JK Rowling que, talvez por não conseguir dar consistência à libido das personagens que a enriqueceram, já pensa em passar ao papel estórias com menos magia mas mais instrutivas.

Latidos 

Cães, caravanas, passeios e latidos. Embora possa parecer não estou a falar de nenhum parque de campismo da Costa da Caparica porque, se assim fosse, teria também de falar das sardinhadas do Sousa e das camélias que a D. Amélia plantou no penico de plástico.
O que estou a tentar fazer é alinhavar algumas ideias sobre "aquele" ditado popular que diz que a caravana continua a passar e está-se borrifando para os cães que ladram.
As interpretações do ditado, aplicadas à real life, podem oscilar para várias latitudes: "quero lá saber do que dizem de mim..."; "sou o rei das certezas e raramente me engano"; "sou surdo que nem uma porta e nem ouço as maledicências."
A verdade é que todos nós fizemos ou fazemos parte de caravanas acossadas por cães de diversas raças que nada mais construtivo fazem do que ladrar. Eu pertenço ao departamento dos que a maior parte das vezes se estão nas tintas, mas se os canitos além de ladrarem alçam a perna e ameaçam fazer uma necessidade líquida nas minhas calças podem contar com um carinhoso pontapé no focinho!
E deixem a caravana continuar o seu caminho...

Citações 

"As únicas desgraças completas são as desgraças com as quais nada aprendemos."

William Hocking

janeiro 10, 2004

Just Joking 

Apenas uma brincadeira de gosto duvidoso para fazer subir a adrenalina e espantar a pasmaceira de fim de semana.

Casino 


Andam de tal forma a distrair Pedro Santana Lopes com miragens de uma presidência mais nacional que o Presidente da edilidade se tem esquecido do casino que irá revolucionar a economia das famílias lisboetas, principalmente daquelas que já nem dinheiro têm para se deslocarem ao Estoril e substituírem o porquinho mealheiro pelas slot machines.
Apesar do jogo não estar nos hábitos da população portuguesa, estou convicto de que, durante o corrente ano, apenas o milagre da sorte ao jogo poderá salvar imensas famílias.
O casino lisboeta surge assim como uma tábua de salvação em forma de pano verde abrilhantado por coristas importadas de Las Vegas. Já que vamos ficar cada vez mais pobres pelo menos que o façamos com estilo e ilusão.

Citações  

"Não invistas num perdedor pensando que a sua sorte há-de mudar mais cedo ou mais tarde."

Lei de Las Vegas

janeiro 09, 2004

Tem de pagar consumo mínimo!!! 


Aproxima-se o fim-de-semana e com ele a vontade de estar com os amigos, beber uns copos e, quem sabe, até cometer a excentricidade de pisar a pista de dança de alguma discoteca a fim de testar os movimentos lúbricos da juventude que têm andado mais virados para valsas nos Alunos de Apolo.
No entanto a estória protagonizada pelo menino Simão Sabrosa na Kapital deixa-me apreensivo.
E se algum dos gorilas de serviço me pergunta o clube? E se me fazem um interrogatório sobre o penalty marcado contra o Benfica? E se eu não acerto na resposta? E se levo com um par de gorilas debaixo de cada braço e me mandam porta fora, todo amachucado, de olhos à clube do Restelo e com a obrigatoriedade de dar entrevistas em exclusivo à TVI?
São dramas existenciais como este que dão sal e pimenta aos fins-de-semana. Pelo sim pelo não já disse que segunda-feira só me apanham em público de óculos escuros.

Vossa Majestade 

bomb1.jpe.jpg
O senhor da foto (não tem nada a ver com o senhor do bolo, pelo que o Bruno Nogueira não venha para cá com ideias de copyrights) leva uma vida terrível. Já foi acusado de homicídio da mulher, de genocídio de irlandeses, de sofrer do complexo de Édipo, de homossexualidade, de promiscuidade com a criadagem, de promover o adultério entre os pares do reino (principalmente os de apelido Parker-Bowles), de usar saias em público e de só se interessar por flores, cavalos e gravatas.
Nunca ninguém o acusou de andar a aprender a falar português, de bater na mãe, de não saber fazer contas em Euros ou de querer emigrar para os Estados Unidos, o que até faz sentido...
No entanto há coisas que REALmente tem e nem o IRA lhe consegue tirar -embora não se canse de tentar - enquanto for vivo: o facto de ser herdeiro do trono da velha Albion e o par de orelhas.

Pecados 

Ontem cometi uma loucura que poderia vir a ter consequências irreparáveis na minha formação permanentemente evolutiva se não tivesse tomado consciência disso: Comentei um post no Barnabé!!!!
É verdade. Acedi ao blog e li mais uma discussão daquelas sem intenção nenhuma que não seja esgrimir pontos de vista sem aplicação prática ou vontade de angariar e-leitores. DO não concorda com JPP, JPP há-de responder a DO através de um dos inúmeros canais onde lhe pagam para o fazer e DO dará a volta publicando também alguma passagens de textos do JPP que, previamente, colou na parede onde se serviu deles como alvo de um jogo de dardos para melhor escolher os excertos a picar.
Tem no entanto o Barnabé uma coisa em que é diferente dos outros: Tem um sistema de comentários onde os aspirantes a opiniosos nacionais podem livremente dizer nada acerca de tudo ou tudo acerca de nada (esta é quase de catalogo mas é a frase que melhor se adapta).
E foi aí que eu, como que seduzido pelo acenar de uma maçã suculenta por uma Eva desnuda, escrevi o que me ocorreu no momento.
Mea culpa.
Aqui me penitencio na esperança de uma absolvição.

Citações 

"Responder antes de ter ouvido é uma loucura e uma humilhação."

Provérbio judaico

janeiro 08, 2004

Happiness 

benettonbaby1.jpe.jpg
Criar e educar um filho ou uma resma deles pode parecer torturante para quem gosta de dormir as noites descansado ou sair ao sábado à noite sem antes ter de dar a semanada a alguém e colocar um relógio de ponto à entrada da sua própria casa para vigiar o regresso dos rebentos, mas muitas famílias há que os desejam e não têm.
A estratégia de adopção é a mais válida nestas situações, não fossem os requisitos legais que ainda fazem com que se crie afinidade no orfanato com uma criança de três meses e só se consiga dar-lhe um lar quando está na idade de entrar na faculdade.
Paralelamente, e com a aldeia global, tornou-se usual encontrarmos famílias “Benetton” (passe a publicidade).
Adoptar uma criança de cor e raça diferente da dos pais é uma demonstração de civilidade, amor pelo próximo e desinteresse apenas interessado na felicidade da criança.
Os detractores desta ideia não deixam, no entanto, de tecer comentários quando encaram com situações destas: “será que o vizinho de cima é negro e o palerma que vai a empurrar o carrinho é daltónico?” Mas esses preconceitos estão em vias de extinção e já raramente alguém vira a cabeça na rua à passagem de uma feliz família multi-racial.


Sadness 

A crescente desmotivação e desinteresse pela vida, aliadas ao facto de cada vez existirem mais miragens impossíveis de alcançar por motivos de ordem económica mas disponibilizadas por uma sociedade de consumo voraz, levam muita gente a optar, mais ou menos voluntariamente, por estilos de vida alternativos a que se convencionou chamar “vida fácil”.
Essa suposta vida fácil nada tem a ver com esse adjectivo e torna-se invariavelmente numa vida infernal dependente de vícios extremos impossíveis de extinguir unicamente pela força de vontade.

O gif. em anexo é bem representativo do que a vida pode fazer ás pessoas.

Grande oportunidade 

Pelo lixo consegue-se perceber o modus vivendi de uma sociedade dos tempos modernos. Também não é segredo para ninguém, e ensina-se nos cursos por correspondência para detectives, que uma investigação ao lixo dos suspeitos (ou presumíveis culpados mesmo que tenham dado um tiro na mãe à frente de meio mundo) revela traços de personalidade e, inclusive, pode fazer surgir pistas para o efeito que se pretende.
É isso mesmo que a TVI e os jornais demonstraram - e bem – ontem. A economia de recursos ou a preguiça dos funcionários impediu-os de utilizar as máquinas destruidoras de papel e o resultado são os documentos em segredo de justiça e assinados em branco andarem a vogar ao vento ou na mão dos sem abrigo.
Os resultados práticos podem ser imensos: cadeiras de investigação de lixo nas Faculdades de Jornalismo, reviradores de lixo profissionais, contentores dos prédios com cadeado, paparazzis de contentor, empresas de segurança com turnos de 24 horas e vigilância vídeo aos baldes do lixo dos organismos públicos e, sempre em alternativa ou como complemento a tudo isto, grandes complexos industriais, tipo Auto Europa e com todas as benesses fiscais inerentes, destinadas exclusivamente ao fabrico de máquinas de destruição de papéis. Pode ser definitivamente o fim da crise de emprego.

Citações  

"Um casal é equilibrado quando ambos os cônjuges têm vontade de brigar ao mesmo tempo."

Teorema de Rostand

janeiro 07, 2004

Iemanjá fora dos trópicos 

Uma das coisas que invejo aos irmãos brasileiros, além do sol e da temperatura do país, é a profusão de cultos alternativos que conseguiram manter e/ou desenvolver.
O culto de Iemanjá é uma delas: Alegre e consensual, a resvalar para o orgíastico africano de um descontrole contagiante.
Por cá só conseguimos ter um Pai de Santo originário do Alentejo que passou umas férias na Baía e uma Pomba Gira que dá o respectivo e cinco cêntimos para aparecer na televisão, finda que foi a sua "brilhante" carreira nos bares de alterne do Ribatejo.
Quem nos dera cá uma Iemanjá ou um terreiro de candomblé para agitarmos os espíritos e conseguir alguma alegria e esperança em vez de uma IURD saca euros e sem tropicaliente.

Astral 

Hoje amanheceu mais um dia de um ano ainda novo que, talvez por isso, não demonstra ainda identidade própria, antes se limitando a seguir as tendências do anterior, tal como um estilista decadente e sem matéria-prima inovadora.
Nada de novo ou bom se passa em Portugal que possa contribuir para um levantar do astral dos poucos milhões que somos. Quando as noticias do dia se resumem a uma circuncisão que Carlos Cruz fez quando tinha 13 anos e ao processo levantado pelo Presidente da Republica ao Jornal de Noticias alguma coisa, senão tudo, vai mal.
Precisamos urgentemente de algo que nos faça sentir que somos alguém, que nos recorde que fomos grandes e nos podemos orgulhar de um passado glorioso decalcando exemplos que nos retirem de um presente miserável e de um futuro negro.
Mantendo a linha de pensamento que nos faz, aparentemente, ainda sorrir, é minha humilde opinião que uma série televisiva de produção nacional sobre a História de Portugal, mas apresentada pela Marisa Cruz e pelo Pedro Granger em substituição do mumificado José Hermano Saraiva, poderia contribuir para a nossa elevação espiritual.
Ao mesmo tempo as associações de moradores e as várias colectividades espalhadas pelo país deveriam fomentar sessões de meditação colectivas, ao ar livre, onde nós, habitantes deste rectângulo triste, poderíamos, de mãos entrelaçadas, entoar cânticos dos Abba e emanar ondas de energia positiva a fim de contrariar as negativas que, por uma razão desconhecida, parecem querer tomar conta de tudo.
Pela parte que me toca vou espalhar uns posters do Gandalf cá pelo bairro e comprar um calendário Pirelli para colocar por cima da cama.

Citações 

"A amizade não se busca, não se sonha, não se deseja; ela exerce-se."

Simone Weil

janeiro 06, 2004

Suicídio? Não obrigado! 

Um post da Espectacologica sobre o suicídio, ou a tentativa de, por parte de uma vizinha, fez-me reflectir um bocado sobre o assunto.
Sempre achei o suicídio uma saída elegante mas indiscreta para quando alguém acha que, por fim, já cumpriu todos os papéis que lhe estavam destinados na Terra ou já realizou todos os seus sonhos. O problema é que a tal Terra tem inúmeros papéis alternativos ao dispor, tal como um imenso labirinto sem saída mas com caminhos compridíssimos e janelas nos corredores e, embora se possa chocar com várias paredes e ter de voltar atrás, a experiência vale por isso mesmo. Quanto aos sonhos também os há de diversas tonalidades e, se tiverem o receptor “sonhorifero” avariado, as farmácias ou o dealer do bairro têm óptimas ferramentas para o arranjar.
Suicídios por amor também estão fora de moda. Basta comprar uma lata de spray com um bom vermelho e “decorar” o carrito do namorado ou namorada infiel. Não dói fisicamente a ninguém e deve dar um gozo terrível ver a cara deles a olhar para o lustroso bólide com as palavras a vermelho garrafal “BOI” ou “VACA” pintados no capot.
E os suicídios falhados? Há lá alguma coisa pior que um suicida incompetente!
Por outro lado o suicídio apresenta alguns inconvenientes: se não se escolhe bem a forma de o cometer arriscamo-nos a sujar tudo de sangue, o que não é justo para quem terá de limpar. Além disso o acto do suicida, quando bem praticado, não tem regresso. Agora imaginem que existe realmente outra vida… imaginem que essa outra vida é uma trampa pior que esta e… não podemos voltar atrás. Só apetecerá cometer suicídio outra vez e isso não é vida.
Para quem já pensou ou está a pensar dar por terminada a sua estadia neste mundo deixem-me dar alguns conselhos: existem locais paradisíacos como as ilhas do Sul do Pacifico. Já lá foram? Vão antes de saltarem do 10º andar.
Não há dinheiro para lá ir? Há bancos ansiosos para emprestar dinheiro e cheques para passar. Eles depois que vos descubram nas areias douradas e no mar transparente.

Nem mais um sorriso 

Já se escreveram umas coisas sobre analogias da sociedade moderna com a obra Big Brother de George Orwell. Lembro-me de ler acerca do assunto nos Remoinhos e na Marta, mas nunca senti tanto a presença de câmaras vigilantes como este fim-de-semana, talvez por estar mais atento ou terem afixado mais cartazes nas lojas.
O que é certo é que os cartazes que me mandam sorrir porque estou a ser filmado me aborrecem. Porque é que eu tenho de sorrir? Porque tenho uns tipos desconfiados de que ando a meter coisas ao bolso a espiarem-me? Bem basta uma pessoa saber que vai ser filmada num dia em que não apeteceu fazer a barba ou o aspecto é o de um dia de ressaca para perder a vontade de sorrir. Além disso os preços das coisas só provocam é esgares de dor…
Quando vejo os avisos de “sorria” só me apetece mesmo é fazer caretas e gestos anti-sociais para os observadores ficarem a saber que, se gostasse de ser filmado, tinha ido para Hollywood e hoje era, provavelmente, Governador de uma terreola qualquer.

Obrigado a todas(os) 

A todas(os) as(os) amigas(os) que me deram sugestões sobre como resolver a bronquite aqui do Ministério o meu obrigado. Tive de repor o template original e agora, calmamente, vou tentar refazer as coisas como estavam.

janeiro 05, 2004

Bronquites 

Não sei o que se passa com o Blogger para me transformar os textos em textos do antigo Egipto, mas suponho que seja bronquite passageira. Já lhe dei um xarope, esperemos que resulte. A gerência (ou seja eu, moi, myself ) pede desculpas pelo facto embora este seja alheio à vontade da mesma. É no que dá ter as coisas de graça.

janeiro 04, 2004

O euro maravilha 

Tirando o IRS que me tira a cabeça e me tiram à cabeça, o imposto automóvel que não me ajuda a juntar para comprar outro, o aumento da gasolina que me faz utilizar os ténis Nike em grandes deslocações e outras tretas inventadas com nome de impostos e que fariam a inveja do Sheriff de Nottingham e a revolta do Robin Hood, a Economia é um mistério insondável para mim.
Fiquei, no entanto, muito satisfeito com as noticias gritadas até à exaustão pelos média sobre o aumento de valor do euro em relação ao dólar.
Já me imagino de férias a esbanjar o respectivo subsidio em Nova Yorque, olhando para os pobres norte-americanos que, com a sua moeda fraquinha, nem devem poder vir à Europa tendo que se contentar com o Hawai ou as Seichelles.
Vou fazer uma lista de compras enorme e é desta vez que vou comprar o Rolex de ouro verdadeiro ao preço da uva mijona.
Viva o euro!!!

Citações 

"A política deixa a descoberto o pior do ser humano."

Mario Vargas Llosa

janeiro 03, 2004

Wanted alive para transformar em death 


Enquanto dura o interrogatório pacífico, civilizado e personalizado a Saddam Hussein com o intuito de descobrir o paradeiro dos biliões de dólares escondidos, os americanos vão protelando o pagamento da recompensa pela informação que levou à sua descoberta.
Afinal quando é que eu vejo a cor dos 25 milhões????

Modernices 

É sabido que Portugal tem uma das maiores taxas de penetração do vício telemóvelistico da Europa. Isso parece não querer dizer que os portugueses utilizem os seus telemóveis para algum mais que não seja telefonar (a expressão "taxa de penetração" pode induzir em erro), mas a verdade é que usam os pequenos comunicadores para outros efeitos e com outras intenções, como jogos amorosos ou de Tetris, elevadores de status e acessório de moda.
Um amigo meu, triste pelo facto da mulher ainda não possuir um telemóvel com toques polifónicos, facto que se traduzia numa deterioração das relações do casal por manifesto complexo da inferioridade da sua cara-metade, resolveu aproveitar as campanhas de Natal e oferecer-lhe um modelo XPTO com toques modernos e ecran a cores. Como também sabia da preferência da esposa por Robbie Williams e o seu hit "Feel" programou a oferta para que, em vez das melodias ou toques banais, o telemóvel “cantasse” a dita canção como sinal de chamada recebida.
Qual não é a sua surpresa quando a esposa, a partir do momento em que tomou posse da modernice comunicativa com toque personalizado polifónico, deixou de atender as chamadas.
Motivo apresentado: "querido, o telélé é fantástico, mas gosto tanto do Robbie Williams que nem tenho coragem para o interromper!"


Citações 

"Quem pensa no futuro não se deixa surpreender por ele."

Provérbio africano

janeiro 02, 2004

Fairy Tale moderno inspirado em factos reais 

sleepingbeauty.jpg

Rodolfo estava cansado como há muito não se sentia… nem se sentava. Os vinte quilómetros seguidos a “cavalgar” no seu branco corcel Harley Davidson tinham-lhe dado cabo do principesco traseiro. Bem que o Rei Romualdo, seu pai, o tinha avisado que essas coisas já não existiam. Que príncipe no seu perfeito juízo ainda acredita em fadas e belas adormecidas?
Confrontado com a hipótese de ser boato, Rodolfo ainda pensou desistir ou, pelo menos, não ir procurar a supostamente Bela-a-dormir a cavalo mas sim no Rolls com motorista, mas, além da Harley não ser propriamente um Rocinante, seria tirar alguma beleza à estória e, apesar de príncipe, ele não era nenhum empata-fadas para desvirtuar uma blond date.
A indicação era segura: ela tinha sido abandonada pelo seu amado e, depois de tentar beijar todos os presentes na festa com o possível intuito de o descobrir a si, o príncipe, atrás daquelas fronhas de sapos plebeus, jazia adormecida num sofá da discoteca.
Linda, loira… um bocadinho a cheirar a whisky marado, mas noblesse oblige e ele até estava constipado, o que lhe facilitava as coisas.
Baixou-se sobre ela, delicadamente puxando o véu branco que ela tinha usado para limpar a boca depois da última regurgitação e beijou-a levemente nos lábios esperando uma reacção…
Nada.
Abanou-a devagar não querendo assustá-la, e foi nessa altura que a caixa com as letras X-a-n-a-x lhe caiu das mãos.
Um dos empregados aproximou-se deles e, delicadamente, pergunta-lhe: “leva-a você ou chamamos o 112?”
Rodolfo ficou sem resposta. De uma coisa ele tinha a certeza: nunca mais iria a nenhum reveillon do jet-set à procura de belas adormecidas.


Weird Humor inglês 

E porque ás vezes há que descarregar o stress em cima de alguém, de preferência de uma forma não muito real, aqui fica este site.

Dia 2 do resto das nossas vidas 

Hoje já é dia 2 de um novo ano. Já começo a habituar-me ás notícias normais: o governo foi tão simpático que liberalizou o preço máximo dos combustíveis. A justificação anunciada com pompa e circunstância traduzia uma vontade de instituir regras normais de mercado e livre concorrência que, segundo os eruditos governantes, seriam uma benesse para o consumidor. O resultado já está à vista: a BP aumentou os preços!
Assim estamos muito mais conscientes e favorecidos nas escolhas pois podemos abastecer nos postos que não aumentaram… ainda.
.

janeiro 01, 2004

Pronto, mais um ano para o currículo 

O primeiro dia do ano é sempre um dia estranho. É como se se passasse de um mês de relativa alegria e magia para um novo período de dura realidade. Muita gente há que faz balanços, toma resoluções ou, pura e simplesmente, tenta que lhe passe a dor de cabeça de uma ressaca monumental, mas a verdade é que foi mais um ano que passou, mais um natal, mais um aniversário, mais um verão e o ciclo recomeça inexoravelmente e alheio ás transformações físicas e sociais do mundo onde vivemos. Nada mais podemos fazer senão desejar que tudo corra melhor, e é o que eu desejo, para mim e para vós.
2004, sê bem-vindo e faz-nos felizes porque senão estamos tramados.


This page is powered by Blogger. Isn't yours?