Ministerio do Bom Senso

Muito já se disse e muito se dirá ainda sobre a deserção para uma vida melhor do nosso futuro ex-Primeiro. A verdade é que, para a História, ficará a triste estória de alguém que trocou compromissos assumidos com um eleitorado que nele votou, repito, nele e não exclusivamente no partido, por prestigio pessoal. Alguém de cujas acções passadas é agora legitimo desconfiar; alguém que provavelmente nunca teve muita confiança nas suas próprias atitudes politicas; alguém a quem o deslumbramento da oportunidade encandeia. Enfim, nada mais do que o reflexo do que é hoje a classe politica portuguesa.
Ninguém mais fala de António Vitorino. Marques Mendes abandona a vida politica e acredito que não seja por achar que a obra está concluída.
Os baronetes ministeriais tentam esconder o seu pânico perante a ameaça da subida de Pedro ao trono e usam a técnica de “flash mobe” validada pelas operadoras de telemóveis para juntar espingardas.
As figuras de 3º plano vislumbram hipóteses nunca sonhadas e apoiam com fervor a ida do Durão tampão dos seus interesses, tudo em favor de interesses nacionais.
Os assessores de imprensa reinventam a estória da carochinha sem saberem muito bem como conjugar os interesses nacionais com a imparcialidade que um presidente da comunidade deve manifestar.
Paulo Portas aproveita para sacar mais um ministério e largar as fardas. Afinal os submarinos já cá cantam…
Manuela Ferreira Leite sabe não conseguir travar o investimento noctívago que a presença de Santana Lopes trará e argumenta da necessidade de um congresso extraordinário porque nos “congressos vota-se na primeira figura da lista”. Mas quando se trata de falar em eleições antecipadas o caso já muda de figura: aqui já se vota num partido e não no cabeça de lista. Dois pesos e uma porção de medidas.
O PR tenta agir como Salomão e acredito que tenha insónias.
No meio da barafunda com que teremos de viver a realidade dos dias, continua a população a viver o sonho efémero das bandeiras nas janelas e preocupada com o cansaço de Nuno Gomes.
E assim vai o reino.

"A demagogia é a capacidade de vestir ideias menores com palavras maiores."

Abraham Lincoln

Consta da história como lenda da navegação que, em caso de naufrágio, os ratos são os primeiros a abandonar o navio e o capitão o último.
A ida de Durão Barroso para presidente de qualquer-coisa-importante em nome dos interesses nacionais, ainda por cima com uma comunicação resguardada para a véspera da grande distracção futebolística que ele próprio fomentou, como é o caso do jogo das meias-finais da Selecção, revela-se uma fuga para a frente, um prémio por mau comportamento, um claro “quem vier atrás que feche a porta”.
Na coligação do governo agitam-se febrilmente as hostes oportunistas em busca de um lugar no degrau acima, enquanto o país continua a querer ver as declarações de Scolari e Deco. Nada será como dantes neste país do faz de conta onde a vergonha e o brio deixaram de existir e as bandeiras nacionais apenas se hasteiam pelo que não é realmente importante.
É minha douta opinião de que, se antes já estávamos bem tramados mas havia uma ténue vontade de manter as aparências, agora o pano caiu e estamos definitivamente lixados!

"Quem diz uma mentira não sabe que tarefa assumiu, porque estará obrigado a inventar mais vinte para sustentar a certeza da primeira."

Alexander Pope

O casal inglês mais mediático presente no Euro 2004 está a pensar seriamente em mudar de nome próprio apesar de manter o apelido. Assim, David reflecte sobre a hipótese de mudar o seu nome para Golias e começar a tratar a Selecção portuguesa pelo carinhoso nome de Davides. O seu a seu dono. Ao mesmo tempo e sempre em concordância com a sua cara-metade, Victória irá alterar o seu nome para "Defeat" (Derrota) dado não fazer sentido manter um nome de baptismo completamente ultrapassado.
Ao casal Beckham, Golias e Defeat, os nossos votos de continuação da boa estadia por terras lusas.

"Nem sequer um deus pode transformar em derrota a vitória de quem se venceu a si próprio."

Buda

Vamos considerar o Windows uma janela a sério e colocar nela a respectiva bandeira. Depois do jogo logo se vê se fica mais uns tempos...

"Patriotismo é o convencimento de que o teu país é superior aos demais só porque tu nasceste nele."

George Bernard Shaw

As divagações de ideias são um privilégio que não pretendo perder mesmo que elas – as ideias – conduzam a ruas sem saída ou a lugares comuns frequentados por multidões. O tempo não tem contemplações por cansaços, atrasos, adiamentos nem sequer por vidas mal vividas e desperdiçadas por preguiças ou escravaturas modernas camufladas pela “honradez laboral”.
Um dos prazeres da vida ainda disponíveis sem quotas nem impostos são as viagens astrais através do próprio cérebro de cada um – hipóteses de nos virarmos rastejando dentro da nossa cabeça, como dizia Jim Morrisson muito embora não sirva de exemplo para ninguém -provocadas por sentimentos, visões paisagísticas ou, pura e simplesmente porque sim e para não perder o hábito. Ser um livre pensador tem qualquer coisa de sublime apesar de não passar de um recreio nas aulas da vida. Acabou o recreio.

"Nem o passado nem o futuro existem. Tudo é presente."

Gonzalo Torrente Ballester

Pensar futebol, respirar futebol, aspirar a vitórias, ter assunto para falar sem ser de desgraças, ver mais nacionalismo hasteado do que em 26 de Abril de 1974, sentir que Portugal é uma nação por via de um jogo e, por isso, sem vitimas sangrentas nem danos colaterais, sentir que podemos conquistar o mundo… enfim… a Europa…, tudo isso confortavelmente sentados no sofá da sala, é um paraíso terrestre que não desejo ao pior inimigo. Com sonhos destes despertar para a realidade vai doer imenso.

"Ao passo que o tigre não pode deixar de ser tigre, não pode "destigrar-se", o homem vive em risco permanente de desumanizar-se."

José Ortega y Gasset

Como não podia deixar de ser, o primeiro post da semana tem como tema os acontecimentos desportivos do dia de ontem.
Finalmente os jogadores portugueses resolveram deixar de lado o princípio nacional da preguiça e aplicaram-se. Nunca me passou pela cabeça questionar o valor individual ou colectivo. Isso não se pode questionar se tivermos como exemplo as actuações deles nos seus clubes no estrangeiro. O problema sempre foi – e é, porque continua latente – a pouca coragem de dar a volta por cima refugiados no marasmo e fado nacionais. Não tenho a mínima dúvida de que se os espanhóis têm marcado primeiro, o desânimo abater-se-ia como um dilúvio em cima de todos e nem o samba brasileiro suplantaria tal fado. Mas ganharam. Ganhámos e, como muito bem disse Scolari, “o que vier a partir daqui é lucro”… isento de impostos.
Uma ultima palavra para o comentador TVI: tal como muitos portugueses tive o privilégio de “sentir” o esquema mental futebolístico de Mourinho e sou, mais uma vez, agradavelmente surpreendido. O homem pensa em futebol como um mestre de xadrez russo encara o seu desporto. Antevê jogadas, planeia estratégias, dispõe as peças de defesa e não descura o jogo por debaixo da mesa. Um Senhor sem margem para dúvidas.

"Em primeiro lugar acabemos com Sócrates porque já estou farto desta invenção de que não saber nada é um sinal de sabedoria."

Isaac Asimov

"O único mistério do universo é se existe um mistério do universo."

Fernando Pessoa

Os tumultos com os “adeptos” ingleses em Albufeira vieram provar uma porção de teorias, algumas conhecidas e outras latentes:
a) Os ingleses gostam mais de cerveja do que os portugueses, o que não é fácil, mas esta taça é deles sem margem para dúvidas.
b) As forças policiais afinal até estão bem equipadas. Conseguiram travar uma revolução de rua e apreender a bola que, segundo fontes observadoras atentas, seria a “senha” para se iniciarem os tumultos. Grande e eficaz processo de investigação.
c) O dilema dos bares de Albufeira. Vale a pena vender tanta cerveja se eles dão cabo dos estabelecimentos? O Bom Senso diz que quem contribui para que os vapores etílicos subam à cabeça dos “camones” é que os deveria aturar, mas em vez disso primeiro embebedam-nos e depois põem-nos na rua para que a policia trate deles.
Por seu lado eles tratam a polícia com as mesmas boas maneiras com que nós, portugueses, tratamos os toiros que nesta altura do ano proliferam nas largadas e garraiadas por todo o país, com a diferença de que os toiros não levam ninguém preso e não ficam aborrecidos quando lhes chamam cornudos.

Não deixa de ser curioso pela desfaçatez mas não surpreendente devido ao género humano o facto de, depois do Partido Socialista ter vencido as eleições europeias, se perfilarem tantos candidatos à liderança do partido que, na sequência dos acontecimentos Casapianos, estavam entrincheirados na matas e desertos algures por esse mundo fora. Apesar de ainda faltarem dois anos para as eleições que lhes interessam, ser Primeiro-ministro parece ser uma actividade interessante para muita gente no partido da oposição.

"O êxito tem muitos pais, mas o fracasso é órfão."

John Fitzgerald Kennedy

"Sou uma pessoa séria. A minha falta de memória nunca me permitiria ser um mentiroso competente."

I. Maiself

O filho de Leonor Beleza foi preso por alegado envolvimento numa rede de tráfico de estupefacientes. Não deixam de ser irónicas as características familiares: se por um lado todos parecem condenados ao sucesso, pelo outro passam o tempo a ser indiciados pela justiça e a ser ilibados. Vamos ver qual vai ser a beleza de argumentação que irá safar mais este membro de um clã tão mediático.

Hoje joga-se contra a Rússia o jogo do orgulho nacional capaz de elevar a auto-estima dos portugueses. Desde que o azar não volte a assombrar a Selecção até podemos ganhar.

"Azar é uma palavra vazia de sentido. Nada pode existir sem causa."

Voltaire

Estas férias souberam bem apesar do mundo real continuar demasiado real. Lidos os jornais sobre os acontecimentos do fim-de-semana descobri que nada está perdido no que concerne à Selecção desde que a máquina de calcular funcione para fazer contas aos pontos e aconteçam uns milagres russos e espanhóis inspirados por um brasileiro.
No que toca ás eleições, descobri que a tão falada importância que todos lhes reconheciam antes de Domingo afinal era fogo de palha. E não sou eu a dizer mas sim o patrão Durão e o militar Portas: eram só umas eleiçõezitas europeias…
Gostei de ver as bandeiras espalhadas pelas janelas, a servir de mini-saias e bandoletes (acho que é assim que se escreve) e até a transformar automóveis pré-sucata em estandartes ambulantes. O espírito nacional continua ao rubro e não são (mais) umas derrotas que nos desmoralizam. Força Portugal, porque tristezas não pagam dívidas e há sempre hipótese de contrair um empréstimo bancário para pagar as sardinhadas dos Santos Populares. Não são afinal os bancos as empresas mais lucrativas deste país?

"Bem analizada, a liberdade política é uma fábula imaginada pelos Governos para adormecer os seus governados."

Napoleão Bonaparte

É já amanhã que começa o fantástico, fabuloso, alucinante, espantoso, dramático e enervante Campeonato da Europa de Futebol 2004, mais conhecido por nós, accionistas maioritários dos novos estádios, como Euro 2004.
O país está mais bonito. Graças aos hiper-mercados cada casa ostenta com orgulho o estandarte nacional como se cada uma fosse uma sede de Junta de Freguesia, como se cada chefe de família fosse o seu presidente e cada esposa uma primeira-dama do seu andar, como se Portugal se tivesse transformado da noite para o dia num país orgulhoso de si próprio e não numa nação dependente de uns quantos atletas pagos a peso de oiro e que nem sempre demonstram se o valem.
As expectativas são, como sempre, altas e o primeiro jogo irá dar o mote de como poderá correr o campeonato à selecção nacional, embora os jogadores sejam cuidadosos e terminem as suas intervenções invariavelmente com a frase “o futebol é mesmo assim”, nós, que não corremos nem chutamos nem ganhamos já só imaginamos vitórias, mas como este filme já passou nas nossas televisões arrisco-me a dizer que a melhor parte deste Euro está precisamente nesta expectativa de antes do primeiro jogo, onde os sonhos de glória ainda estão em vigor. Espero sinceramente estar enganado e não ter de guardar a bandeira antes do fim do mês.

"Exige muito a ti mesmo e espera pouco dos outros. Assim evitarás desgostos."

Confucio

"Aos silenciosos não se pode tirar a palavra."

Stanislaw Jerzy Lec

O cabeça de lista do principal partido da oposição foi vítima de síncope cardíaca a quatro dias das eleições. Os comentadores, comentaristas, relatores e jornalistas desdobram-se em opiniões sobre as consequências de tão nefasto acontecimento mas numa coisa são unânimes: em elogiar as qualidades do falecido.
Não é que não seja normal isto acontecer. Elogiar um “de cujus” é um exercício de alivio moral sem más consequências práticas pela razão lógica de que este – o falecido – supostamente já nada pode fazer para importunar os sobreviventes. Mas o discurso pós-morte que se segue a um discurso de carácter político e, neste caso, de disputa eleitoral, pode ter consequências realmente imprevisíveis. Depois de ouvir os elogios feitos por quem o atacou nestes últimos dias, nomeadamente os adversários eleitorais, cheguei à conclusão que Sousa Franco era realmente tão bom homem que o partido pelo qual ele se candidatou só pode ser um bom partido e poderei tomar assim uma decisão de voto neste sentido...
Por outro lado este caso insólito poderá ser utilizado “nós sabemos por quem” como álibi para a fraca afluência ás urnas e ainda por cima acompanhando a verdadeira urna com votos de pesar.
São inúmeros os cenários possíveis embora a peça em cena, mesmo com dores pessoais pelo meio, não passe da normal intriga política digna de um Maquiavel à portuguesa.

Durante um festival aéreo com antigas aeronaves em Inglaterra, no âmbito das comemorações do Dia D, as estranhas manobras de um dos aviões chegou a fazer pensar que o mesmo teria sido tomado por terroristas ou por extra-terrestres, no entanto um outro participante revelou em foto o motivo pelo qual o piloto tinha dificuldade em manter o rumo.

"A morte não é mais do que uma mudança de missão."

Leon Tolstoi

Pelos menos três casos aparentemente sem ligação entre si se sucederam nos últimos tempos. A única semelhança entre eles é que existem implicações e consequências tão óbvias e parece ninguém as querer ver. Tudo poderá no entanto ser explicado alegando o segredo de uma qualquer justiça e, portanto, os factos sobre o qual estas linhas se debruçam enfermar de informação insuficiente, o que não me faz deixar de as descrever com base nos factos conhecidos:
A) O famoso OVNI português volta a ser noticia, agora por causa de uma foto obtida por acaso, cerca do meio-dia de dia 31 de Maio, numa barragem alentejana. O OVNI, ou UFO para usarmos terminologia internacional, foi visto durante um espaço de tempo pouco superior a 10 minutos em vários pontos do país, de norte a sul. Os especialistas nacionais, demasiado preocupados em desmistificar o que não conseguem explicar, não colocaram sequer a hipótese de ter surgido mais do que um UFO, o que deverá parecer óbvio a qualquer pessoa com Bom Senso.
B) Os dois emigrantes ucranianos que atropelaram e provocaram a morte de vários peregrinos perto de Pombal fugiram abandonando a viatura e passaram a ser três a partir de certa altura das investigações. Atropelamento; fuga; declarações falsas quanto ao número de ocupantes da viatura. Foram postos em liberdade sob termo de identidade e residência. Julgo que, obviamente, deverá já estar constituída uma task force policial para os ir buscar à Ucrânia porque é óbvio que ninguém lhe volta a pôr a vista em cima cá em Portugal.
C) A substituição do director do Porto da nossa super policia e o afastamento dos seus novos subordinados que estiveram na origem das investigações e actuação consequente no “Apito de Oiro falso”, substituídos por não inspirarem confiança ao novo director,são casos curiosos. Segundo o director nacional nada disto tem a ver com o “Apito”, mas é óbvio que mexer em Valentim - que nunca quis ser santo nem ter nada a ver com o dia dos namorados - já estragou mais algumas carreiras.

"Todo o acto de bondade é uma demonstração de poder."

Miguel de Unamuno

Faz algum sentido um Campeonato do Mundo de futebol para sem abrigo a ter lugar na Suécia entre 25 de Julho e 1 de Agosto?
Apanhei a notícia a meio mas não é ficção. Parece-me, isso sim, fruto de mentes doentias sem vergonha e uma caricatura da caridadezinha de outros tempos.

Acabou o Rock in Rio que contou com uma afluência aquém das expectativas da organização a quem cabe, apesar de tudo, a única nota de mérito no festival.
Tal como já tinha referido não me desloquei ao Parque da Bela Vista mas segui atentamente a emissão da SIC Radical, o que me levou a concluir uma porção de coisas: Os VIP´s entraram todos com livre-trânsito ou bilhete oferecido; penso que parte do mundo melhor para o qual muita gente contribuiu foi para o deles. As bandas cabeças de cartaz – com excepção de menina gordinha Spears de cognome e que não consegue cantar e dançar ao mesmo tempo pelo que abençoou o play back – fez-me recordar Stephanie do Mónaco: só casou com um português quando a idade lhe começou a pesar, e mesmo assim teve de ser com um acrobata para se ir aguentando. Quero com isto dizer que Sting, Paul McCartney, Mettalica e Peter Gabriel eram bem vindos cá pela Lusitânia quando faziam furor nas charts mundiais. A sua presença no palco português (apelidado de mundo sabe-se lá porquê) não deixou de ter um certo “odor” a lar de terceira idade e simultaneamente a juventude perdida por parte de muitos espectadores. O ditado que diz “mais vale tarde do que nunca” não se aplica a produtos com prazo de validade expirado sob pena da saúde se vir a ressentir.
Como última nota musical devo referir que vou ao Super Bock Super Rock. Não há por aí um bilhete grátis?

"Interessa-me o futuro porque é o sítio onde vou passar o resto da minha vida."

Woody Allen

"Viver na Terra é caro mas inclui uma viagem grátis à volta do Sol todos os anos."

Anónimo

Hoje não vou postar nenhuma citação porque a de ontem ficou sem o post correspondente e que, por motivos de logística, só posso fazer hoje:

Obviamente a citação aplica-se ás eleições para o Parlamento Europeu e todo o carnaval que um evento desta natureza representa para os políticos nacionais: os cabeças de lista degladiam-se verbalmente na esperança de conseguirem chegar a um topo de carreira que é simultaneamente uma reforma dourada, mascarada de vitória partidária.
A oposição tenta fazer o que lhe compete com um candidato que já teve as suas próprias oportunidades sem qualquer resultado prático e o poder no exercício cede ás tentações da política mal trabalhada.
João de Deus Pinheiro tenta justificar os seus apetites europeus dizendo que o golfe é o petróleo nacional, o que faz pensar qual irá ser a actuação no parlamento europeu... ou no green mais próximo do mesmo.
Os candidatos das listas nos lugares não elegíveis – geralmente figuras publicas de destaque na sua área especifica – limitam-se a representar o mesmo papel que fariam em qualquer spot publicitário de um qualquer detergente.
Sobre todo o corso carnavalesco paira, no entanto, o espectro feito sair da tumba por Saramago: a abstenção.
Se, por um lado, em eleições internas a abstenção é um mal menor sem afectação dos resultados finais, nas europeias, embora também sem que resultados finais venham a sofrer alteração, os olhos dos demais dirigentes europeus estarão atentos, facto pelo qual os políticos vivem aterrados que se saiba por essa Europa fora a aderência que as suas ideias e acções suscitam na população.
Chegou a altura de lhes dar o cartão amarelo possível: Eu não vou votar e não me enganam mais!!!

"Se me enganas uma vez, a culpa é tua; se me enganas duas vezes, a culpa é minha."

Anaxágoras

Poucas coisas me poderiam entusiasmar tanto na vida como ver um Ovni. Não vi o que na 3ª feira se passeou pelo país e não me conformo. Gostava de ser como muitos que não também nada viram mas, à força de mentir para os amigos e comunicação social, já se conseguiram convencer a eles próprios que talvez tenham mesmo visto alguma coisa.
Para mim não restam dúvidas: apesar de não ter sido ofuscado pela luz brilhante que deitava fumo (indício seguro de que os ET´s apenas por avaria se perderiam neste fim de mundo) não tenho a mínima dúvida de que era mesmo um Objecto Voador Não Identificado mas, muito provavelmente a navegar com a bandeira de Marte e em transito para os EUA como retribuição da visita recente. Como penitência por ter perdido tal acontecimento vou passar umas noites a olhar para o ar até que um torcicolo me redima.

"Para ser feliz o povo apenas precisa dos três efes: futebol, fado e Fátima."

António Oliveira S.

Os concursos de misses já tinham caído em desuso, o que é natural dada a beleza, artificial ou não, que hoje é possível encontrar em cada passo de uma ida à rua.
De qualquer forma a SIC não quis perder a oportunidade e formatou o modelo dos “Ídolos” de maneira a encaixar uma qualquer bonita adolescente num sonho de popularidade. O jurí do programa, que considerou quem era ou não digna de chegar à final, seleccionou algumas meninas que seriam depois escolhidas à vista e não a dedo por todos os portugueses que não se importassem de gastar uns cêntimos em sms. O pessoal da Madeira resolveu não se importar com isso e conseguiram eleger mais uma representante do paraíso ajardinado.
A menina arrisca-se agora a ser eleita Miss Universo, mesmo com concorrentes de outra galáxia, se o método de eleição for o mesmo. Alberto João até já pondera conceder subsídios de sms à população madeirense para tão nobre causa.

"Só Deus julga quem é e não é digno."

Dan Brown in "O Código Da Vinci"

"Crítico é um homem que espera milagres."

James Huneker