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junho 28, 2005

Acreditar (?) 

Image hosted by Photobucket.com} Em tempos idos Karl Marx gritava a plenos pulmões que a religião é o ópio do povo. Dada a inexistência nesse tempo de centros de recuperação de toxicodependentes, Joseph Stalin resolveu à sua maneira diminuir o número de dependentes na Rússia e ainda hoje se fala disso.
Ainda nos dias de hoje aparecem, de quando em vez, vozes a relembrar o povo - seja lá o que isso fôr - para que não se deixe cair nas tentações do ópio religioso, mas o que ninguém parece perguntar é porque precisa o povo de ópio, Xanax ou Prozac, já para não falar do tintol das zonas rurais.
A verdade simples é que as dificuldades de uma vida muitas das vezes não se conseguem superar apenas com lógica, estratégia e proactividade. Muitas há que, pura e simplesmente, conduzem a becos aparentemente sem saída e que pedem auxiliares externos para serem toleradas e/ou esquecidas.
No entanto existem também as mentiras, tangas, inverdades de maior ou menor gravidade, proferidas por iluminados com capacidade para se fazerem ouvir e que, apesar da sua aparente falta de lógica para quem utiliza o Bom-Senso como ferramenta diária, conseguem a adesão de quem quer acreditar, de quem precisa de acreditar, tal como o tal individuo que acredita em tudo só porque viu um porco a andar de bicicleta.
Pela parte que me toca e apesar de também ter visto o porco ciclista, só acredito no que vejo. Correndo o risco de me dizerem que o ópio religioso de S. Tomé me entorpece os sentidos, prefiro-o a ele aos discursos surrealistas e contraditórios com que nos tentam adormecer diáriamente.

junho 25, 2005

Argumentações de Verão 

Quer gostemos ou não do nosso Primeiro, a verdade é que conseguiu despertar paixões em frigorificos, discursos em mudos e visões em cegos.
De facto as medidas já tomadas e as anunciadas estão a abanar o status quo de pseudo personalidades quase intocáveis até aqui. Neste particular refiro-me concretamente aos juízes e funcionários judiciais.
Alguma argumentação de nexo duvidoso de quem perdeu um mês de férias pode ser lida numa coluna de opinião de um vespertino de hoje, assinada por um senhor doutor juíz, e inclui pérolas argumentárias como "o facto dos tribunais terem menos um mês de férias significa que têm mais um mês para incomodar os cidadãos", "os magistrados aproveitavam o tempo de férias para se actualizarem profissionalmente" e ainda "agora pode acontecer que as férias não coincidam com as do conjuge". Tudo boas razões para estarem aborrecidos.
De certa forma até concordo com eles: à boa maneira do ditado português "quem não se sente não é fillho de boa gente".

junho 24, 2005

Fire II 

Os incêndios que vemos nos telejornais são tão habituais para a época como as melancias. Pelo menos foi a isto que nos habituaram.
Não seria melhor os sucessivos governos preservarem antes outro tipo de tradições?

Fire I 

A noite de S. João correu mal no areal da Figueira da Foz. O fogo preso da uma da manhã resolveu libertar-se e dirigir-se para onde queria, e neste caso quis entrar num bar.
Resultado: 51 feridos.
É caso para dizer que uns brincam com o fogo e outros queimam-se.

Strike 

Os policias fazem greve, os professores fazem greve, os funcionários públicos querem fazer greve, os médicos querem fazer greve...
A greve é mais um direito que retiraram aos desempregados. A democracia não pode ser feita destas coisas. Deixem os desempregados fazer greve!

Hot Stuff 

Hoje já não está tanto calor. Ou foi intervalo no Verão ou uma greve climatérica protestando pelos comentários em que toda a gente disse para toda a gente "bolas, que calorrrr".

junho 15, 2005

Mestrado em Frases Dúbias 

Li aqui um post que faz referência a um comentário de Almeida Santos onde este refere que "o Primeiro-Ministro não está a governar a pensar nas eleições e esse é o mérito dele".
Se o Barnabé diz está dito, mas a frase merece uma reflexão um pouco mais profunda sem pretensões de bater no fundo:
Em primeiro lugar convém perceber se Sócrates não está ainda a pensar nas eleições. O facto de tomar tantas e tão draconianas medidas para com o seu eleitorado não quer dizer que se esteja nas tintas para eleições distantes de si três anos e meio.
Em segundo lugar são esses três anos e meio que animam algumas hostes, esperançadamente conscientes de que a urgência de Sócrates em tomar as tais medidas nada eleitoralistas faz pressupor tempo de legislatura para a recuperação do eleitorado, que é como quem diz, tira já para ter ainda algum tempo para dar alguma coisa, isto porque Sócrates também sabe que pedir a confiança de quem se sente defraudado em ano de eleições, com a promessa de que nos quatro anos seguintes é que é, é terra queimada pelos dirigentes do PSD em eleições anteriores.
Em terceiro e último lugar o comentário do dinossáurico Almeida Santos consegue, dando literalmente mérito ao Primeiro-Ministro, retirá-lo logo a seguir ao reduzir o seu mérito à falta de motivação eleitoral, sem a qual pode ser legitimo desconfiar das suas intenções.

Mestrado em Bom Senso 

Trapattoni concluiu com êxito o seu mestrado em Bom Senso.
Depois do fracasso como seleccionador italiano revelado pelo Euro 2004, Giovanni Trapattoni revelou logo o seu bom senso inato ao declarar que se mostrava surpreendido pelo facto de o Benfica o contratar tendo como últimas referências o desempenho pouco digno da Squadra Azurra. Agora conclui com sucesso o mestrado nessa cadeira tão dificil como é a do Bom Senso ao aproveitar um sucesso inopinado na condução da equipa do Benfica ao firmamento nacional e ao estrelato do futebol mundial ao ganhar um duvidoso campeonato nacional.
Será que a (boa) desculpa familiar de Trapattoni para sair pela porta grande da cave escura que é o futebol português se manteria se tivesse ganho a Taça?
Será que a familia de Trapattoni já não é tão importante quando a moradia deixa de ser a cave e passa a ser o condominio de luxo do futebol alemão?
Bom Senso do italiano, sem margem para dúvidas!

Ainda Carcavelos 

No post anterior brinquei como um assunto sério como foi o arrastão de Carcavelos. Hoje são as autoridades que brincam com ele quando garantem que não foi organizado.
Vejamos: é muito mais preocupante saber que o arrastão não foi organizado. O crime organizado pode ser prevenido através de investigação policial atempada, já o que nasce naturalmente, ainda por cima com a dimensão de que este se revestiu, não pode ser antecipado, o que nos leva a um "não descanso" permanente. Em qualquer ocasião, em qualquer local, pode acontecer tudo sem que nada possamos fazer para o impedir.
Será esta noticia verdadeira ou só falta de Bom-Senso com uma tentativa inconsciente de "descansar" a população?

junho 13, 2005

Alegria Nacionalista 

O Dia de Portugal foi comemorado alegremente na Praia de Carcavelos por cerca de 500 jovens dos bairros pobres de Lisboa.

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Fazendo jus à máxima que lembra que "Natal é quando um homem quiser", os jovens escolheram eles próprios as prendas que queriam de entre as muitas espalhadas no areal. A policia, curiosa e inteligentemente, desconfia de que se tratou de uma acção organizada, mas tudo leva a crer que se tratou de uma acção espontânea multiplicada por 500 vontades em comunhão de ideais.


junho 09, 2005

Conversas Perdidas pelos Passos Perdidos 

Na Sala dos Passos Perdidos e durante um intervalo de sessão da Assembleia na passada semana, três deputados de vários partidos entretinham-se em amena cavaqueira:
- Ó Chico, vocês do PS agora é que lixaram a plebe mas não faz mal que eles merecem. Não posso é andar a gritar isso por aí, afinal sou oposição.
- Zé, não me faças rir. Queres ver que agora até andas preocupado com os teus eleitores???
Tinha que se cortar com as despesas e se o chefe fez assim tá bem feito.
- Com essas de aumentar o IVA, reduzir as comparticipações nos medicamentos e outras que tais, se fossem a votos agora quem ganhava eramos nós, do Bloco. Os tipos do povo estão todos em brasa (risos).

Na mesma Sala encontraram-se ontem os mesmos deputados:
- Chico, vocês têm um chefe do caraças. Então o tipo quer viver o resto da vida sem amigos e aumentar o numero de guarda-costas?
- Zé, deixa lá que já tá combinado quem lhe vai fazer a folha. Eu bem que desconfiava que o tipo não prestava. Já viste a revolta popular? E tirar os subsidios a nós, que somos os lideres do povo? Não há vergonha!
- Se fosse no Bloco já o tinhamos mandado numerar sobreiros para o Ribatejo ou contar couves para Bruxelas. Não há mesmo vergonha!

* O diálogo reproduzido é ficcionado e qualquer parecença com a realidade não deve ser pura coincidência.

Edson e Manel Maria 

O lançamento da corrida à CML por parte de Manuel Maria Carrilho não poderia ter corrido melhor... para os seus adversários.
De facto parece que o Dr. Manuel Maria se deixou arrastar pela antiga máxima de P. T. Barnum e que os publicitários tanto prezam: "falem bem ou mal de mim pouco me interessa, desde que falem". Edson Athayde terá sido o pai da inspiração certamente ciente de que o mesmo P.T. Barnum também proferiu a frase "nasce um idiota em cada minuto" e ele próprio, Edson, fez nesse minuto Carrilho renascer aos olhos do público.
Edson Athayde conseguiu vender a ideia aos responsaveis pela campanha de que o candidato deveria mostrar aos eleitores o melhor de si e isso é, sem margem para dúvidas, a sua Bárbara. Óbviamente a presença do menino Dinis Carrilho e a declaração oficial do sagrado interesse de Manuel Maria pelos "cidadões" foram bónus para que nós, eleitores, possamos falar (mal) do candidato, ou este seria esquecido, eclipsado por Bárbara Guimarães.
A pergunta que faço a quem de direito é esta: não se pode promover a Barbarita a candidata e esquecer o Manel Maria?

Coincidências? 

O Sport Lisboa e Benfica (mais conhecido por SLB) e o Futebol Clube do Porto (mais conhecido por FCP), tantas voltas deram que conseguiram mais um denominador comum no próximo campeonato para além da truculência dos seus presidentes: ambos terão no banco treinadores holandeses. Image hosted by Photobucket.com Assim se conseguem pessoas que falam a mesma lingua entre si, o que parece ser de muita utilidade no intercâmbio cultural entre os dois clubes e, ao mesmo tempo, terão uma facilidade de comunicação acrescida com os jogadores, já que em português parece ser tão dificil entenderem-se.

P.S.: Más linguas tendem a espalhar o boato de que o "Não" holandês à Constituição Europeia foi decisivo para estas contratações. Os presidentes dos clubes referidos, ao invés de outros mais esverdeados, gostam de misters que saibam dizer "não" sem rodeios.

junho 08, 2005

Parque das Nações  

Fui ao Parque das Nações mais uma destas tardes de calor tórrido. Gosto de ver a agitação de quem não precisa de ir a lado nenhum, dos turistas de boca aberta e dos bares entregues ás moscas ou a clientes de copo vazio e já seco há muitas horas.
Vi passar dois garbosos militares da GNR nos seus cavalos zelando pela segurança daqueles que, como eu, gostam de ir ao Parque das Nações nas tardes de calor tórrido, isto quando, sem que nada o fizesse prever, um dos cavalos dos garbosos militares resolveu vazar o intestino em pleno Parque das Nações.
Esperei que o garboso militar estacasse o seu corcel e, tal como já fazem muitos cidadãos conscientes em relação aos seus amigos caninos, pegasse num saco de plástico e apanhasse as bostas multiplas. Ele olhou para trás. Pensei: "no minimo irá comunicar com o pessoal da limpeza para encaminhar as bostas para su sitio o mais rápidamente possivel."
Mas não!
O garboso militar da GNR riu-se, deu uma carinhosa palmada na garupa do seu corcel e seguiu a sua nobre missão, deixando patente no chão que tinha feito a sua ronda no Parque das Nações.
Não há nada como a satisfação do dever cumprido.

junho 07, 2005

Paixões & Depressões, Ldª 

Nos dias de hoje é dificil sentir uma paixão, e não me refiro a paixão amorosa mas sim a paixão por causas, convicções que nos levam a encontrar um sentido para a vida, algo por que valha a pena lutar.
Os dias estão dificeis e torna-se igualmente dificil acreditar piamente em qualquer coisa. Quem me dera sentir-me entusiasmado pelos escoteiros, pelos Santos Populares, pelas novelas televisivas, pela angariação de fundos para a Sociedade Protectora dos Animais, pelo Sporting, pela certeza do que está bem e pelo repúdio sem pestanejar pelo que está mal.
Deve ser bom ter uma causa, ser um politico que acredita naquilo que diz, cumprimentar os vizinhos, não discutir na caixa do supermercado quando nos tentam passar à frente.
Deve ser bom fazer planos para férias, ter prazer em lavar o carro num Elefante Azul, acreditar que a esmola que se deu ao pobre faz alguma diferença para ele.
Deve ser bom não nos sentirmos sempre como quem está a ser enganado, não nos preocuparmos se a pessoa que vem atrás de nós é ou não um carteirista, não ter medo da polícia, pensar que a burocracia tem alguma utilidade.
Deve ser bom gostar de acordar de manhã, sentir alegria ao ouvir cantar os pássaros, ler os jornais a partir do fim, trabalhar com prazer.
Deve ser bom reinventar a vida, mandar os palermas à merda, descobrir amigos verdadeiros.
Não está a ser nada bom viver em Portugal.

junho 04, 2005

Leituras Image hosted by Photobucket.com 

O seu autor faz um reparo e concordo que, à vista desarmada, pode parecer dor de cotovelo não tecer um comentário a mais um bloguista que passou a escritor. Não é isso que se passa por aqui. Tratou-se de apenas mais uma distracção que este post procura corrigir.
E então é assim:
O Gervásio do Bidé editou o livro com os textos do blog que nos tem obrigado a levar o portátil para a casa de banho.
Mesmo com prejuizo da função exercida no WC, local indicado pelo Nuno Gervásio como o mais correcto para ler a obra, vale a pena comprar e rir com gosto seguindo o conselho do autor. Tem igualmente a vantagem do barulho das gargalhadas abafar ruidos gasosos fisiológicos que podem ser embaraçosos para quem não vive sozinho.
Deixemo-nos de fundamentalismos intelectuais. Se existem livros de mesa de cabeceira porque não livros de bidé?

junho 03, 2005

Pesadelos 

Esta história do aperto do cinto, dos ministros a ganharem fortunas, dos milhares de desempregados, das promessas eleitorais postas no contentor do lixo, dos juros, dos medicamentos, enfim... tudo aquilo que sentimos na pele todos os dias tem tido os seus efeitos mais imprevistos: esta noite sonhei que era um guerrilheiro convicto, com causa, um homem que arrastava multidões e que, de arma em riste, desafiava o poder instituido com o elevado intuito de conseguir justiça social. Só acordei quando, no sonho, um dos meus companheiros de armas me chamou. "Che - disse ele - estamos prontos a enfrentar Fulgêncio." Acordei de imediato, ao mesmo tempo que tomava a consciência de estar no sonho errado.
Nunca mais bebo Cuba Livre à noite!

La Constitution 

Isto é a Constituição Europeia. A tal a que os franceses e os holandeses disseram não.
O argumentário justificativo para os "não" tem sido a ineficácia do poder político dos países em questão. Aparentemente não conseguiram vender a ideia aos seus concidadãos e colocaram em perigo toda a unidade europeia. Acessoriamente tem-se referido que os governos dos dois países levaram um cartão amarelo e o "não" europeu apenas reflecte quão impopular tem sido a sua governação.
No primeiro caso assistimos claramente a uma fuga para a frente dos mentores do Projecto Europa ao não quererem assumir que, pura e simplesmente, a Constituição tal como está não agrada à maioria das pessoas, pelo menos e para já destes dois países.
No segundo caso - o tal que considero acessório -, se estão à espera de que haja um governo que reuna consenso depois de eleito, tais as dificuladades económicas e sociais que a Europa atravessa, bem podemos todos esperar uns séculos ou umas revoluções para que a Constituição Europeia seja aprovada.

junho 02, 2005

Futuro 

Li aqui no food-i-do um post interessante, não desfazendo nos restantes com que Altino nos brinda (esta parece política mas é séria). Trata o dito post da nova moda "estou farto do meu blog".
De facto parece existir uma crise de confiança entre os bloguistas nacionais, o que até não é nada de estranhar, como Altino muito bem refere. Afinal anda um tipo a espremer os miolos à procura de assuntos para post-ar e não há uma palavrinha de incentivo dum editor (de preferência já com a data de lançamento do livro agendada), umas letrinhas de uma celebridade (desde que não seja a Elsa Raposo a pedir-me uma foto), um interesse feminino pela brilhante personalidade máscula e aventureira que se esconde atrás do anonimato (talvez seja por ter um pseudónimo desprestigiante).
Isto está tão mau, mas tão mau, que nem me têm feito convites para o Cabaret da Coxa nem a Margarida Rebelo Pinto me tem "pedido emprestadas" ideias. Dantes ainda apareciam por aí uns cromos do Levanta-te e Ri em busca de inspiração, mas nestes tempos que correm nem isso parece acontecer.
O resultado, dramático, diga-se de passagem, pode ser o desinteresse e abandono do pobre blog sem culpa nenhuma, cair nos lugares comuns e continuar a zurzir os culpados do costume ou entrar no ramo dos poemas, dilemas, trilemas e estórias infantis.
Sinceramente, neste momento não sei de que cores pintar as paredes deste blog, mas talvez só lhe mude o nome para "Mistério do Bom-Senso", me arme em Fox Mulder português e continue à procura dele onde ele escasseia, ou seja aqui, pelo Portugal.

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