Ministerio do Bom Senso

Porque não sou conservador este é o último post que escrevo neste computador, desk top, PC, enfim, seja aquilo que eu lhe possa chamar – e já lhe chamei muitos nomes dos quais não me orgulho – a verdade é que tem sido para mim um fiel amigo a quem nem o bacalhau conseguiu suplantar – mais que não seja porque nunca ninguém conseguiu aceder à net utilizando um bacalhau.
No entanto a vida é mesmo assim. Tal como o futebol, a vida tem demasiadas variantes para que nos possamos compadecer de quem fica pelo caminho ou segue outro diferente. Chega a altura em que cada um tem de seguir o seu, renovar e ser renovado, aprender ou desistir. Por isso chegou a altura de eu e o Chico PC nos separarmos. Em breve eu terei outro companheiro de escritas e navegações e em breve ele, o Chico, será um feliz doador de órgãos para transplantes informáticos.
Gostei de te conhecer Chico PC, até um dia e obrigado por teres estado comigo estes anos.

"Conservador é um homem demasiado cobarde para lutar e demasiado gordo para fugir."

Elbert Hubbard

"Apenas podemos dar uma opinião imparcial sobre coisas que não nos interessam. Por isso mesmo é que as opiniões imparciais carecem de valor."

Oscar Wilde

Hoje tem inicio a fase dois das Manobras Distractivas Portuguesas com a presença de Paul McCartney.
A decisão de levar ou não a julgamento os arguidos no processo Casa Pia está em banho-maria até dia 31 e irá surgir depois de conhecidas as reacções aos primeiro dias do Rock in Rio, enquanto ainda se vive a ressaca vitoriosa do FCP e enquanto os olhos do país estão virados para a turminha de Scolari.
Temos a preparação para o SuperBock Super Rock e a Feira do Livro.
Nesta altura do campeonato sou obrigado a concordar com a Maria: tanta insatisfação e sarcasmo para quê? Afinal somos uns privilegiados.

"Se é absolutamente necessário que a arte ou o teatro sirvam para alguma coisa, será para ensinar as pessoas que há actividades que não servem para nada mas que é indispensável que existam."

Eugene Ionesco

"O pior que pode acontecer a qualquer pessoa é compreender-se por completo."

Carl Jung

Tive esta noite um sonho estranho: sonhei que o Governo ia privatizar as Forças Armadas e a PSP.
Sonhei com a agitação dos grupos económicos nacionais e estrangeiros; sonhei com o Dr. Paulo Portas a esfregar as mãos de contente pelo encaixe de capital e pela mudança de pasta; sonhei com a Dra. Manuela e o Dr. Barroso a cumprimentarem efusivamente o Presidente do Grupo Espírito Santo, novo accionista maioritário dos três ramos das F.A. e da PSP, que sorria enquanto dizia ter sido a escolha mais acertada devido ao verde comum característico do exército e do Grupo, mas recordava que só ficaria contente com a aquisição da GNR, de um verde igualmente bonito.
Há realmente sonhos muito estranhos!

"Em momentos de crise a imaginação é mais importante do que o conhecimento."

Albert Einstein

Na sua prelecção de domingo passado na TVI para a maior sala de aula do país – o próprio país – o Professor Marcelo Rebelo de Sousa transmitiu como boa uma ideia que, supostamente, um jovem lhe teria feito chegar por carta: aproveitar o Euro 2004 para elevar a auto-estima nacional e, para tal, muito contribuiria se grande parte dos portugueses engalanasse as suas janelas com bandeiras nacionais.
Até já consigo imaginar milhares de bandeiras desfraldadas nas varandas e sacadas transformando as fachadas dos prédios em baluartes do orgulho nacional, como que a dizer “Portugal é nosso!” e transformando o espírito desportivo do evento numa união guerreira nacional que até poderia ser complementada – e esta ideia é minha – pelos alegres chefes de família no desemprego, e por este motivo com imenso tempo livre, pintados na face igualmente com as cores nacionais desafiando as hostes estrangeiras, tudo com imenso orgulho.
No entanto deixem-me lembrar-vos de uma coisa: pode ser perigoso elevar demasiado a auto-estima e amor-próprio das pessoas. A última vez que isso sucedeu, se bem que num meio mais restrito, deu lugar a um acontecimento a que se convencionou dar o nome de “Revolução dos Cravos”. Lembram-se?

"Grande parte das dificuldades que o mundo atravessa devem-se ao facto de os ignorantes estarem sempre perfeitamente seguros de tudo ao passo que os inteligentes vivem cheios de dúvidas."

Bertrand Russell

"A vida não é mais do que uma contínua sucessão de oportunidades para sobreviver."

Gabriel García Márquez

Era uma vez um menino que vivia num país muito engraçado. Era verdade que já tinha 36 anos, mas como nesse país todos os adultos eram tratados pelos seus governantes como crianças, ele próprio se sentia assim: sempre com medo de levar uma reprimenda não por infringir as regras – porque isso mesmo fazia parte das regras do país da brincadeira – mas sim por medo de ser apanhado a infringi-las.
Nesse país todas as crianças da sua idade e até mais velhas viviam semi-deprimidos mas sem razão. Chamavam a isso fado.. Todos os dias surgiam noticias e estórias de meninos sem emprego, sem dinheiro, sem grandes esperanças de poder comprar brinquedos para si e para os seus filhos, mas os bons governantes desse país, atentos ás necessidades básicas dos seus eleitores, arranjavam sempre uma forma de manter os meninos distraídos com brincadeiras interessantes, como a música, umas mentiritas em jeito de concurso para ver quem estava atento e futebol.
A estória passa-se em meados de Maio nesse país de brincadeira, o que dava para prever bons tempos com distracções futuras: um extraordinário festival musical, a preços acessíveis e onde se aguardavam muitos meninos. Aliás, a confirmar isso até já se tinham vendido 1.900 bilhetes dos 600 mil disponíveis…
Mas o prato forte iria acontecer depois desse festival. Viriam meninos jogadores de futebol de toda a Europa para jogar nuns sítios imensamente bonitos que os governantes tinham mandado erigir para eles brincarem com uma bola cerca de 180 minutos, como é o caso daquele campo tão bonito no Algarve onde iriam acontecer dois jogos.
Durante as brincadeiras com as bolas, que iriam durar quase um mês ansiosamente esperado numa contagem decrescente infernal, nenhum menino desse país iria pensar em mais nada. Tristezas para trás das costas porque tristezas não pagam dividas.
Depois desse extraordinário acontecimento viriam as férias. Certo é que ele – o menino – não tinha dinheiro para ir para lugar nenhum, mas afinal férias são férias e vivia num país onde se brincava com tudo e com todos.
Em Setembro começaria a contagem decrescente para o Natal e entretanto decerto os alegres governantes iriam providenciar novas distracções para todos os meninos.
Como ele gostava de viver naquele país.

"Se a classe dominante, seja o povo, o exército ou a nobreza, que vos parece mais útil para a conservação da vossa dignidade está corrompido, deveis seguir a sua tendência e desculpá-la. Em casos assim a honradez e a virtude são perniciosas."

Nicolau Maquiavel

"A maioria das pessoas são como os alfinetes: as suas cabeças não são o mais importante."

Jonathan Swift

A propósito de gente simples, ontem, num qualquer Jornal da 20.00 de uma qualquer estação de televisão, o repórter de serviço resolveu perguntar ao nosso Rei não coroado D. Duarte se já tinha prenda para oferecer aos noivos reais ali do lado, dado que devido à cor do seu sangue o nosso Dom e a sua Dona também foram convidados para a boda.
D. Duarte, com a eloquência que é seu apanágio, respondeu afirmativamente e que irá oferecer uma taça em prata feita pelos ourives que trabalham há séculos para a família e que fica bem em qualquer casa, porque – e isto agora é que é a “piéce de resistance” da entrevista – se oferecesse alguma coisa desnecessária, arriscava-se a que os noivos a tornassem a embrulhar para eles próprios, depois, oferecerem o traste a outra pessoa em qualquer ocasião que o justificasse.
Palavra de rei – mesmo sem coroa – é lei, e eu achei este costume real de um Bom Senso deslumbrante.

"Deus prefere gente vulgar, por isso é que fez tanta."

Abraham Lincoln

Desde que acabaram as brincadeiras com os presos isto por aqui tá uma chatice...!!!

"Haverá algo mais ridiculo do que a pretensão de que um homem tenha direito a matar outro apenas porque habita do outro lado de um oceano e o seu líder tenha uma querela com o meu apesar de eu não a ter com ele?"

Blaise Pascal

Os apelidos podem ser umas coisas terríveis que nos acompanham durante todas as nossas vidas no caso de sermos homens (por uma questão de orgulho é raro, embora possível, os maridos “comerem” o apelido das esposas), e que geralmente é disfarçado por mulheres que conseguem arranjar um marido que, além de ter o essencial para que o casal funcione, também tenha um apelido “apetecível”.
De qualquer forma, mesmo que não fique em último no BI o nome porque era tratado o nosso pai figura sempre no nosso para mal ou bem dos nossos pecados.
Há, no entanto, apelidos que serão sempre sonantes porque são também nomes de localidades conhecidas e, como tal, soam-nos sempre bem. São populares e, diria eu, quase um factor determinante de sucesso nos artistas de palco, televisão, sociedade e alguma cassete pirata, pelo que poderei acrescentar alguns que vos farão vir caras à memória: Lili Caneças, João Braga e o filho Miguel, Barbara Guimarães, Cesária Évora, João Portugal, José Castelo Branco, Joaquim Monchique, Mónica Sintra, João Lagos, Leonor Alcácer, Pedro Alpiarça., Sofia Sá da Bandeira e Carlos Olivença.
Pelo contrário na política e afins, um nome que se possa identificar de imediato com uma região, localidade ou país está fora de questão. Vejam por exemplo onde andam Manuel Abrantes ou Fátima Felgueiras…
Como não tenho dotes artísticos e a política não me atrai, e respondendo a uma questão do amigo do Overdose, é que gosto de apelidos simples e não pretensiosos como é claramente o “Silva”.

"Os apelidos famosos, em lugar de enaltecer, rebaixam a quem não os sabe usar."

François de la Rochefoucauld

E como o dia foi de futebol cabe aqui uma referência ao ex-administrador da SAD do Sporting: há quem diga que José Eduardo Bettencourt renunciou ao cargo que ocupava na SAD leonina por ter sido convidado a dirigir os assuntos de segurança dos estádios durante o Euro 2004. A intervenção destemida do ex-dirigente quando da invasão de campo no jogo Sporting - Benfica terá sido decisiva na escolha. A ser verdade só esperamos que os holligans ingleses e alemães o conheçam tão bem como os elementos da Juve Leo, senão pode acabar com os olhos da cor de uma equipa ali dos lados do Restelo.

E pronto. O SLB ganhou. O F.C.P. perdeu. O mundo não acabou nem me parece que amanhã seja uma segunda-feira diferente do habitual.
Há coisas que não se percebem.

Hoje há final da Taça de Portugal. O Benfica joga com o Porto no Estádio Nacional, há couratos, cervejas meio frescas, confusão, podemos chamar nomes aos árbitros e rezar para que não nos assaltem o automóvel. Com um bocadinho de sorte ainda podemos trocar umas lambadas desportivas com a claque adversária e ir comemorar a vitória para a Avenida da Liberdade. Se tivermos azar também podemos trocar umas lambadas menos desportivas com a claque adversária e ir-lhes estragar a festa na Avenida da Liberdade.
Adoro estes domingos de Final da Taça de Portugal

"A televisão é maravilhosa. Não só nos produz dores de cabeça como também na sua publicidade podemos encontrar pastilhas que nos aliviem."

Bette Davis

Os efeitos do terrorismo, nomeadamente relacionados com o fatídico 11 de Setembro, são muito mais extensos do que podemos imaginar. Mais palavras para quê?

"Não há leis, nem tradições nem regras que se possam aplicar universalmente... incluindo esta!"

Anónimo

Fica e ajuda-me a acabar bem o dia
Até podemos abrir uma garrafa de vinho
Porque gostava de descobrir que mentiras se escondem atrás desses olhos azuis.

Acordei.
Tentando sacudir o torpor do sono
Fico surpreendido por te encontrar a meu lado
Revolvo o meu cérebro
Tentando lembrar-me do teu nome
Tentando encontrar palavras
Para te dizer adeus.
Uma nova manhã é um novo dia
E as cores suaves da noite tornaram-se cinzentas.

Existem os mais variados estados de loucura que se traduzem por atitudes diferentes das padronizadas pelos costumes sociais ou implícitos no Ser Humano enquanto tal. Pelo menos numa coisa os psiquiatras são unânimes: quem não se reconhece como louco, temporariamente ou em full time, pode muito bem padecer de algum desvio do tal padrão, ao passo que o contrário também é verdade: quem se questiona com a famosa pergunta “estarei a enlouquecer?” regra geral está são como uma maçã Golden na banca de um hipermercado.
Os graus de loucura comummente aceites dependem imenso da conta bancária. Ao passo que um pobre ficará “maluco” quando acometido de um comportamento desviante, um rico será
considerado “excêntrico” e a sua loucura só será considerada como tal quando iniciar o esbanjamento da sua fortuna em prol de outrem, o que, diga-se de passagem, não há memória de suceder graças aos atentos herdeiros que estes indivíduos sempre têm.
Porque tenho feito – discretamente, claro – a pergunta a muitos dos meus amigos se se consideram insanos e a resposta tem sido sempre negativa, começo a perguntar a mim próprio se não estarei rodeado de potenciais clientes de instituições psiquiátricas. Pela parte que me toca e ao contrário das amizades que elegi, há ocasiões em que me considero um génio sem lâmpada e sem que haja qualquer razão para isso a não ser a distribuição dos químicos gerados pelo próprio invólucro bioquímico, o que implica com toda a certeza que sou o mais normal dos seres. Só não sei se, num mundo de loucos, isso será uma vantagem.

" A única diferença entre mim e um louco é que eu não sou louco."

Salvador Dali aka Avida Dollars

Doña Carmen Calvo, ao contrário do que possa parecer pelo nome, não se trata de uma qualquer espanhola que tentou imitar a nossa “original” e “amante da sua arte que não foi mais bem paga por ter cortado o cabelo” actriz Fernanda Serrano.
Doña Carmen Calvo é a Ministra da Cultura de Espanha que imitou, isso sim, a prática já existente em França e reduziu o IVA dos CD´s de 16% para 4% e dos livros para 1% (não é engano. É mesmo um por cento!).
Claro está que observar e acompanhar estas práticas está longe dos objectivos do nosso Executivo, entretido a acompanhar as subidas dos preços do barril de petróleo nos mercados internacionais e a brindar-nos com outdoors brilhantes com os quais qualquer um de nós pode matar a sua sede de cultura ao saber da evolução de Abril.

"É mais fácil obter um perdão do que uma licença."

Lei de Steward

Sou forçado a concordar quando se diz que o subsidio de desemprego é utilizado por alguns abusivamente, que as empresas se servem disso para financiar rescisões de contratos e outras questões que tais. Mas o que está por detrás da preocupação do meu colega Bagão e, consequentemente, das intenções do governo, tem muito mais a ver com a preocupação em poupar dinheiro – em vez de procurar alternativas válidas para diminuir o desemprego - do que qualquer outra razão apontada para escamotear a realidade.
A verdade, pura e dura, é que a crise provocada pela má gestão dos dinheiros públicos, como foi a compra e decoração de luxuosos imóveis para albergar os patéticos Centros de Emprego, não se compadece do cidadão normal, sobrecarregado com impostos que não têm fim mas que, mesmo assim, não são suficientes para tapar os sorvedouros que os compadrios partidários criaram. A crise não chegou ao bolso dos deputados e, pelo contrário, continua a encher os bolsos enormes com que todos os boys e girls, politicamente alinhados e que conseguiram garantir o seu tacho a tempo, parecerem ter apetrechado os seus lindos e cinzentos fatos.
Nós, pelo contrário, vamo-nos fingindo de parvos e ouvindo mentiras em que já ninguém acredita. Para nós, além da contemplação do cinzento dos fatos dos privilegiados, só nos resta adivinhar o cinzento futuro com que uma democracia feita à medida de alguns nos irá colorir a vida.

"É tarde para economia quando a bolsa já está vazia."

Provérbio português

Não é que me queira armar em falso moralista, mas os spots televisivos e mupis, que custaram 1,5 milhões de euros à Central de Cervejas para publicitar a cerveja Jansen preta, é o que de pior surgiu nos últimos tempos e se pode chamar de exploração vergonhosa da imagem feminina associada a um racismo imberbe e fácil – fácil porque, como já referi, barato não foi.
A campanha, pensada pela BBDO, é protagonizada por uma top model de cor, de seu nome Imany Mladj, onde esta aparece com um provocante vestido com griffe nacional e o logótipo da cervejola na parte da frente. Depois de nos dar a apreciar o caminhar bamboleante da Imany – e até aqui o pessoal agradece – a Imanyzinha faz um quatro, como quem sugere que nada do que bebeu lhe fez efeito, e a voz off declara “Está provado. Jansen preta é mesmo boa”.
O artigo 20º do Código de Ética Publicitária declara expressamente que “Nenhum anuncio deve favorecer ou estimular qualquer espécie de ofensa ou discriminação social, racial, política, religiosa ou de nacionalidade.” Mas mesmo sem isso deveria sempre existir um Bom Senso que os mentores da ideia e os seus compradores parecem ter perdido ao verificar que a Imany… perdão, a Jansen preta, é mesmo boa.

Ao ler hoje alguns jornais diários constato que a opinião jornalística é de que o advogado de Bibi deu um “tiro no pé” ao solicitar a ida a julgamento de todos os arguidos, o que obviamente inclui o seu cliente.
Ou eu ando muito distraído ou os autores dos artigos percebem mais de batalha naval do que de estratégias judiciais: Afinal, Bibi ao confessar coloca-se a si mesmo no tribunal. O seu advogado pretende apenas que, ao associar o seu constituinte aos restantes arguidos, tubarões sociais em várias escalas, este venha a beneficiar das atenuantes que, já prevê, irão emanar das várias sentenças que o tribunal irá proferir.
Em vez de um Bibi perverso, violador de criancinhas solitário e à mercê de uma justiça que não pode pagar, irá por certo beneficiar das defesas pagas a peso de ouro dos outros arguidos, socialmente aceites como tal com imensas reservas por parte da opinião pública. Boa estratégia de marketing tribunalesco.

"O novo por não saber e o velho por não poder deitam tudo a perder."

Provérbio português

Não sei se a citação que escolhi para hoje se aplica a perguntas sobre futebol mas vou fazê-las na mesma:
1)Donde vêm afinal os milhões de euros que fazem mexer o futebol?
2)Porque é que os grandes clubes não procuram nos clubes de bairro talentos que pensem bem com os pés e preferem comprar no estrangeiro indivíduos que, até para calçar o sapato direito no pé respectivo, precisam da ajuda de um empresário?
3)Porque é que persistem em achar que o Fernando Santos e o Artur Jorge, já para não falar do Octávio Machado, percebem alguma coisa de futebol?
4)Porque é que os árbitros continuam, apesar das broncas seguidas de que são protagonistas, a arbitrar jogos e não podem ser auxiliados pelas novas tecnologias?
5)Afinal os estádios que vão acolher o Euro são seguros ou não? Pelo menos nas simulações de segurança eram. Outra tanga para inglês ver?
6)Porque é que os futebolistas se divorciam com tanta frequência?
7)O Pinto da Costa faz o quê na vida além de ser Presidente do FCP?
8)Porque é que os adeptos continuam a ser adeptos quando os próprios jogadores parecem não levar a sua função a sério?
E esta não é uma pergunta mas sim uma constatação: o José Mourinho é mesmo bom. Ora bolas!!!

"Nenhum homem se transforma realmente num tolo a não ser que pare de fazer perguntas."

Charles Steinmetz

As reacções mundiais e, principalmente, da opinião publica americana sobre as fotos de supostas humilhações sofridas por prisioneiros iraquianos são, no mínimo, ridículas perante as consequências para a vida e morte, de parte a parte, que já ocorreram numa guerra cujo inicio se baseou em nada.
Toda a gente parece ter esquecido os milhares de crianças iraquianas que jazem nos hospitais e cemitérios improvisados, os cidadãos americanos queimados vivos, esquartejados e pendurados em postes telefónicos, bem como as centenas de féretros cobertos pela Star and Stripes e entregues a famílias devastadas pela dor.
As atenções desta guerra são agora centradas em atitudes, reprováveis é certo, de adolescentes que viram morrer amigos e a quem foi ordenado para dispararem primeiro e fazer perguntas depois.
Tudo isso parece estar a ser relegado para um décimo quarto plano porque esses mesmos adolescentes, com ordem para matar, humilharam – a palavra “tortura” é sempre substituída – quem lhes foi impingido como inimigo. Chegámos ao mundo real onde a publicação de fotografias de humilhações – repito: reprováveis – são mais condenadas do que estropiamentos e mortes de inocentes, numa tentativa vã de dar um ar civilizado a quem é apenas humano e acreditou numa justiça cega pelo dólar.

(foto de Robert Fisk)

"Dei instruções ao meu advogado para que, quando morrer, os meus órgãos ainda úteis sejam usados em transplantes. O que não servir, deverá ser despachado como alimento para o Terceiro Mundo."

Ben Bagley (USA 1933-1988)

"Há três tipos de morte neste mundo moderno: há a morte por problemas cardíacos, há a morte por probemas cerebrais e há a morte por não conseguir acesso à internet."

Guy Almes

Sabes… és tu que julgas que tudo te corre mal.
E sabes… é a ti que parece que me corre sempre tudo bem.
Porque diremos então
Que és tu quem será sempre alguém especial
E por isso nunca deverás perder esse brilho nos olhos?

Olha, alguma vez pensaste no que te podes tornar?
E compreendes que não é só de mim que foges?
Se calhar sempre o soubeste mas nunca isso te incomodou
Fingindo não veres enquanto eu me perco no calor dos teus olhos.
A chuva cai devagar, em cima de telhados de incerteza,
Pensei sempre em ti durante estes anos
E toda a tristeza que me consumia desaparecia
E sabes…
Nunca imaginei deixar de ver esse brilho nos teus olhos.

"Experiência é o nome que todos dão aos seus erros."

Oscar Wilde

A noite fez-se para dormir. Quem assim o dizia eram os nossos anciãos mas referindo-se aos tempos em que a tribo se deitava quando o sol se punha e acordava alegremente antes dele raiar, cheios de vontade de pegar numa enxada ou de apascentar o rebanho.
Hoje em dia as perspectivas são diferentes: acordamos ao som de um insuportável zumbido ou de música folclórica brasileira já o sol vai alto, mal dispostos antecipando as filas de trânsito e amaldiçoando os teclados e as esferográficas, procurando que a mente se concentre depois de um serão de sofá frente à TV ou de uma noitada numa qualquer Ladies Night.
Por causa destas e doutras é que nos cruzamos com zombies mal dispostos até ao meio-dia, valendo o facto de nós, a maioria, reconhecer neles a nossa própria figura de sonolentos compulsivos.

"Encontrar a falha é fácil; fazer mais e melhor é que pode ser difícil."

Plutarco

Dei umas voltas pelo portal Sapo e cheguei a algumas conclusões preocupantes e que me chegaram a entristecer:
Existe uma falta de delicadeza para com os clientes que denota falta de chá, café e laranjada por parte dos responsáveis do acesso. Afinal trata-se as pessoas por tu sem olhar a quem? Isto pode ser observado em letrinhas pequeninas que dizem “Bilhetes para o Rock in Rio: compra já o teu!”.
E é apenas um dos muitos exemplos que poderia apontar. Lá porque a malta é nova não quer isto dizer que podem mandar em mim desta forma e, ainda por cima, tu cá tu lá, como se tivessem andado comigo em Harvard.
Outro dos erros do site tem a ver com slogan escolhido para publicitar os blog´s: “Nos Blogs do Sapo pode publicar os seus pensamentos na web instantaneamente, sempre que quiser”. O que estão aqui a fazer é a afirmar que os pensamentos devem ser publicitados mesmo que sejam as baboseiras mais incriveis, a utilizar abusivamente a máxima de Descartes do “penso logo existo” e a insinuar que quem não tem blog não existe… mas, pensando bem, será que existe?
Por último o erro mais grave: a escandalosa discriminação racial que fazem os ilustres gestores sapianos ao excluir do site os membros da sociedade de etnia cigana. Toda a gente sabe que os ciganos, mal vêm um sapo, desaparecem, e o nome do portal indica claramente que não querem deixar ciganos frequentar o mesmo. Está mal!!

Um estudo levado a cabo pela Universidade do Michigan de Cima chegou à brilhante conclusão de que a maioria dos donos de animais domésticos sentem uma afinidade tão grande por certos géneros e raças que, involuntariamente, os escolhem à sua imagem.
Grande conclusão. Bastava terem ouvido a história do cherne ou olhar para alguns passeantes de canino numa mão e saco de plástico na outra para chegarem a essa conclusão capaz de fazer acender uma lâmpada no cérebro do dono de um burro.

"A cidade não é uma selva de betão mas sim um jardim zoológico humano."

Desmond Morris

Juro que o meu post anterior sobre o "Circulo da Cruz" não teve para a saída de Mr. Cruz a mesma importância que a canção "E depois do Adeus" teve para o inicio da Revolução de Abril. Não teve nada a ver com a saída de Carlos Cruz, foi apenas uma coincidência.
Eu nem sabia que ele tinha um recurso em stand-by!

Suponho que nunca aqui terei falado de livros, o que terá com toda a certeza efeitos nefastos na minha reputação fazendo toda a gente julgar que, talvez devido a alguma deficiência muscular nos braços, nunca terei pegado em livro nenhum devido ao seu peso. Não é verdade. Sou sempre eu que trago as novas listas telefónicas da estação dos CTT até ao escritório. Alem disso também leio um bocadinho de outras coisas sem serem jornais, como é o caso do livro que me traz aqui.
Chama-se “O Círculo da Cruz” e foi escrito pelo Sr. Iain Pears em 1998. Trata-se de um romance policial medieval, ao bom estilo de Umberto Eco, e a acção desenrola-se em 1663.
Não vou fazer aqui nenhuma síntese do livro, que efectivamente vale a pena ser lido em todas as suas cerca de 800 páginas, o que só por si e se formos poupados dá pelo menos até Agosto.
A única particularidade que a edição portuguesa tem em relação à francesa é que a primeira, disponível a todos os endinheirados nacionais, custa a módica quantia de 34.65 €, ao passo que a francesa – provavelmente porque estes têm o azar de viver num país paupérrimo – custa 8.60 €…

"Se você falar com Deus, você reza. Se Deus falar consigo você tem esquizofrenia."

Thomas Szasz

Não sei bem como começar um post depois de dois dias de ausência, da chuva ter novamente tomado o lugar do sol, do Sporting ter perdido, de ler sobre depressões e não ter nenhuma poção mágica para toda esta conjugação astral errada.
Não posso fazer nada quanto ao tempo ou quanto ao futebol e as poções mágicas eficientes são exclusivo dos livros de banda desenhada. Também já cansam os discursos paternais que apenas podem tentar, nas suas mentiras piedosas, enganar quem sofre dizendo-lhes que amanhã vai ser um novo dia, o sol vai brilhar e a qualquer momento poderão chover nos vossos quintais notas de 500 euros.
A vida não é fácil. A idade faz acumular recordações, nem todas boas, e traz um mix de tempo perdido com futuro curto sem esperança.
Tenho para mim como boa a ideia de que o segredo para um sossegado sucesso espiritual está em identificar consciente e logicamente o que atormenta. Pôr os pontos nos ii´s de nós próprios, tentar com força de vontade modificar o que está mal e olhar para as pequenas coisas com o ar mais imbecil deste mundo, sem pressas nem vergonhas, numa atitude de “que se lixe” e, sobretudo, assumir que poderá não haver outra oportunidade seja para o que for, nem que seja uma coisa aparentemente tão insignificante como uma nova amizade ou uma sopa de legumes acabada de fazer.

"O mais odioso dos ladrões é o que rouba as consciências."

Provérbio judaico