julho 29, 2004
Ésse Éle Bê
Opções ardentes
De facto a temperatura continua tórrida nos locais devastados pelos incêndios, demonstrando claramente que os responsáveis não aprenderam com os erros da há um ano atrás e provando que o dinheiro dos impostos é mais importante para adquirir os tais BMW´s do que para alugar aos países que os possuem meios eficientes de combate aos fogos. Afinal pode-se comparar um lindo automóvel com motorista, ar condicionado e um ministro sentado atrás com um degradado monte alentejano onde um casal de feios velhos improdutivos vivia? É deixar arder que nós somos solidários frente à tv durante o jantar.
Noticias ardentes
In Correio da Manhã 28/7/2004
A oferta era de disponibilização de meios a pagar e foi recusada por serem considerados custos demasiado altos.
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julho 23, 2004
Real Estate
Como todos tiveram oportunidade de ler e ouvir, o Pavilhão de Portugal no Parque das Nações não está à venda… no mercado normal. Isso sim seria um pecado – segundo as fontes oficiais, como se o “mercado anormal” pagasse em euros mais valiosos - mas como estará à venda num mercado mais restrito não tem importância: foi um mero erro publicitário.
Um director-de-qualquer-coisa pediu a demissão como normalmente fazem os bodes expiatórios, já de olho posto em nova colocação, e assume as culpas de uma situação que era assumida mas que não necessitava de vir até ao conhecimento público.
No fim de contas acabei por não perceber bem e talvez até me fizesse jeito… querem quanto por aquilo???
Imparcialidades unilaterais
Gosto destas isenções mas só as desculpo no futebol.
Evoluções
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François de la Rochefoucauld
julho 20, 2004
O dilema de Algodão
Não que não tivesse tido tempo para se habituar. O gozo dos colegas de escola e a estranheza de todos a quem, por uma razão ou por outra, tinha de dizer o seu nome, tinham-lhe dado uma certa tarimba. Mas agora que tinha de chegar a conclusões sobre o seu futuro e as portas da politica se encontravam semi-abertas para ele, Algodão debatia-se num dilema terrível: sua mãe sempre lhe tinha repetido vezes sem conta ao longo dos 22 anos que “Algodão não engana”, vá-se lá saber porquê, e esta frase inibia-o de abraçar a carreira que o Partido lhe oferecia. Como ser politico se “Algodão não engana”???
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julho 16, 2004
A Nossa Bandeira
O problema é precisamente esse: Deus e… eu! Ambos sabemos exactamente até quando irão ficar hasteadas muitas das bandeiras que ainda ondulam vistosamente por aí: ficarão ao sol, à chuva e ao vento até nada mais delas restar do que um farrapo velho e incolor que já não mexa com a consciência do seu proprietário e dê por si próprio, pelo seu mau aspecto, uma boa desculpa para ir para o lixo. Esse irá ser o fim da febre das bandeiras do Euro 2004.
O que seria realmente bonito e praticável, e um exemplo para todos, seria os respectivos proprietários trocarem as bandeiras por outras novas (apenas € 5 nas casas chinesas da especialidade) quando estas ameaçassem descolorir as cores nacionais, mantendo assim acesa a chama patriótica que, num dia de Junho de 2004, um brasileiro conseguiu acender em Portugal.
Pequena associação de ideias
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julho 13, 2004
Só se fôr na Terra do Nunca
Um denominador comum nos artigos sobre o assunto é a constante depreciação dos portugueses. Todas as entrevistas e “conselhos” referem como muito importantes as hipóteses dos nossos patrícios passarem férias longe de outros portugueses. Comentários como “em Agosto no Recife parece que estamos na Fonte da Telha” ou “Punta Cana é a Costa da Caparica do Caribe” são tidos como normais.
Caramba, qual é o problema de encontrarmos os vizinhos do 3º esquerdo em Cancun? Será que renegamos as nossas amizades de todo o ano por uns míseros 10 dias de sol? Será que preferimos piscinas repletas de americanos barulhentos ou de alemães embriagados em vez da companhia agradável dos parceiros de copos de fim da tarde lá do bairro? Ao dar conselhos destes, as publicações que deles se servem estão a prestar um péssimo serviço à nossa proclamada emergente auto-estima. E o que é mais estranho é que, quem aceita estas propostas, depois fica completamente fora de si por o sistema de televisão via satélite do complexo turístico das Bahamas não ter a RTP Internacional.
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julho 12, 2004
Ex Primeiro 2
Ex Primeiro 1
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julho 11, 2004
O único a rir
O programa, que tenta aproveitar uma parte do sucesso de audiências do formato das segundas feiras da SIC conduzido por Marco Horácio, começa logo mal pelo nome – isto depois de visto o primeiro -. De facto o programa deveria chamar-se “O Único a Rir”, porque parece que o único que terá, por enquanto, alguma vontade de rir, será o apresentador Sr. Melo, sem culpas no cartório para o insucesso inevitável.
A Freemantle, o director de programas que deu o aval á coisa como está e o episódio piloto sem resultados revelam uma falta de Bom Senso atroz (o que, tal como diria Mr. Gay, é pior do que falta de Bom Senso atrás). O género Stand-Up Comedy é um formato que necessita imperativamente de interacção entre o comediante (ou a candidato a) para funcionar, o que se torna impossível numa praça pública. Em vez de partir do ambiente reservado, intimo e manipulável de clube nocturno para um mais alargado, a produção quis ter mais olhos que barriga e o resultado foi uma diarreia televisiva que cheira mal ainda hoje, um dia passado sobre o triste evento. É estranho como certas pessoas conseguem fazer de coisas simples fracassos notáveis. Será que o Bom Senso se perde quando se está do outro lado do écran?
Crónicas, circos e competências
A análise foi boa, quase isenta mas insuficiente. Marcelo esqueceu-se de uns pequenos pormenores que o Bom Senso manda recordar, como seja o facto de, por uma ironia do destino ou talvez não, o nome cientifico latino do peixe conhecido como “Cherne” ser “Polyprion Americanus”, e se o “Polyprion” não quer dizer nada com o “Americanus” já não é tanto assim... mas deixemo-nos de barrosismos por demais ultrapassados e na esperança de que não o possam devolver ao descobrir os defeitos de fabrico.
O Professor continua a referir-se a mestre Cavaco como quem fala de D. Sebastião. Ora convém recordar que o tal mestre deu aulas em tempos em que a escola tinha mais subsídios do que a do Harry Potter e nem de feitiçaria precisava, o que já não acontece hoje pelo que, actualmente, seja mestre Pedro, mestre Cavaco ou mestre André (o tal da loja), duvido que pudessem leccionar com o mesmo brilhantismo de outrora, pelo que chega de rezar por Dons Sebastiões de pacotilha e tratar de contratar Scolaris para os lugares onde fazem falta, mesmo que depois façam como a futura ex-ministra Manuela e assinem de cruz as medidas tomadas pelo seu contratado. E se por acaso a Constituição - essa inimiga esquerdista do progresso actual - tiver algo contra Scolaris, serve mesmo um Mourinho nacional. Afinal estamos a falar de competência e não de democracia académica.
julho 10, 2004
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Sir Francis Bacon
julho 09, 2004
Desmentido oficial
Serve o presente para desmentir as afirmações do socialista António Costa de que “o Bom Senso recomenda eleições”. Nunca recomendei tal coisa. O Presidente que decida!
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julho 08, 2004
E agora?
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Robert Lemke
julho 05, 2004
Que estranho. Afinal ainda estou satisfeito...
Durante mais tempo do que muitos de nós prevíamos, habituados ao tal fado que não nos deixa querer mais devido ao sofrimento, vivemos dias de colorida união motivados por um objectivo comum, sem divisões partidárias, familiares, clubistas ou de qualquer outro cariz. Foi bom enquanto durou e futebol é só um jogo. A vida joga-se de outra forma, menos consensual é certo, mas os exemplos de como a podemos jogar, juntos e bem, estiveram ao nosso dispor durante 3 semanas, e se ontem não ganhámos, também decerto não nos sentimos derrotados por termos estado envolvidos numa experiência emocional única tão pouco comum na História de Portugal.
Vou deixar a bandeira na janela mais uns tempos.
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julho 01, 2004
Rendo-me

Efectivamente rendo-me ás prestações da Selecção de Portuguesa de futebol. Apesar de tudo têm contribuído de uma forma decisiva para a satisfação e união de um país que pouco mais motivos nos tem dado para sorrir.
Uma grande bandeira para eles pelo que fizeram Portugal sentir durante o dia de ontem e pelo que estão a fazer sentir pelo menos até domingo. Qualquer que seja o desfecho, vai ficar na história de todos nós como momentos únicos de uma felicidade, talvez irracional, mas eficaz.