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setembro 29, 2004

Agricultura de elite 

Aguardei até este momento para escrever sobre o programa que promete distrair os portugueses e dar descanso ao Governo: A Quinta das Celebridades.
Aproxima-se a passos largos o dia em que os nossos problemas irão ser esquecidos e iremos relembrar a arte voyeuristica, desta feita com personagens de luxo (não, não me enganei e não troquei um “i” pelo “u”).
A diva Castelo-Branco, a tia Jardim, o Ferreira das Torres terror dos árbitros, a sexy ela que era ele, o porno dotado actor brasileiro, a Preto, a Afonso e os demais adornos Vip´s – embora eu ache que também lá ficavam bem o fadista sportinguista Braga e o semi-português acrobata, ex da Stephanie do Mónaco – prometem entreter-nos durante algumas semanas a fingir que tratam dos animais e que cavam a horta e a TVI vai pagar bem por isso. O resultado final irá ser um sucesso de audiências para a estação, um sucesso financeiro para as celebridades que, regra geral, até andam pouco abonadas, assunto de conversa em qualquer local para uns milhões de portugueses e a confirmação de que célebre não é sinónimo de educação nem de saber estar. Neste programa acredito. É só vantagens.

setembro 28, 2004

Sugestões de leitura 

1 – Código da Vinci / Dan Brown
2 – O Bosque dos Pigmeus / Isabel Allende
3 – O Código Da Vinci Descodificado / Simon Cox
4 – Eragon / Christopher Paolini
5 – José Mourinho – Um Ciclo de Vitórias / Luís Lourenço
6 – Segredo dos Templários / Clive Prince
7 – Uma História Suja / Luís Sepúlveda
8 – Maria Madalena e o Santo Graal / Margaret Starbird
9 – Diário de Uma Ninfomaníaca / Valerie Tasso
10 – Campeões Carago / Júlio Magalhães

A lista acima transcrita é, nada mais nada menos e passe a publicidade, o top Fnac de vendas de livros na última semana.
Desta lista de dez títulos podemos tirar algumas breves conclusões sobre o andamento das preferências do leitor nacional:
A) Gostam de ler estórias sobre sociedades secretas e rituais inerentes (Código Da Vinci) já que as suas vidas são mais para a comédia ou tragédia, e vão na conversa de escritores oportunistas que se servem delas – das estórias imaginativas e bem escritas – para ganhar algum à sombra dos originais (“Segredo dos Templários” e “Maria Madalena e o Santo Graal”).
B) Mesmo que as estórias sejam da carochinha (“Eragon”) e descaradamente à boleia do “Senhor dos Anéis” e de “Harry Potter”, a malta gosta do estilo e consome tudo sem restrições, o que lhes dará uma vantagem sobre os preguiçosos, poupados ou forretas quando aparecer o filme.
C) O sexo é importante na vida do português e é de primordial importância perceber o que vai na cabeça de uma ninfomaníaca (se é que elas existem. Seria de toda utilidade a autora ter apresentado uma fórmula para distinguirmos esta espécie da normal do mesmo sexo) para não ser apanhado desprevenido (“Diário de uma Ninfomaníaca”).
D) O futebol carago. Os casos de sucesso no futebol nacional, pelo menos dentro fronteiras, são tão raros que qualquer livro sobre Mourinho é de leitura essencial para o bom filho da nação que goste de xutos e pontapés (Campeões Carago” e “José Mourinho…”)
E) Para os outros, que lamentavelmente não serão muitos dado o livro estar apenas em 7º lugar de vendas, “Uma História Suja” de Luís Sepúlveda é o oásis num deserto e a salvação do Top. É uma obra realmente a não perder.

setembro 27, 2004

Orgulho Gay escondido com o rabo de fora 

Ao ler ontem uma crónica do Rodrigo Guedes de Carvalho numa revista TV não-sei-das-quantas, e na qual ele refere um editorial da Capital sobre homossexualidade masculina tendo como titulo as preferências de um ministro, surgiu-me uma pequena duvida sobre um assunto sobre o qual os meus neurónios nunca se tinham debruçado: a imprensa carinhosamente apelidada de cor-de-rosa sobrevive em grande parte expondo ao público os amores e desamores do sociality nacional, incluindo nesta categoria a classe politica, artística de toda a casta e, enfim, algum cidadão anónimo que se tenha distinguido de forma excepcional durante o período considerado (regra geral uma semana).
Esta exposição de casa/descasa, namora/brigou, traiu/traiu outra vez tem sempre, mas sempre, como intervenientes casais heterossexuais. Ora sabendo nós, ou pelo menos desconfiando alicerçadamente, que existem vários actores, comediantes, cantores, apresentadores, faz-tudo e faz-nada, políticos e figuras públicas sobre as quais apenas surgem fotos e notícias da participação em eventos sociais sem que se lhes aponte qualquer caso amoroso, sem que nunca lhes tenha sido referenciado qualquer caso do corpo ou do coração – e aqui abro uma pequena excepção para as figuras do jornalista G. de Melo ou o cantor Mr. Gay – a minha pergunta é se toda esta gente que todos nós conhecemos não terá vida sexual? Serão castos e impolutos como jesuítas recém-nascidos? Não me parece.
O que me leva a julgar que, das duas uma: ou existe na imprensa portuguesa uma discriminação homófobica que a leva a não escrever sobre a ocasião em que o actor X saiu da casa onde vivia com o cabeleireiro Y há 2 anos e conheceu no Trumps o pintor Z por quem se apaixonou loucamente, ou existe um enorme pacto de silêncio entre os escribas deste país, obviamente relacionados com a imprensa sensacionalista, sabe-se lá porquê dado que este é um dos únicos casos em que as audiências e vendas seriam astronómicas. Mistérios nacionais.

* Já depois de ter escrito o post tive oportunidade de ler um "recado" do cronista social Carlos Castro, publicado no 24 Horas, ao autor do editorial d´"A Capital" Luis Osório onde o primeiro relembra o segundo de que há "coisas" que não se devem dizer...
Tive a resposta que procurava.

setembro 25, 2004

Visões futebolisticas 

É bem conhecida de todos a fama de incultos que os futebolistas têm. Fazem parte do imaginário popular frases marcantes como “prognósticos só no fim do jogo” ou “estou neste momento a ler um livro muito interessante mas não me lembro qual é”, proferidas por especímenes da categoria profissional atrás apontada.
Depois de uma aturada investigação consegui descobrir porquê: já repararam que, com excepção do jogador holandês Davids 23585_Davids.jpg, aparentemente único erudito da classe como se pode comprovar pelo ar inteligente da foto em anexo, não há nem mais um que use óculos?
Aparentemente os futebolistas têm medo de estragar os olhos e perderem de vista boas jogadas em campo, daí as suas reservas em lerem aquele amontoado de letras e palavras complicadas que costumam estar escarrapachadas numas chatices chamadas livros. É bastante provável que o mau desempenho de certas equipas ou de seus elementos individualmente se deva a transgressões como ler Tio Patinhas ou Homens-Aranha.
De qualquer modo não tenham receio. Como as suas carreiras acabam cedo ainda vão a tempo de se cultivarem, e a prova disso é que inúmeros ex-futebolistas, logo que se deixam se chutos, começam a usar óculos, talvez por passarem dias e noites a pôr em dia leituras atrasadas de 20 anos.
Como apreciador de futebol cumpre-me no entanto deixar aqui um aviso aos nossos jogadores no activo e aos seus treinadores – que obviamente têm de zelar pela saúde ocular dos seus pupilos e são, certamente, parte importante do sistema que os impede de ler: os jogos de computador também fazem mal à vista. Ah, e o croché também!

setembro 24, 2004

Infelizmente... 

Infelizmente parece que me enganei na minha atrevida tentativa de fazer concorrência a Sherlock Holmes: a história de Joana não vai ter um final feliz.
Apesar de ter acertado na relativa facilidade e rapidez com que as autoridades desvendaram o caso, isso em nada me consola. Nem isso nem o facto de me julgar agora um ser de tal forma com princípios que nunca me teria passado pela cabeça que a solução desta macabra charada estivesse na actuação de animais com a forma humana com acções que envergonhariam até o mais remoto ancestral cavernícola.
Nunca poderia, por ser quem sou e como sou, prever que, nos dias de hoje, num Portugal europeu do século XXI, pudesse existir uma mãe – neste caso um grau de parentesco apenas convencionado pelo acto de parir – que, mais do que vender uma filha por trinta dinheiros a assassinou por 12 euros.
Porque será que me lembrei agora com um certo arrependimento do orgulho que sentimos em tempos pela abolição da pena de morte?

Tirem-me este som da frente 

Sem querer plagiar nenhum anúncio, a verdade é que eu sou do tempo em que o Rui Veloso cantava o Chico Fininho, em que as bandas portuguesas tinham nomes como “Tantra” e vocalistas com o nickname de Frodo. Muitas mais bandas do panorama rock português merecem ser referenciadas ao longo destes anos: Arte & Ofício, Ferro e Fogo, GNR, Beatnicks, Táxi etc.. Tudo bandas com nomes singulares, variados e, de certa forma, originais.
Hoje em dia assistimos a uma evolução diária do apreço dos jovens pela apelidada musica pimba, cujos intérpretes com nomes como Vanessa, Marina, Rafael ou Roberto Leal se estão bem nas tintas para a designação que começou por ter algum cariz pejorativo, e estão-se nas tintas porque afinal vendem mais da sua música empacotada do que venderiam as sopas Knorr no Bangladesh.
Por outro lado a música rock dita séria, depois de alguns nomes imaginativos e sonantes a pensar no mercado internacional, como foram os Silence Four, entregaram-se definitivamente à falta de imaginação e arranjaram designações como “Gomo”, “Toranja”, “Cebola Mol” ou “Mesa”. Com estes nomes já podemos calcular, mesmo desconhecendo, qual é o tipo de musicalidade que sai dos instrumentos dos meninos e meninas cheios de imaginação. Que saudades das “Doce” e da “Salada de Frutas”.

setembro 23, 2004

Apelo lobbista 

Sempre achei muita graça à admiração que certos grupos sociais, nomeadamente políticos, económicos, religiosos e de sexualidades alternativas, nutrem pelas organizações instituídas nos States que adiante designarei por “lobbies”.
Os lobbies americanos organizados destinam-se a pressionar instituições públicas e media com o intuito não secreto de servirem os seus interesses, ou melhor, os interesses dos seus representados, havendo inclusive a profissão reconhecida de “lobbista”, paga principescamente devido à sua capacidade de mobilização dos centros decisores, muitas vezes sabe-se lá a troco de quê, mas na maioria das vezes de dólares.
Em Portugal o deslumbramento dos tais grupos sociais é enorme mas mais discreto, assumindo na maioria dos casos contornos de sociedades secretas que se protegem entre si, trocando favores entre si no presente ou em diferido, mais à maneira dos antigos clãs escoceses ou da máfia siciliana.
Confesso também a minha admiração por esta “arte” tendo eu assumido os encargos da fundação de um lobby com interesses concretos, regionalistas e muitíssimo abrangente: o lobby do Cozido à Portuguesa.
O seu objectivo é pressionar os restaurantes e tascas nacionais para que não insistam em substituir a iguaria dos deuses que é o Cozido à Portuguesa pela picanha brasileira, pelos hambúrgueres insonsos ou pelas pizzas mal-cozinhadas.
Daqui faço um apelo a quem tem a paciência de ler estas linhas: quando se sentarem à mesa de qualquer restaurante, e apesar de pretenderem efectivamente um prato que conste do menu, e mesmo que desse menu não conste Cozido à Portuguesa, perguntem sempre ao empregado “hoje não há Cozido à Portuguesa?”. Todos os juntos havemos de conseguir que em todos os menus, listas, ementas de casamento, de baptizado e ceias de Natal conste um prato que faz vir água à boca de todos os bons portugueses!

setembro 22, 2004

Investigações 

O Bom Senso manda que, em assuntos delicados, as manifestações de opinião sejam nulas ou, pelo menos, efectuadas com diversos níveis de reserva. Muitos desses assuntos delicados derivam de situações de tal forma impensáveis para o cidadão normal e comum que até o simples facto de os imaginar causa repugnância e, mesmo que fossem produzidos pela máquina de filmes americana, estes estariam condenados ao fracasso tal o choque que “esses” temas provocariam na sensibilidade de, repito, cidadãos normais.
Esta introdução poderia servir para de seguida escrever sobre um tema mórbido como o massacre da escola russa, mas não é essa a intenção. Pretendo, isso sim, escrever algumas linhas sobre o desaparecimento da criança no Algarve.
Como todos sabem, há vários dias que foi anunciado o desaparecimento de uma menina de 8 anos na zona de Portimão. Os média ora anunciam a desconcertante falta de pistas como de seguida denunciam o envolvimento da mãe no caso para, no dia seguinte, desmentirem essa certeza. A verdade é que a menina continua em parte incerta; a verdade é que a (pouca) dor manifestada pela mãe nas diversas aparições televisivas é desconcertante; a verdade é que se poderá justificar que, no meio de uma pobreza flagrante, a mãe tivesse desejado dar uma hipótese de vida melhor à filha e, simultaneamente, conseguir algum dinheiro para também ela e o rancho de filhos restantes usufruírem de algum conforto; a verdade é que tudo parece apontar para a existência de cidadãos estrangeiros metidos no caso, tal como é verdade a avó materna da menina ter ido trabalhar para o estrangeiro uns dias antes do desaparecimento.
A verdade, a penúltima verdade, é que também parece evidente o empenho das autoridades competentes, ao contrário do que tem sucedido em casos análogos. A provável última verdade é que os outros casos seriam complexos pelo envolvimento de redes criminosas internacionais, daí o constante recurso ao álibi do segredo de justiça para disfarçar a ineficácia de entidades que se pretendem eficazes, ao passo que este caso de complexo não deverá ter nada a não ser a compreensão do porquê da pobreza e as motivações de sobrevivência que esta desenvolve.
Esperam-se dentro em breve primeiras páginas dos jornais a anunciar o sucesso das investigações e eu, pela minha parte e como cidadão normal e comum, espero que seja esse o desfecho.

setembro 21, 2004

Terapias avant-garde 

A evolução da civilização moderna não cessa de me pasmar. Todos os dias surgem novos métodos de solucionar maleitas diversas, com anúncios apelativos, noticias de primeira página e até lugar de destaque nos noticiários televisivos.
As duas terapias que mais me chamaram a atenção nos últimos tempos são deveras interessantes: a “aromoterapia” e a “asinoterapia”. Através da primeira podemos curar quase tudo, desde o stress à prostata insoniante ou menopausa precoce, apenas através de snif´s a substâncias odoríferas seleccionadas. Os contras: a) se estivermos constipados ou com algum tipo de obstrução nasal bem podemos continuar a padecer; b) depois de treinarmos o nosso aparelho olfactivo com aromas delicados qualquer viagem de metro em hora de ponta nos põem doentes, tais os odores que, regra geral, a falta do uso de desodorizante em muitos dos nossos vizinhos de viagem nos impõem.
A segunda – asinoterapia – é uma descoberta estonteante que reduz a descoberta da pólvora a uma insignificância: o convívio com burros mantém-nos saudáveis, relaxados e ajuda no desenvolvimento de crianças com problemas, facto que pode ser facilmente comprovado se atentarmos na saúde e vida sem stress dos professores universitários, rodeados de alunos com uma cultura geral transbordante como nos é demonstrado amiúde pelos concursos televisivos. Se optarmos pela asinoterapia tal como nos é apresentada oficialmente, isto é, adoptar-mos um verdadeiro burro de quatro patas, torna-se imperioso esquecermos de vez a aromoterapia, tal é o estrago que o cheiro do animal e das suas inerentes digestões provocará no olfacto do pai ou mãe adoptivos.
Quanto a uma outra que deveria merecer destaque, a urinoterapia, ainda não irei escrever por não estar completamente convencido das suas propriedades medicinais...

A bem do sistema 

Tenho assistido a alguns jogos de futebol da chamada 1ª Liga e, ao contrário dos anos anteriores, até tenho gostado. E isto porque finalmente conseguiram os clubes nivelar a qualidade e competitividade, embora seja uma pena que o tivessem feito por baixo…
De facto, todos os jogadores portugueses capazes de fazerem a diferença, quando a fazem, são contratados pelos endinheirados clubes espanhóis, ingleses e italianos, e não sobram nos bonitos estádios nacionais artistas da bola, apesar dos comentadores insistirem numa nova moda que consiste em apelidar os novos talentos exportados de “miúdos” como se houvessem novos talentos a despontar a toda a hora e como se eles, comentadores, já tivessem a tarimba que lhes permite ajuizar de tudo o que seja pontapés. É frequente ouvirem-se comentários sobre como o “miúdo” Ronaldo trata bem a bola ou sobre a forma como qualquer outro “miúdo” dado a estas artes tem o futuro assegurado num qualquer Chelsea. Estas conversas sem sentido são efectuadas em detrimento dos comentários que estes velhos comentadores do Restelo deveriam fazer ao pobre futebol, que se joga nas relvas portuguesas, e cujos intervenientes estão cada vez mais parecidos com os políticos: profissionais de 2ª categoria.

setembro 16, 2004

A justa paga a quem trabalha 

Li ontem num jornal diário os prejuízos enormes que alguns ministros vão ter precisamente por desempenharem tais funções. Impressionaram-me sobretudo dois casos onde esse prejuízo é mais evidente, dado o ministros em causa terem deixado de exercer funções em 27 empresas em simultâneo num caso e em 8 noutro, sendo que neste ultimo deixa o Sr. Ministro – o verdadeiro – de auferir a módica quantia de 120 mil contos no ano corrente…
Na verdade é impressionante a abnegação destas almas bem como a sua capacidade de trabalho. Trabalhar em 27 empresas ao mesmo tempo é obra!
Como me custa ver estes senhores tão prejudicados resolvi que, na minha próxima visita a uma repartição de finanças ou a outro organismo de gestão pública, irei sugerir aos privilegiados funcionários do local a organização de um peditório a favor do Dr. Guedes ou do Eng. Barreto. Ninguém gosta de ficar com fama de mal agradecido, não é?

Novos rumos 

Para justificar a colocação de portagens nos não muito antigos Itinerários Principais, rebaptizados há pouco tempo de A´s qualquer-coisa, o governo tem invocado um principio a que chama de “utilizador-pagador”: quem anda nessas estradas paga.
Até aqui nada de novo e trata-se claramente de mais um esquema ardiloso de financiamento estatal. O problema é se a moda pega. Já ouvi autarcas a ameaçar colocarem portagens na entrada das cidades de que são presidentes e cobradores nas praias para efectuarem a cobrança de uma taxa pé-na-areia. Novos horizontes se abrem assim no panorama das finanças locais.

setembro 07, 2004

Intervenções fora de horas 

Foi levada a cabo recentemente, pelas autoridades competentes, uma fiscalização na Feira do Relógio onde foram apreendidas milhares de peças de roupa contrafeita, CD´s e DVD´s piratas.
Calculo que tenha sido o desfecho de uma operação secreta, depois de longos e árduos meses, quiçá anos, de investigações. Afinal ninguém sabia que lá se vendem essas coisas...

setembro 04, 2004

O laço libanês 

Todos nos lembramos de personagens masculinos célebres que fizeram do laço de pescoço em vez da usual gravata uma espécie de imagem de marca. Quem não recorda com saudade Baptista-Bastos, Ramos Horta ou, mais recentemente, o juíz Ricardo?
De facto os laços encantam muita gente. Que o diga o pessoal que, graças a um laço sui generis apelidado de "Libanês"mas inventado na América latina, ficou sem uma porção de euros na sua conta bancária.
Para quem não sabe, esse tal de "laço Libanês" não é mais do que uma entrada falsa instalada nas caixas multibanco e que "come", sem regurgitar de volta, o cartão mágico. Ao mesmo tempo alguns cumplices dos proprietários do lacinho espreitam por cima do ombro do "pato" para surripiar visualmente o código e, depois, basta puxar o laço de dentro do come-cartões e recuperar o dito, utilizando-o posteriormente para aliviar contas bancárias alheias. Como vêm, da América do Sul surgem mais invenções sem ser o tango e as caipirinhas...

Estratégias, ingerências e soluções 

Na sequência do trágico desfecho do sequestro na Rússia, as televisões portuguesas apressaram-se a procurar comentadores "habilitados" a fazer uma análise pericial dos métodos utilizados pelas autoridades russas e que culminaram no banho de sangue semi-conhecido por todos nós.
Até aqui nada de novo... a não ser que os canais televisivos portugueses foram sujeitos a pressões "vindas de cima" para não apresentarem mais comentários críticos a uma suposta intervenção desastrosa das forças militarizadas do ex-país dos bolcheviques. Esta situação ficou a dever-se a reclamações, através dos canais diplomáticos, sobre as duras criticas à sua actuação tecidas em antena por alguns comentadores portugueses.
Posto isto não há mais comentários públicos sobre a estratégia vermelha, embora estejamos em crer que coincidências como a festa do Avante e a espionagem futebolistica da SIC ao banco vermelho de suplentes de Trapatoni não sejam alheias a isto...
Ainda bem que o ministro P. P. preza tanto a identidade nacional, como proclamou a respeito do "Barco do Aborto" e da pretensa ingerência de holandeses na soberania portuguesa que, concerteza, quando acabar o seu descanso de fim de semana colocará os russos no seu lugar e apresentará ele próprio uma versão personalizada de como bem actuar em casos semelhantes: ter uma ou duas fragatas disponiveis para o que der e vier.

setembro 03, 2004

Quantos são? 

Os ultimos post´s aqui da vizinha referem, não só por consciência de classe, os ciclicos problemas com a colocação de professores e as suas consequências sociais.
Por acaso ontem tive de me deslocar ao Centro de Emprego da minha zona e verifiquei um movimento fora do comum. Perguntei o que se passava a uma funcionária e esta respondeu-me lacónicamente, do alto do seu emprego assegurado, que "sairam os resultados da colocação de professores e estes não foram colocados e estão a apresentar os requerimentos para o Fundo de Desemprego". Boa! Afinal quantos mais desempregados são???

Terrorismo e cultura geral 

Está mais do que provado de que o terrorismo é, como o próprio nome poderá indiciar, o terror da civilização moderna. Pelas suas caracteristicas bárbaras, pelas suas vitímas aleatórias e pelo fanatismo de seres humanos que se julgam como tal recusando encarar a evolução, antes apostando num retrocesso que os reconduz à situação de animal encurralado, defendendo as suas convicções da mesma forma que qualquer mãe orangotanga faria em defesa das suas crias.
Por outro lado, e sem pretender fazer humor negro com desgraças efectivas, pergunto a mim próprio quantos de nós, cidadãos de uma evoluida Europa comunitária, saberiamos da existência da Ossétia do Norte ou da Inguchétia se não tivesse ocorrido o sequestro na Rússia?

setembro 02, 2004

Trabalheiras 

Corro o risco de me tornar repetitivo mas, de facto, os afazeres da vida real não têm permitido assiduidade por aqui. Não quero com isto dizer que tenha sido armado cavaleiro, duque ou barão. O "real" não tem a ver com isso. O que tem sucedido efectivamente é que o trabalho - coisa anti-natura e capaz de desequilibrar qualquer mortal no seu juízo perfeito - tem sido imenso e as contrapartidas tardam. Toda a gente se queixa de que o preço do petróleo , o preço do pão, o preço das batatas fritas de pacote e o preço da lagosta estão pela hora da morte, mas ninguém quer deixar de estrear um automóvel novo em Agosto - talvez influenciados pelos desejos dos novos ministros -, e o pagamento do dito carrito reluzente e com alguns cavalos a mais do que os do vizinho é coisa que só irá preocupar as mentes à posteriori, quando o gerente do banco, gestor de uma conta repleta de sinais menos, resolver pegar no telefone e aconselhar os orgulhosos chefes de familia propietários das máquinas rolantes a vender as jóias de familia para pagar as prestações até que recebam o subsidio de natal. O que os tais gerentes-gestores não sabem é que as jóias já há tempos que estão na secção de 2ª mão da ourivesaria do bairro. Afinal as férias da Páscoa na neve foram pagas com o quê? Pensam que a malta é rica?

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