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outubro 29, 2004

Coisas de Gatos 

Não sou leitor assíduo do “Gato Fedorento” nem espectador com hora marcada para assistir ao programa televisivo com o mesmo nome, embora reconheça o humor inteligente, fruto de uma observação acima do normal de tiques sociais, quando o vejo, leio ou oiço. O “Gato”, ou melhor, os “Gatos” têm sido inteligentes e observadores.
O problema nos dias de hoje é que não me consigo virar na rua ou no sofá sem dar de caras com a cara do Gato Ricardo, do Gato Tiago, do Gato Miguel ou do Gato Zé Diogo. Eles dizem piadas nas revistas, são desconversadores nos noticiários, dão cabo da lógica aos espectadores da terceira idade nos programas da manhã e ganham uns euros nos anúncios dos bancos, enfim, piadas minimalistas para todos os gostos e directamente da fonte, ou direi antes, do gatil, porque indirectamente já as tenho recebido através de um tal de Herman, bom declamador de piadas dos gatos. O lado bom desta situação é que através destes meios de comunicação, onde aparecem a toda a hora os Gatos, não se consegue sentir o odor de que se gabam. Nem tudo é mau mas… agora vai ser ao vivo num espectáculo daqueles que põe o Nuno Markl a rir da cor normal para fora e amarelo para dentro. Não sei se conseguirei aguentar o cheiro dos Gatos mas, como ando meio constipado, talvez até aproveite o entupimento das fossas nasais e vá ver.


Reportagens em falta 

A Quinta das Celebridades é já um marco televisivo – mais um – na história da TVI.
Podem-se encher páginas de revistas com descrições de batotas da produção, com declarações bombásticas de concorrentes expulsos que “revelam tudo” e desmentem no dia seguinte, de alterações a um regulamento que ninguém parece conhecer, do mau feitio das prima donas do jet 7, mas ninguém pode colocar em duvida o mérito da estação televisiva na obtenção de audiências.
No que concerne aos concorrentes em si é que é estranho. Os média não largam Frota nem Castelo Branco mas nunca se escreveu tanto sem se dizer nada.
Eu, tal como milhares de portugueses voyeurs (francesismo chic para a pura palavra portuguesa “cusca”), gostava era de ler entrevistas, por exemplo, com mãe de Castelo Branco para saber se ele brincava com bonecas, porque no que diz respeito ao Frota não há duvidas: ainda brinca.
Gostava também de saber se a Tia Cinha se está a dar bem com a substituição de Isaurinhas. Deve estar. A porquinha que ela ajudou a dar à luz parece mais sossegada do que a filha homónima.
Gostava de saber se a Ana Afonso já tem contactos com realizadores XXX no Brasil. Deve ter. Se o seu desempenho for bom pode contar com a cunha do Alexandre e, no fundo, sendo ela actriz pode sempre considerar isso um casting.
Há um sem número de temas de reportagem ainda por explorar mas os jornalistas vão ter de se despachar antes que as vedetas batam com a porta da Quinta. Já há demasiadas ameaças no ar.

outubro 27, 2004

Celebridade na vizinhança 

Gosto de ver reconhecido publicamente o valor a quem o tem da mesma forma que acho que se deve zurzir em quem merece, mas não é sobre esta segunda parte que tenciono escrever agora.
Gostei de ler o artigo do último “Tal & Qual” sobre o blog da vizinha Gotinha. Já não era sem tempo que fizessem um intervalo nos elogios recíprocos entre os jornalistas na apreciação dos seus blog´s. Desta vez escolheram – e bem – um dos blog´s mais consensuais, independente, inteligente, profundo (sem que isso dê origem a afogamentos) e simpático que tem sido aberto regularmente pelo meu browser.
Gotinha, muitos parabéns. Agora só falta mesmo uma medalha no 10 de Junho (como é que se faz um sorriso num blog sem ser com um smile?:).

outubro 20, 2004

 

The end? Não! Nem pensar. Não tenho rigorosamente razão nenhuma para acabar com o blog ou, como alguém escrevia, “sem coragem para lhe dar (ao blog) o tiro misericordioso, deixa-o definhar até se transformar em pó nos meandros dos servidores”.
A razão pela qual deixei de postar com tanta frequência nem sequer se prende com a falta de leitores – não que não me tenha passado pela cabeça uma qualquer promoção do tipo “ganhe um sabonete por cada duas visitas diárias”. Deixei de postar por alegria de viver, por achar que tudo está tão bem no mundo que qualquer reparo crítico da minha parte seria despropositado. Olho para o que nos rodeia e acho que o brasileiro que canta “tudo está no seu lugar, graças a Deus” devia ter, na altura da composição, um estado de espírito idêntico ao meu actual.
A verdade é que existem uns pequenos problemas como o desemprego, a crise na educação, na saúde, na seriedade, na televisão, no futebol, nos impostos, no custo de vida… mas ninguém é perfeito e este blog vai continuar activo. Tenho escrito!

outubro 08, 2004

Tiros nos pés 

O “Caso Marcelo” vem, uma vez mais e com uma frequência assustadora, demonstrar a nós portugueses e ao mundo a pequenez mesquinha reinante no meio político a que estamos sujeitos por via de uma democracia repleta de incongruências, compadrios descarados, manobras de bastidores consumidoras de meios e energias que deveriam ser antes utilizadas para o crescimento do PIB e para o aumento da qualidade de vida.
Depois da crise politica provocada pela fuga do ex- 1º Barroso, eis que a razão do fim de uma crónica semanal num canal televisivo abala o rectângulo nacional falando-se já em dissolução do Parlamento e eleições antecipadas. Estou em crer que os experts da politica nacional nunca poderiam ser caçadores, tantos e tão seguidos são os tiros nos pés que, só por eles, poderiam iniciar um novo Cabaret dos Coxos do Terreiro do Paço.
Todos os imensos problemas que afligem a população e que me recuso, por falta de espaço, a enumerar, são relegados para décimo quinto plano em favor de tricas infantis cujas consequências são inimagináveis.
Nada do que possa agora ser argumentado com base nas relações laborais entre a TVI e o funcionário a recibos verdes Marcelo poderá calar as gargalhadas sonantes que, à custa de nós, portadores de passaporte português, se farão ouvir por todo o mundo.

outubro 07, 2004

Coincidências 

Enquanto estava a escrever o post anterior lembrei-me de uma coincidência que contraria as palavras da menina escritora Margarida quando diz que "não há coincidências".
Vi uma destas noites na televisão a falar do novo jogo “euromilhões”, sem saber quem era e quando o aparelho estava sem som, o Presidente do Departamento de Jogos da Santa Casa da Misericórdia, Dr. Paes Afonso, ex – secretário-geral do Instituto Técnico para a Indústria da Construção (portanto completamente talhado para o cargo que desempenha actualmente). O que me chamou a atenção foi o facto de o achar fisionomicamente parecido com o Eng. Paes do Amaral, patrão da TVI, e isto sem saber sequer o nome da figura. Quando tomei conhecimento deste, saltou-me à vista a coincidência da parecença física e do sobrenome “Paes”.
Uns dias mais tarde vim a saber que a TVI foi escolhida para apresentar o sorteio deste novo jogo. Há ou não coincidências?


E não é que o conseguiram calar? 

Há já algum tempo, o nosso actual 1º ministro não gostou de um sketch do “Contra Informação” onde era caricaturado como Santana Copos e a polémica foi terrível.
No regresso do irreverente Cabaret da Coxa, da Sic Radical, era suposto existirem três fotos emolduradas na parede do estúdio onde decorre a acção: Jesus Cristo, que dispensa apresentações, Francisco Penim, director do canal e… Santana Lopes. Depois de alguns telefonemas que, para todos os efeitos, ninguém fez, a foto do nosso 1º deixou de fazer parte da decoração.
Surge agora “Marcelo´s Affair”. Não é de agora o saber-se que Marcelo Rebelo de Sousa, com a perspicácia e inteligência naturais, bem como o à vontade que lhe concede o passado politico aliado ao facto de, aparentemente, não possuir aspirações futuras neste campo, tem incomodado nos seus comentários os sucessivos governos, revelando-se como a verdadeira oposição e o interprete das tricas politicas em favor da população analfabeta neste particular.
Se Marcelo bateu com a porta por pressões do governo sobre Paes do Amaral ou se foi por receio deste poder vir a ser prejudicado no seu negócio com a RTL não vem ao caso. A verdade é que, indubitavelmente, existiram pressões vindas do “céu”, pressões essas que o Professor não tolerou, e bem.
Mais grave do que as pressões e quem as exerceu, revela-se a tentativa bem sucedida de impor um secretismo de actuação que era desmontado todos os domingos à noite, que punha a nu todas as meias verdades e os secretismos que envolvem as tomadas de posição da esfera politica. Digam o que disserem os maiores partidos portugueses, o fim dos comentários foi decerto um alívio para todos eles. Os prejudicados somos todos nós, a classe jornalística que se revela frágil na sua independência informativa e, se a memória colectiva não for, como de costume, fraca, também o Poder que só se consegue manter através de estratagemas dignos de uma novela de intrigas palacianas.
Se conseguiram calar Marcelo o que poderão – “eles” – fazer com o cidadão comum?



outubro 05, 2004

The show must go on 

Mais alguns dias sem oportunidade de escrevinhar nada por aqui quando o país está em ebulição com tantos acontecimentos importantes é um desassossego.
As buscas para encontrar o corpo da infeliz Joana revelam-se infrutíferas por duas razões: porque o simples facto de pensarem em ter de remexer alguns metros cúbicos de lixo num aterro sanitário arrepia policias de fato e gravata e porque, tal como me referia um amigo meu, a legalidade não deixa que enclausurem o tio, assassino confesso, alguns dias numa cela acompanhado de outros detidos a cumprir pena, de preferência de raça negra e com dois metros de altura cada um. No Brasil parece que resulta sempre em confissão…
Durão Barroso foi falar com o P.R. com um ar descontraído e bronzeado. Bruxelas continua a ter boas praias…
O reitor de uma universidade da capital deseja que o governo legisle e restrinja os acessos aos lugares de diversão nocturna por parte dos estudantes. Numa escola C+S foi também proibido o uso de mini-saia. Estamos a ficar americanizados no que diz respeito a moral e bons costumes. Ainda bem que nós, portugueses, não estamos a ficar vaticanizados e nem nos importamos que o Dalai Lama reze em Fátima…
A quinta das celebridades está a ser um sucesso como se previa: podemos ver como ressonam as figuras que costumam aparecer silenciosas nas capas de revistas e – pasme-se – até o barulho que fazem ao “verter águas”. O Herman é que continua a revelar o seu fair play, ou falta dele, perante a concorrência…
Como dizia o artista, que é célebre mas não é feliz, “diga lá Senhor Feliz como vai este país”.

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