<$BlogRSDUrl$>
Free Java Chat from Bravenet Free Java Chat from Bravenet

janeiro 26, 2005

Sermão de 4ª Feira 

A vida não é só criticar, falar mal, pulverizar ideias, sofrer ou maldizer a sorte inexistente e o azar omnipresente. Na vida também há coisas que apreciamos, coisas que nos eternecem e nos fazem sentir gente. Sentimentos esquecidos que surgem na sequência dum input inesperado, tristezas que sabem bem e comoções que nos alegram ao nos acordar de um estado de permanente defesa, de torpência rotineira e nos fazem baixar as guardas erguidas na esperança da sobrevivência cada vez mais dificil numa selva humana repleta dos especimens mais variados e imprevisiveis.
Os principios que muita gente proclama para justificar boa educação ou moral que pretendem acima do normal, muitas vezes apenas com o intuito se se auto-promoverem, simplesmente não existem. Esses principios adaptaram-se, moldaram-se ás danças de salão do quotidiano e, quando são referidos, geralmente apenas servem para comparar pela negativa a pretensa falta de principios de outrém.
Bom mesmo é sentir e Ser, sem mais nada do que deixar fluir emoções reprimidas inconsciente ou conscientemente. Bom mesmo é chorar no final de "Casablanca". Bom mesmo é rir sem vergonha com os palhaços do circo. Bom mesmo é sentir pena e passar para além dela com acções que acabam por nos confortar mais a nós próprios do que ao objecto inicial, seja ele qual fôr. Bom mesmo é estar vivo e sentir-se como tal.

janeiro 25, 2005

Novos negócios 

A banca portuguesa começa a espreitar uma nova oportunidade de negócio: aluguer de habitações com o consequente empréstimo para pagar a renda.
Com os mil milhões de euros de crédito à habitação mal parado e o incumprimento dos compromissos assumidos por quem recorreu ao crédito bancário para aquisição de casa própria, arriscam-se os bancos a ser os maiores proprietários imobiliários em Portugal, tal como já sucedeu em tempos com os terrenos no Alentejo. Mas desta feita não terão a quem vender o vasto parque habitacional e mesmo o aluguer será dificil devido aos fracos recursos do cidadão normal desempregado, pelo que deverão os bancos recorrer a uma técnica de empréstimo inovadora: as entidades bancárias alugarão as casas e emprestarão dinheiro aos inquilinos para pagar as rendas das habitações a si próprias, mas só a casais com filhos até 12 anos, passando para estes a responsabilidade de liquidar a dívida dos progenitores quando entrarem no mercado de trabalho. Esperam os cérebros da banca que a crise entretanto passe.

* O texto é ficção mas tem direitos de autor, por isso se houver algum esperto de algum banqueiro ou um seu afilhado que resolva usar o método descrito pode contar com o respectivo processo na justiça.

O fugitivo 

Pelos vistos apanharam o tal de Pissarreira, cadastrado perigoso e assassino impiedoso.
Depois de uma investigação alicerçada nas mais avançada técnicas policiais, conseguiram as autoridades deter o facínora recorrendo a uma técnica impressionante: o telefone.
Segundo quem sabe, alguém reconheceu o evadido e telefonou para o quartel da GNR mais próximo que procedeu à captura do individuo à saída de uma mercearia.
Digam lá se isto não é eficácia?

O Silêncio 

Em cenário pré-eleições no ano da graça de 2005 no Reino de Portugal, temos vindo a assistir a desenvolvimentos no mínimo caricatos mas, diga-se em abono da verdade, bastante originais.
Começando pelo fadista candidato de sangue azul que parece andar a disputar um trono inexistente, passando pelos "boatos" gay que mais não fazem do que unir o lobby em questão, passando pelo ex-1º-candidato-a-futuro que, depois de ter formado uma prole de cinco filhos, ter deixado a sua fotografia na galeria de ex-presidentes de um clube de futebol e também na galeria de ex-presidentes duma autarquia que deveria dar figos à beira-mar, quer agora à pressa deixar o seu nome em quantas lápides puder utilizando inaugurações para o efeito. Pode-se chamar a isso o Sindroma da Posteridade.
Mas para terminar este cenário sui generis as jóias da coroa são certamente os debates televisivos: "Eu quero debater mas o outro candidato tem medo"; "Eu agora não quero e só quero quando eu quiser"; "quando o outro candidato quiser não quero eu porque eu é que sei quando quero"... enfim, furtam-se a debater sabe-se lá o quê e, pasme-se, têm toda a razão em evitar parvoíces públicas: debater o quê? que soluções têm seja para o que fôr? como reafirmar actos falhados no passado? como esconder os telhados de vidro?
Agradeço em meu nome e no da maioria dos portugueses que os candidatos se mantenham em silêncio e longe do pequeno ecrán, porque tudo o que possam fazer ou dizer só nos fará rir tal como "Os Batanetes" ou "Os Malucos do Riso" e nós, portugueses, gostamos de rir mas com profissionais que realmente têm piada e não com graçolas eleitorais de mau gosto.

janeiro 21, 2005

A Selecção sobrevivente 

O miudo que sobreviveu ao tsunami e que envergava a camisola da Selecção Nacional tem sido alvo de atenções especiais por parte da nossa classe do chuto na bola.
Quanto a isto nada a dizer. Ele merece pelas provações que sofreu e uma manifestação de carinho e solidariedade sob a forma de euros por parte de quem tantos ganha também fica bem.
A camisola que nos salvou do tsunami do fracasso durante o Euro 2004 e nos deixou debaixo de água no do Mundial serviu enfim para alguma coisa.
Por outro lado, se o miudo tivesse uma camisola da selecção inglesa, francesa ou alemã já tinha concerteza um contrato como jogador honorário do Chelsea, do Paris St. Germain ou do Borussia de qualquer coisa, assim aperta a mão ao Cristiano Ronaldo leva uma palmada nas costas do Eusébio e um louvor do Gilberto Madaíl.
Brincadeiras de gosto duvidoso à parte, essa camisola da selecção deve ter sido mais vista no mundo inteiro do que a que os verdadeiros titulares vestiram durante o mês de Agosto passado.

janeiro 20, 2005

A seca, o sol e as alfaces espanholas 

Na sua crónica de hoje no "24 Horas" Joaquim Letria manifesta a sua incredulidade, por mim partilhada, sobre a preocupação de quem de direito sobre a seca (leia-se falta de chuva) que "assola" o nosso país.
Diz o jornalista que devemos bendizer estes dias lindos de sol, óptimos para a prática de golfe e para banhos de esplanada e rezar, isso sim, para que chova em Espanha, país de onde vêm a grande maioria dos produtos dependentes de chuvas que consumimos em nossas casas.
Diz também que o Alentejo, antigo celeiro de Portugal, foi substituido pelos "Continentes", "Jumbos" e outros que tais.
O homem está cheio de razão!

janeiro 19, 2005

Quem nos poderá iluminar? 

Cada vez surgem mais vozes que devem ser tidas em conta quando falam sobre o país e o seu estado ingovernável.
Alheios a tudo isto continuam os partidos, sem muita convicção é certo, e nos moldes caducos anteriores, a fingir que as promessas são mesmo para serem cumpridas, o que só acontecerá quando se instituir a lei que puna o incumprimento das mesmas com flagelação em praça pública.
Tudo se diz, tudo se promete, gastam-se euros a rodos em outdoors e outras desnecessidades, acusam-se "uns" aos "outros" e, enquanto "uns" sonham com o poder próximo e as suas mordomias, os "outros" aproveitam o tempo que lhes resta para descerrar placas inaugurativas com o seu nome, mergulhar em águas tropicais ou efectuar caminhadas na Muralha da China.
A plebe, essa, continua a sonhar com estabilidade no emprego, com seriedade no trato e com as convicções perdidas.
Longe vão os tempos de uma revolução florida que deu ânimo a um povo. Que lhe deu uma personalidade, mais tarde democráticamente empenhada em más gestões de 4 anos repetidas com uma frequência assustadora.
O que nós queriamos era só uma luz no fundo do túnel, mesmo que essa luz fosse intermitente e o túnel o do Marquês. É pedir muito?

RaP  

Tamos sempre lixados
Sem saber onde votar
Sócrates e os outros marados
Com o Santana a ajudar
Sem saber qual o futuro
Olhando para nenhum passado
Eles querem criar um muro
E já me sinto agarrado
O bairro é o meu mundo
A cidade o estrangeiro
Antes de ir ao fundo
Vou-me armar cavaleiro
Saindo no Civic gamado
A qualquer parvo doutor
Eu sou um puto mal-amado
Tenho de transmitir a dor
A estória é sempre a mesma
Fugir e ser apanhado
Tou farto de ser a lesma
Já chega de ser castrado.
A minha vez vai chegar.
Quando o circo arder
Eu hei-de estar no mar
E vou-me rir a valer
iôôô

janeiro 13, 2005

O balanço / As Ondas 

O final do ano de 2004 trouxe-nos o aviso de que a natureza anda de olho em nós.
Sem querer parecer um profeta da desgraça, o certo é que o sismo asiático deveria fazer repensar a eminência de um "apocalipse" e as formas de minorar os seus efeitos. Mais de 150.000 mortos resultantes de um só acontecimento natural deveriam fazer com que as autoridades mundiais se questionassem sobre o emprego dos dinheiros dos impostos em fait divers quando a chamada Protecção Civil não passa de mais um organismo onde se guardam uns quantos cargos bem remunerados. Isto em Portugal e, pelos vistos, também na Indonésia, Tailândia, etc.. É gente como nós...
O maremoto que se seguiu ao sismo (sempre fomos bons a inventar palavras: terramoto= abanão terrestre / maremoto= abanão marítimo) foi terrivel, de tal forma que nos actualizámos e começámos a utilizar a palavra Tsunami, entendida mundialmente e para nos fazermos entender.
Muito embora o Sr. Embaixador estivesse de férias cá pela terrinha - e até fez anos por esses dias, daí a causa da sua provável falta de pressa - a onda Tsunami provocou a costumada onda de solidariedade que, por sua vez, irá provocar a rotineira onda de desconfiança sobre o destino dos fundos angariados, a sua distribuição e os seus mais do que prováveis desvios.
Um último comentário sobre os efeitos do Tsunami - além da consternação inevitável - nunca terá resposta: se não existissem tantos turistas estrangeiros entre as vitimas o eco mundial da desgraça seria o mesmo?

janeiro 07, 2005

O balanço / Low Profile 

No balanço não podia faltar a figura do Dr. Portas. Entre a compra de helicópteros com hélices defeituosas e barcos abortivos mantidos em respeito, o que é certo é que as figuras do primeiro conseguiram o impossivel: reduzir um exibicionismo natural a um low profile conveniente.

O balanço / A fuga 

Pouco comentada foi a retirada estratégica do Sr. Presidente Europeu Zé Manel Barroso. Compreende-se. Afinal não se sabe o dia de amanhã e não convêm fazer ondas com o Sr. Doutor Presidente.
O que é certo é que está mais gordinho, com aspecto próspero e sotaque british. Não admira. Os problemas portugueses estão tão longe e para os problemas europeus não faltam euros.

O balanço / Casa Pia Futebol Clube 

Outro dos temas abordados no balanço foi, como não podia deixar de ser, o Caso C.P..
Não tão exaustivamente porque agora só conseguirá atingir os top´s quando houver sentenças, mas gostamos sempre de saber quem vai o Bibi denunciar em determinado dia e como todos os arguidos pensam pagar aos advogados. Talvez possam escrever um livrito para angariar fundos.

O balanço / Sant´Ana lhe valha 

Nos habituais balanços de actividade efectuados pelas publicações do costume o mais abanado foi o curto mas mediático (des)governo de Pedro Santana Lopes. Foram examinadas à lupa a colecção de gaffes, diz e desdiz, facadas nas costas e outras que tais que contribuiram para uma imagem envelhecida do ex-enfant terrible. Santana gastou-se fisicamente, o que, se formos optimistas como ele aparentemente é, nem é mau de todo: afinal não diziam que era novo demais para ser candidato à Presidência da República?


Bom 2005 

Pois é... ainda ando por cá, o que quer dizer que não consegui emigrar para o Brasil nem ir passar férias de Natal à Tailândia.
O ano de 2005 chegou e os arautos pressagiam a depressão colectiva, consequência de uma nação prestes a entrar em falência técnica e de valores. No entanto vamos seguir em frente, continuar a blogar, a rir dos desvarios das celebridades, dos erros dos políticos, das nossas próprias fraquezas.
Afinal de contas é óptimo estar vivo. Vamos rentabilizar isso emocionalmente.
Bom Ano de 2005 para todos (as).

This page is powered by Blogger. Isn't yours?