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outubro 31, 2005

Os Super-Heróis 



Os portugueses são crianças ou grandes ou, pelo menos, há quem insista em nos tratar como tal.
Aproveitando umas quaisquer eleições, coincidindo com o inicio da época natalicia e já fartos de nos tentarem impingir Barbies e Nenucos agora bombardeiam-nos fortemente com anuncios de todos os tipos a dois novos Super-Heróis: Super-Mário e Mega-Cavaco.
As semelhanças destes novos Super-Heróis com o Homem-Aranha são enormes. Ambos tentam tecer teias envolventes que farão com que os seus inimigos, disfarçadamente apelidados de eleitores, não consigam vislumbrar o verdadeiro meio que os rodeia. Estas teias tecidas pelos Super e Mega têm um efeito progressivo e crescente capaz de prender os mais incautos - que são muitos - e, mais importante que isso, têm um efeito que apelido de "efeito Royphnol", provocando uma amnésia de forma a fazer esquecer o passado triste destes velhos Super-Heróis.
Assim que estiverem ultrapassadas a lutas galáticas que se antevêm entre Super-Mário e Mega-Cavaco espero estar no camarote presidencial para assistir aos duelos apaixonantes que se seguirão entre o Super-Herói vencedor e o vilão que o ajudou a concretizar o seu objectivo: o já esquecido e desprezado, o sempre ingrato, o grande otário, o Fabuloso Zé-Povinho.

outubro 28, 2005

Pequenos deuses injustiçados 

Nestes últimos dias tenho sentido uma pena imensa de um determinado tipo de pessoas que nunca julguei que se pudessem sentir injustiçadas: os consortes da deusa Iustitia, os defensores da lei e da verdade, os seres omnipotentes que vagueiam pela terra disfarçados de pessoas normais... enfim... os juízes!
De facto entristece-me, sinto pena se eles e elas tiverem de começar a frequentar os Centros de Saúde como eu. Não sei como reagir. Terei de me levantar quando entram na sala? Era de bom tom porque não se sabe o dia de amanhã e talvez os compensasse um pouco.
E as férias? Coitadinhos. Menos um mês de férias. Não há direito! Quid Iuris? Que justiça é esta que trata os seus representantes como meros mortais?
Durante muito tempo não percebi como é que se fala tão mal dos advogados e depois se endeusa os juízes. Na minha ignorância pensava neles como advogados promovidos ou mais espertos do que os outros. Agora já não. Só tenho é pena da vida de pobres que irão ser obrigados a fazer com os seus 3.500 euros mensais. Coitadinhos dos deusinhos.

outubro 27, 2005

CAGA em funções 

Resolvi aproveitar este lindo dia de chuva, prenuncio de pedido de subsidio por parte dos ex-agricultores da seca a partir de agora previsivelmente transformados em agricultores-inundados, para regressar a este pobre blog quase orfão por abandono.
Muitas coisas se têm passado: furacões, gripes, super-Mários na politica, Sporting alegremente sem Peseiro, juízes sem férias, enfim... um nunca mais acabar de situações interessantes muitas das quais desprovidas de bom-senso. Uma delas é, sem dúvida, a criação da Comissão de Acompanhamento da Gripe Aviária. Poder-se-ia dizer que faz falta, que não é só mais um tacho e que vai funcionar como se fosse uma coisa séria, mas, pergunto eu, como poderá funcionar um organismo de crise a que tiveram o mau-senso de conceder a sigla de CAGA? Nem a tentativa vã de começar a a chamá-lo carinhosamente pelo diminuitivo de CA (Comissão de Acompanhamento) irá safar a CAGA de ser tratada assim e, ao que tudo indica pelo seu inicio, escusamos de ficar descansados porque a CAGA não deverá cumprir sériamente as suas funções.

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